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quarta-feira, 21 de julho de 2010

PRECIPITAR-SE E CAIR


PRECIPITAR-SE E CAIR

Não faz muito tempo liguei para um amigo. Amigo este que zela pelo bem falar e traz a elegância das palavras como regra em sua vida..
--- Olá Seu Gonçalo! Tudo Bem?
--- Ó nobre acadêmica que bons ventos lhe trazem?
---Liguei para saber do senhor e das novidades da Academia.
---Bom, tenho duas notícias, uma é que o projeto de termos um espaço na feira de São Cristovão saiu, já assinei até os papéis.
--- E a outra Seu Gonçalo?
---É que infelizmente precipitei-me ao solo!!!!!
---Precipitou-se ao solo?!...
---Exatamente!
---Mas como?
--- Sai da feira tão exultante que esqueci-me de minha deficiência visual, que não me permite uma ampla visão de espaço. Assim sendo, ao tropeçar inadvertidamente numa protuberância acabei por precipitar-me ao solo. Mas diante do acontecido pessoas solícitas socorreram-me. O que agastou-me foi que já erguido e refeito, vejo um ébrio ao lado perguntando-me:
--- O senhor não perdeu uma ferradura? Foi aí que me dei conta que em um de meus pés faltava o sapato.
---Que horror seu Gonçalo!...
---Agora eu vou dizer uma coisa para o senhor: - eu, quando levo uma queda, taco mesmo é o rabo no chão! Me lasco toda! E ainda por cima chingo o maior palavrão e dou o dedo para quem estiver rindo da minha cara, e o senhor me cai com essa elegância toda? Diabo é isso Seu Gonçalo?
*
Texto: Dalinha Catunda
Foto: blogdotorero.blog.uol.com.br/images/escorreg.jpg

8 comentários:

Anônimo disse...

Olá Maria: Pensei que tinhas fugido do teu sertão que deve ser lindo, adorei este teu post, a gente as vezes se esquece das nossas próprias deficiencias.
Um beijo Minha amiga
Santa Cruz

SAM disse...

Amiga,

uma crônica muito bem feita e ri muito no final. Seu Gonçalo é uma figura ímpar: culto, atencioso, bom e realmente educadissimo. Espero que tudo já esteja mais que bem para o querido amigo.


Beijos nossos, Dalinha!

Genny Xavier disse...

Dalinha,
A garantia do riso solto e do prazer de ler os textos leves, simples e tão repletos da mais verdadeira "cultura brasileira" é o que mais me agrada quando visito teu blog...como esta crônica interessante e divertida que alegrou minha noite.
Beijos
Genny.

João Alberto disse...

Belo texto Dalinha. O pior é que além da queda do seu Gonçalo, ainda apareceu um ébrio para lhe Inflar o volume da bolsa escrotal. No popular diria: encher o saco. Rsrsrs.
Grande abraço.

vieira calado disse...

Depende da queda...

Mas, por vezes,

é preciso saber cair com elegância...


Beijocas

CARLOS VAZCONCELOS disse...

Dalinha, meu abraço. Obrigado pela visita.

Quanto ao seu Gonçalo, fez igual àquele professor de gramática que, ao ser roubado na rua, gritou: "Capturem, capturem o contumaz e infante delinquente!"
Ninguém entendeu, muito menos a polícia, e o ladrão escapou ileso.

Abraço.

Ana Maria disse...

Bela crônica!
Parabéns pelo dia do escritor. Parabéns pelas lindas crônicas que sempre tem nos homenageado!
Beijinhos!

Rosário Pinto disse...

Pois é amiga Dalinha, eu também quando caio, jamais "me precipito ao chão", me lasco de cabo a rabo, me esgulepo toda e, olhe que isto é bem frequente. Sou uma Maria cai, cai. Mas... só mesmo o Mestre Gonçalo para pricipitar-se... E, você pra tranformar o episódio numa rica crônica bem humorada. Bjs