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quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

ACERCA DE REPENTE

ACERCA DE REPENTE

*

Cheguei sorrateiramente

Depois de pular a cerca

Não há no mundo quem perca

Um corpo lindo e fremente

Parti com unhas e dente

Não pude me controlar

Algo a me perturbar

E ela a me inquirir

"Era o dever de partir

E a vontade de ficar"!

Ésio Rafael

*

Feito jumento fujão

A cerca não respeitou

Por baixo dela rolou

Daí não tive perdão

Com ele rolei no chão

Pois não deu para escapar

Botei pra discatitar!

Porém não pude assumir:

"Era o dever de partir

E a vontade de ficar"!

Dalinha Catunda

*

Mote de Joames Mendes

Xilo de Erivaldo Ferreira

 

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Anos e luas


 ANOS E LUAS

*
Mais um ano que se vai
Mas a vida continua,
Vou seguindo meu caminho
Como segue o seu, a lua
Horas bem cheia de graça
Botando o bloco na praça
Como quem se insinua.
*
Carregada de otimismo
Acho a vida envolvente,
Nada ofusca meu caminho,
Sou tal qual lua crescente
Que em cada novo dia
Ganha mais luz e magia,
E risonha segue em frente.
*
Se às vezes a melancolia,
Vem nublar o meu semblante
Não fico desatinada,
Procuro seguir adiante
Pois me sinto iluminada
Feito lua minha estrada
Tem seus dias de minguante.
*
Eu já vivi muitas luas
Sei que a vida se renova,
Um ano sai o outro entra
Eu vou passando na prova
E que venha o Ano Novo
Pois com ele me comovo
E renasço lua nova!
*
Versos e foto de Dalinha Catunda 
dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

A ÁRVORE QUE ME REPRESENTA



 

A ÁRVORE QUE ME REPRESENTA

*

Eu hoje vivo na roça

Recordando meu sertão,

Pois é lá daquelas brenhas,

Que retiro inspiração.

Minha Árvore de Natal,

Tentei fazer uma igual,

Com alguma inovação.

*

Peguei garrancho no mato,

Tirei as folhas, limpei,

E numa lata de vinte

Areia lá coloquei.

E depois chegou a vez

Do paninho de xadrez,

Pra envolver a lata usei.

*

E como eu sou cordelista,

Para a árvore enfeitar,

Dependurei meus cordéis,

Que tem tanto pra contar…

Das histórias do sertão,

Que trago no coração,

E gosto de relembrar!

*

Minhas bonecas de pano?

No Natal muitas ganhei!

Como artesã de bonecas,

Algumas eu pendurei,

Frutos da recordação,

Que marcam a tradição,

Coisas que vivenciei.

*

Quando saí do Nordeste

Mãe solteira, e minha cruz,

Me apeguei no meu caminho,

A santa Mãe de Jesus.

Minha base a cada dia,

Era Jesus e Maria.

Meu caminho foi de luz.

*

Versos e arte de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

domingo, 19 de dezembro de 2021

A DUPLINHA E DEUS


 A DUPLINHA E DEUS

*

Deus vive em cada lição

E em cada dia a dia

Mesmo aquele que não crê

Tem seu toque e sintonia

Não adianta descrer

Deus vive a acontecer

Na luz que o sol irradia!

Bastinha job

*

Trago Deus no pensamento

Guardo Deus no coração

Pego em Deus em cada conta

Do rosário de oração

Deus será sempre meu guia

Na tristeza e na alegria

Ele é minha salvação.

Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

JÁ FIZ SESSENTA E NOVE


 

EU JÁ FIZ SESSENTA E NOVE

*

Sempre gostei de viver

Confesso que sou feliz,

E alguma coisa me diz

Que tenho razão pra ser,

E vou até lhe dizer,

Mas não espero que aprove:

Eu já fiz sessenta e nove

Gostei, mas fiquei atenta…

Ano que vem é setenta!

É o tempo quem nos move…

*

Versos e foto de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

sábado, 11 de dezembro de 2021

COISAS DO MEU SERTÃO

COISAS DO MEU SERTÃO

*

Sou cabocla nordestina

Nascida lá no sertão

Honro minha tradição

E dela faço rotina

Lembro que desde menina

Eu ganhava no Natal

Um presente especial

A bonequinha de pano

Quando chega o fim do ano

Tento fazer outra igual.

*

Versos e artesanato de Dalinha Catunda

 

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

A VENDEDORA DE TABACO


 

A VENDEDORA DE TABACO

 

Foi para sobreviver

Que a Ana mulher sem ócio

Abriu seu próprio negócio

Sem falatório temer

E se alguém quiser meter

A Língua no que faz Ana

A vendedora se dana

E dá pro cliente um naco:

Pode cheirar meu tabaco

Ele é feito de imburana!

*

Com seu negócio montado

Outra coisa ela não quer

Pois negócio de mulher

Sempre dá bom resultado

Já que o seu tem prosperado

Contratou logo sua mana

E a dupla toda semana

Faz zoada no barraco:

Pode cheirar meu tabaco

Ele é feito de imburana!

*

Dalinha Catunda

Xilo de Cicero Lourenço.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

AINDA FAÇO MENINO

AINDA FAÇO MENINO

Eu para fazer menino

No tempo da mocidade

Virava só os olhinhos

Cheia de felicidade

O tempo foi se passando

E foi chegando a idade

Lá se foi a primavera

Meu Deus quanta crueldade

Hoje pra fazer menino

É uma dificuldade

Preciso de agulha e linha

Tecido em variedade

Uma máquina de costura

Só para essa atividade

O tempo passa e faz dano

Essa é a mais pura verdade

E para meu desengano

Com toda sinceridade

Menino me arisco e faço

E vendo por unidade.

Mas é menino de pano

Minha especialidade.

*

Versos de Dalinha Catunda

Artesanato de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com