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terça-feira, 31 de outubro de 2017

AMIGA BRUXA



AMIGA BRUXA
*
Amiga, muito obrigada
Por essa sua atenção
Trepar no pau da vassoura
Era a sua diversão
Aquele negro vestido
Já era bem conhecido
Voando pelo sertão.
*
Entre o cabo e a vassoura
De um tudo acontecia
Era tempo de fartura
Você nem se maldizia
E cansou de me dizer
Que alcançava seu prazer
No ato de bruxaria.
*
Quando findava outubro
Com cruel satisfação
Da dispensa retirava
O seu velho caldeirão
E em meio a gargalhada
No meio da madrugada
Caprichava na porção.
*
Você bem sabe que é bruxa
Vem e diz que sou também
Eu não vou dizer que não
Pois não sei se me convém
Um cabinho de vassoura
É coisa que não desdoura
Quem esfregou o sedém.
*
Dalinha Catunda
Em homenagem a Dolores Maria.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

SAUDADE NÃO É PEIXEIRA

SAUDADE NÃO É PEIXEIRA
MAS CORTA A ALMA DA GENTE.
*

DALINHA CATUNDA
Quando a saudade bateu
Chorei não posso negar
Vi minha face molhar
Quando a lágrima escorreu
O quanto esta dor doeu
Só sabe mesmo é quem sente
Fere que nem ferro quente
E não é dor passageira
SAUDADE NÃO É PEIXEIRA
MAS CORTA A ALMA DA GENTE.

*
VÂNIA FREITAS
E quando o corte é profundo
E o coração aparece
Essa ninguém esquece
Leva-se para o outro mundo
Se não morro num segundo
Eu fico triste e dormente
E pode ficar ciente
Que isso não é brincadeira
SAUDADE NÃO É PEIXEIRA
MAS CORTA A ALMA DA GENTE.
*

CREUSA MEIRA
 Era um dia tão bonito
Na primavera da vida
Uma súbita despedida
Tirou-me do peito um grito
Olhando para o infinito
Via-o sumir de repente
Deixando o lugar ausente
Nessa hora derradeira
"Saudade não é peixeira
Mas corta a alma da gente"

*
BASTINHA JOB
O Cancão de Mirandiba
Fez um mote tão cortante,
Doído, angustiante,
Dalinha glosou "em riba";
E daqui da Paraíba
Do meu Cratinho ausente
Da forma mais contundente
Me deu uma roedeira:
Saudade não é peixeira
Mas corta a alma da gente!

*
RITINHA OLIVEIRA
A lâmina afiada 
Da ausência deu um corte 
Quase me leva a morte 
Inda estou esfatiada 
Fiquei dias internada 
Totalmente inconsciente
A mente e o corpo doente
Estou numa choradeira 
Saudade não é peixeira 
Mas corta a alma da gente.

LINDICÁSSIA NASCIMENTO
A saudade é tormento
Que fere sem compaixão
Quando vem d'uma paixão
Daquelas que tem perigo
Onde sofrendo o castigo
O seu instinto não mente
Vagueando tristemente
Sem achar "eira nem beira"
Saudade não é peixeira
Mas corta a alma da gente.

*

Mote: Cancão de Mirandiba.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

UM CANTO MENOR

UM CANTO MENOR
*
Partiu a paixão
Levando a magia
Minha poesia
Soluça em vão.
*
Um choro agorento
Pranteia meu peito
Carpindo sem jeito
A dor do momento.
*
Que triste destino,
Que sorte, que fado,
Que me tira o tino
*
Livrai-me Jesus
Do amor malfadado
Do peso da cruz.
*

Foto e versos de Dalinha Catunda

ARREMEDO DE ABOIO


ARREMEDO DE ABOIO
*
A mestre Dina, licença,
Eu peço para aboiar
Fui criada no sertão
Vendo a boiada passar
Eu ficava no terreiro 
A espera do vaqueiro
Querendo lhe arremedar.
*
O meu gado não é muito
Mas da pra enfeitar o pasto
Gosto de ver a boiada
Passando e deixando o rasto
Se o vaqueiro for bonito
Esqueço o que está escrito
No laço da corda arrasto.
*
Quem me deu o boi bordado
Foi Luiz Sebastião
O bordado ganhou fama
Pras bandas do meu sertão
Cada vaca que cobria
Tirava uma boa cria
Melhorei a produção.
*
Quem quiser me comprar gado
Fiado não vendo não
Meu gado só sai do pasto
Com dinheiro em minha mão
Pois aqui na minha lista
Tem um monte de artista
Cadastrei cada enrolão.
*
Resolvi laçar um boi
Achando que era manso
Só que o boi me deu trabalho
Mas eu não lhe dei descanso
Encrenca pequena e tico
Com laço na mão não fico
Não me enfezo, nem me canso.
*
Se a vaca prender meu boi
Eu tiro ele da cadeia
Depois de afrouxar o laço
Na vaca eu meto a peia
Não sou de usar chicote
Mas fique esperta e anote
Nunca mexa em coisa alheia.
*
Se seu touro pular cerca
Eu dou capim do meu lado
Se ele gostar do meu pasto
Vou viciar o danado
E só para me exibir
Eu vou montar sem cair
Nesse seu touro abusado.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda

terça-feira, 10 de outubro de 2017

A ÁGUA É FONTE DE VIDA...


*
A ÁGUA É FONTE DE VIDA
NÃO DEIXE A ÁGUA MORRER!
*
BASTINHA JOB
Também nosso São Francisco
É um rio em agonia
Correndo o sério risco
De se extinguir qualquer dia,
Mataram muitas nascentes
Outros tantos afluentes
O homem fez perecer
Urge uma outra medida:
A ÁGUA É FONTE DE VIDA
NÃO DEIXE A ÁGUA MORRER!
*
DALINHA CATUNDA
Agoniza o São Francisco
Em sua degradação
O homem não tem um trisco
De conscientização
E cava a própria desgraça
Com o projeto que traça
Faz o rio fenecer
Disso nem Deus duvida:
A ÁGUA É FONTE DE VIDA
NÃO DEIXE A ÁGUA MORRER!
Mote de Bastinha Job

Foto de Dalinha Catunda

domingo, 8 de outubro de 2017

Nordestina, sim senhor!

NORDESTINA, SIM SENHOR!
*
Eu sou nordestina
Me orgulho de ser
Sou do Ceará
Com muito prazer
Não faço suspense
Sou ipueirense
Pra quem quer saber.
*
Se escuto a sanfona
Perfumo o cangote
Dançando faceira
Aguento o pinote
Pois sou dançadeira
Levanto a poeira
Capricho no xote.
*
Eu danço São João
Eu pulo fogueira
Faço simpatia
A da bananeira
Me visto de chita
Com laço de fita
Desfilo faceira.
*
Eu como cuscuz
Paçoca e baião
Como tapioca
E bife do oião
Eu como buchada
Também malassada
Sem indigestão.
*
Na rede me deito
Pra me balançar
E nesse balanço
Preciso contar
Cumprindo o destino
Eu já fiz menino
Sem punhos quebrar.
*
Eu sou ribaçã
Sou ave migrante
Sou rio que corre
Que segue adiante
Eu sou empolgada
Comigo só nada
É quem se garante.
*
Eu sou mesmo agreste
Meu nome é Dalinha
Não fujo de embate
Não fujo da rinha
Se você empaca
Não puxe sua faca
Deixe na bainha.
*

Versos e fotos de Dalinha Catunda

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CORDEL DE SANTO ANTÔNIO DE BARBALHA


NA POSSE DA NOVA DIRETORIA DA SPB
Entre as atrações que fizeram parte da Festa de posse da nova diretoria da Sociedade dos Poetas de Barbalha, constou o lançamento do cordel coletivo: SANTO ANTÔNIO DE BARBALHA.
Esse cordel nasceu de uma ideia do radialista Luiz Isael, que anteriormente, já havia concluído um projeto semelhante na ACC- Academia dos Cordelistas do Crato.
 Na SPB o projeto foi bem acolhido, a presidente da SPB, Lindicássia Nascimento, foi a coordenadora, enquanto as cordelistas, Josenir Lacerda e Dalinha Catunda foram colaboradoras acompanhando o andamento dessa edição.
O projeto será concluído quando os poetas e poetisas da SPB enviarem suas décimas gravadas em áudio, podem fazer pelo celular mesmo, desde que a gravação fique boa para viabilizar a gravação do cd.
Quero parabenizar a todos pela participação dessa confraternização em versos, enaltecendo Barbalha.

Nota e fotos de Dalinha Catunda

ATIÇANDO AS MULHERES

ATIÇANDO AS MULHERES
*
DALINHA CATUNDA
Mulher, tenha amor a vida
Faça sua prevenção.
Isso é obrigação,
E não seja “malovida”,
Pois a mulher precavida
Sete vidas vai viver!
Vai amar, vai conceber,
Vai parir felicidade,
Acredite isso é verdade!
Você tem esse poder.
*
BASTINHA JOB
Tá aí Outubro Rosa
Mandando bem seu aviso
Direto,muito preciso,
Tá com tudo e não tá prosa
Co' a mulherada se entrosa,
E a todas ele conclama:
_ Mulher, se você se ama
Faça a Mamografia
Só ela dá garantia
Fuja do câncer de MAMA!
*
Fotos de Dalinha Catunda

Recado da DupliNHA

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Fui à fonte beber água


FUI A FONTE BEBER ÁGUA...
*
Fui à fonte beber água
Porém não achei meu bem
Corri com medo de cobra
Me olharam com desdém
Da carreira que eu dei
Numa pedra escorreguei
E molhei o meu sedém.
*
Fiquei com pena da cobra
Que ouviu o grito meu
Debaixo de umas folhas
A bichinha se escondeu
Sei que ficou assustada
Eu estou desconfiada
Que de medo ela morreu.
*
Uma queda não é nada
Eu não vou me aporrinhar
Voltei para cachoeira
Pois queria me banhar
Seu cair eu me levanto
Faço para oxum meu canto
Quero ver me derrubar.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

terça-feira, 3 de outubro de 2017

SÓ NA MOITA


SÓ NA MOITA
*
Quem não tem bala na agulha
Não carece se arriscar
Na deve mirar na presa
Sabendo que vai falhar
Pois onça com vara curta
Só doido vai cutucar.
*
Se tem coisa que não gosto
Amigo, vou lhe contar
E gente que diz que vai
Porém não sai do lugar
Nem desocupa a moita
Nem se agacha pra cagar.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

"Sou Verso Solto no Ar"











*
DALINHA CATUNDA
*
Eu sou Dalinha Catunda
Filha de Neuza e Espedito
O meu trabalho é bonito
É fonte que em mim abunda
Com dedicação profunda
Deixo a musa me emprenhar
Para meus versos gerar
E depois parir magia
“NO MUNDO DA POESIA
SOU VERSO SOLTO NO AR”
*
RAINILTON DE SIVOCA
Eu sou Rainilton Viana
Fí de Bastinha e Sivoca
E a poesia me toca
E me deixa tão bacana
Trabalho toda semana
Pra poder me sustentar
E também poder comprar
O meu pão de cada dia
"NO MUNDO DA POESIA
SOU VERSO SOLTO NO AR."      
*

Mote de Souza Filho