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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO AO CHEGAR O CELULAR


 

Olá, amigos,

Obrigada pela interação. Gostei muito das glosas de todos vocês. Foi ótimo a abordagem do tema. Meu abraço a todos.

 

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

Mote de Dalinha Catunda

.*

Nos tempos de antigamente

O povo se reunia.

Contava histórias, sorria,

Porém, hoje é diferente.

Nas calçadas nossa gente,

Não senta pra conversar,

Não brinca de adivinhar,

Nos alpendres do sertão:

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Dalinha Catunda

*

É visível a existência

Do antes para o agora

logo no romper da aurora

De rádio não há frequência

Acabou a audiência

Ví o seu botão travar

E o nosso dialogar

Virou essa intervenção

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

Glosa:Gevanildo Almeida

*

Mas cadê meus envelopes ?

Já se foram meus bilhetes !

Meus florais em ramalhetes,

Sumiram como galopes.

Inté mesmo aqueles dropes,

De menta pra refrescar,

É difícil de encontrar,

Sem ter bodega e balcão ;

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO,

AO CHEGAR O CELULAR.

Wellington Santiago

*

Toda noite no terreiro:

Eu pulava, eu corria;

Eu cantava, eu sorria

Ou abria um berreiro,

Era assim o ano inteiro;

Na mangueira se atrepar,

Pegar frutas e chupar,

Se banhar no cacimbão;

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Arimatéa Sales.

*

Brincadeira de criança

Era boneca de pano.

Entrada de cada ano

Mais crescia a esperança.

O inverno era a bonança

Na hora de se plantar.

Às noites, em nosso lar

De histórias, contação.

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Chica Emídio.

*

Recordo saudosamente,

Do período de outrora,

Emoção me invade agora,

Me deixando tristemente,

Às coisas de antigamente,

Me comove, ao recordar,

Para se comunicar,

Por carta, era solução,

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO,

AO CHEGAR O CELULAR.

 Joabnascimento

*

Tenho cartas e postais

Correspondências antigas

De paqueras e de amigas

E o tempo não volta mais

Classificado em jornais

De livros para comprar

Anúncios pra namorar

Era grande a diversão

"SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR"

Creusa Meira

*

Brincadeiras de crianças,

As conversas nas calçadas

Em rodas bem animadas

Atiçam muitas lembranças

Progresso trouxe mudanças

A gente tem que pagar

E na saudade evocar

Os tempos belos de então:

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

Bastinha Job

*

Com a tecnologia

Distanciaram a gente

As conversas num batente

Ninguém ver mais hoje em dia

Pois esse bicho vicia

Mesmo distante o lugar

Substitui num piscar

Ninguém tá ligando não

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Dulce Esteves

*

Do rádio vinha o repente,

A viola a embalar,

Nas rodas pra se dançar

Cantoria era frequente.

Agora o povo ausente,

De cabeça a digitar,

Perde o tempo de sonhar

E cultuar a emoção.

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Chico Fabio

*

Chegou a tecnologia

Com força e gosto de gás

Do baralho é a carta ás

Para alguns trouxe alegria

Pra outros a nostalgia.

Muitos não conseguem usar

Para se comunicar

Através desta invenção

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Vânia Freitas

*

Fofoqueiro a moda antiga

Já perdeu a validade

Devido a velocidade

Da fofoca e da intriga

Não adianta fazer figa

Nem cruz credo murmurar

Pra notícia não chegar

Ôh tecnologia do cão!

SE FOI NOSSA TRADIÇAO

AO CHEGAR O CELULAR

Kleber Torres

*

O conto da carochinha

As histórias de vovó

O saci com a perna só

Pega pega amarelinha

A ciranda cirandinha

Vamos todos cirandar

Sereiazinha do mar

A mãe preta e o pai João

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

Araquém Vasconcelos

*

Era no rádio de pilha

Que música boa se ouvia

Com a notícia e a cantoria

Era nós sintonizados

O povo era informado

Com o rádio sempre no ar

Para se comunicar

Era a melhor opção

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

Maria de Lourdes da Silva

*

Do rincão que fui criada

Eu tenho rica lembrança,

Domingo era uma festança

Alegrando a criançada;

Passa-anel, roda ou queimada

Fazia o tempo passar,

Mas hoje se analisar

Chega aperta o coração:

SE FOI NOSSA TRADICIONAL

AO CHEGAR O CELULAR

Nilza Dias.

* 

No tempo de antigamente

A calçada reunia

Toda noite, todo dia

Os amigos e parentes

Pra trocar notícias quentes

Fazer verso, conversar...

Mas agora, fofocar

Virou uma obsessão

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

Giovanni Arruda

* 

Os bilhetes perfumados

Dois nomes em união

Escrito no coração

Pra jamais ser separados

Colegas davam recados

Marcando pra se encontrar

No banco do patamar

Da igreja de são João

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

Jairo Vasconcelos

*

Carrinhos feitos de lata

Contar estrelas no céu

A corrida do tetéu

Meu cachorro vira-lata

Preá entrando na mata

Pra fera não lhe pegar

E uma noite de luar

Servia de inspiração

"SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR".

Jerismar Batista

*

Cartas com endereço certo

Pra não voltar e dá problema

A resposta era um dilema

Tanto pra longe ou pra perto

Na mercearia do Alberto

Tinha ficha para comprar

Cartão pra telefonar

Até fila no orelhão

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

 Fco. de Assis Sousa

*

Temos o mundo nas mãos

Quando usamos o celular

Dá para tudo pesquisar

Mas também tem traição

Os dados roubam em vão

Casamentos a se cessar

Os filhos a se viciar

Há herói e há vilão

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

João Roberto Coelho

*

Nos tempos de antigamente.

Era tanta brincadeira.

Coisa de criança arteira.

A vida era mais contente.

Tudo ficou diferente.

Não sabemos brincar,

Nem há tempo para amar.

Vivemos na solidão.

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO,

AO CHEGAR O CELULAR!

Rosário Pinto

*

Já não temos mais a vida

que se havia antigamente.

Hoje a vida é diferente,

até parece invertida,

degredada, descabida,

sem mais jeito de acertar

muito menos demudar,

isso é minha opinião…

FOI-SE NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR.

David Ferreira

*

Pirueta na amplidão

Sonho de qualquer menino

Mas por força do destino

SE FOI NOSSA TRADIÇÃO

A rodada do pinhão

Faz esse mundo girar

Mas se queres navegar

Dentro desse mundo cão

Entrega te à solidão

AO CHEGAR O CELULAR.

Ésio Rafael

*

Hoje vejo muita gente

Na cultura dar reboque

Vem um tal de tik tok

Tem um x sem ser oxente

YouTube bem frequente

E tem mais pra atrapalhar

Não dá nem para citar

Internet é a opção

FOI- SE NOSSA TRADIÇÃO

AO CHEGAR O CELULAR

*

“GLOSANDO NA REDE” é uma ciranda de versos que tem como proponente, a poeta Dalinha Catunda.

dalinhaac@gmail.com

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

E QUE A LUZ DO SALVADOR SEJA A NOSSA DIREÇÃO.


 

E QUE A LUZ DO SALVADOR

SEJA A NOSSA DIREÇÃO.

*

Saúde e prosperidade

Eu desejo a cada amigo

Que interagiu comigo

Nesse ano com lealdade

Manter a nossa amizade

É preito de gratidão

Desejo de coração

Um ano com muito amor

E QUE A LUZ DO SALVADOR

SEJA A NOSSA DIREÇÃO.

*

Mote e Glosa de Dalinha Catunda

dalinha@gmail.com

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

A MULHER E AS PERIPÉCIAS DA IDADE





A MULHER E AS PERIPÉCIAS DA IDADE
1
Recebi duma comadre
O nome não vou dizer
Uma carta reclamando
Da vida ao envelhecer
Chorosa se maldizia
Até falava heresia
Porém fiz questão de ler:
2
Saudações minha comadre
Espero que esteja bem
Pois aqui vou como posso
Pouca coisa me entretém
Não sei que será de mim
Chegou a velhice, enfim
Trazendo o que não convém.
3
Se me levantar depressa
Me levanto com tonteira
Se não correr pro banheiro
A xana vira torneira
Se eu começar a tossir
Comadre, não é pra rir!
Já começa a peidadeira.
4
Arrumei uma bengala
É nela que me seguro
Até que é jeitosinha
E me protege no escuro
Só assim eu passo a mão
Com certa satisfação
Num cajado de pau duro.
5
Minha vista estava curta
Porém mandei operar
O resultado foi bom
Eu nem posso reclamar
Eu que enxergava ruim
Vejo até um micuim
Bem antes dele coçar.
6
Os gemidos lá de casa
Não são gemidos de amor
Qualquer esforço que faço
Começo a gemer de dor
Não há tarefa sem ai
Quando um palavrão não sai
Grito por Nosso Senhor.
 
7
Agachar-me, faço bem
O problema é levantar
Não tenho força nas pernas
Que possam me impulsionar
Sofro, porém, dou meu jeito
Nada no mundo é perfeito
Eu tenho que aguentar.
8
Quando me vejo no espelho
Meu Deus, que situação
Tem prega pra todo lado
Deus não teve compaixão
Botox não vou botar
Também não quero operar
Plástica não faço não.
9
A bunda já ficou murcha
Caída se quer saber
A calcinha virou calçola
Para a desgraça esconder
Tudo enquanto vai caindo
Da desgraça vou sorrindo
Pra minorar o sofrer.
10
Aqueles seios bonitos
Que eu tinha na juventude
Que amamentaram meus filhos
Lhes repassando saúde
Já não são mais exibidos
Atualmente estão caídos
Perderam a plenitude.
11
A carne só como mole
Vou chupando se for dura
Meus dentes se desgastaram
Venho usando dentadura
Isso eu chamo de maldade
Porque morro de vontade
De mastigar rapadura.
12
No boxe do meu banheiro
Eu costumo sempre usar
Um tapete de borracha
Que é mais firme pra pisar
Velha não pode cair
Tenho que me prevenir
Não deixo de me cuidar
13
Aquele creme cheiroso
Que sempre gostei de usar
andei trocando por outro
O fiz com grande pesar
Vem escrito na embalagem
É creme para massagem
Próprio pra lubrificar.
14
Para melhorar as juntas
Uso sebo de carneiro
Para aliviar as cãibras
Passo arnica bem ligeiro
E tenho minhas reservas
Que é do gel Sete Ervas
Esse, sim, é milagreiro.
15
Eu   não tenho uma suíte
Porém sou remediada
Para não passar aperto
E nem aprontar cagada
Um penico já comprei
E no meu quarto instalei
Pra ficar despreocupada.
16
Caminhar, até caminho
Contudo já estou manca
O meu boi da cara preta
Virou boi da cara branca
Para falar a verdade
Eu já perdi a vontade
De pegar numa chibanca.
17
Marquei ginecologista
Porém fiquei acanhada
E no boi da cara branca
Eu quis dar uma arrumada
Sem querer sair da linha
Só não me lasquei todinha
Porque já nasci lascada.
18
Dias antes da consulta
Resolvi me barbear
Quase que eu me cortava
Mas achei melhor parar
Pra não ficar esquisito
Eu levei o meu “priquito”
No salão pra depilar.
19
Paguei todos meus pecados
Nessa tal depilação
Com cera quente no bicho
A moça deu um puxão
Gritei puta que pariu
Sapecaram meu chimbiu
Sentindo o cheiro do cão.
20
Revoltada fui pra casa
Andando de perna aberta
Botei um ventilador
E me deitei descoberta
Pra refrescar o pelado
Que continuava inchado
Vibrando com pisca alerta.
21
Uma coisa lhe garanto
Minha comadre querida
Nunca mais vou depilar
Os pelos da perseguida
Inda estou me maldizendo
Pois ela escapou fedendo
Mas me deixou combalida.
22
Desculpe minha comadre
Foi grande meu alarido
Apesar de tudo isso
Na vida vejo sentido
Pra suportar a jornada
Estou bem acompanhada
Tenho filhos e marido.
23
Da carta espero resposta
Responda por caridade
Me diga como se sente.
Na tal da melhor idade
Estou brigando com ela
Entretanto a vida é bela
Mesmo com dificuldade.
24
Comadre chego ao final
Dessa minha narrativa
Resolvi desabafar
Nas linhas dessa missiva
Receba meu forte abraço
Para apertar nosso laço
De maneira afirmativa.
*
Cordel de Dalinha Catunda
 
*
Nota da autora
A idade chega, é inevitável! Não adianta chorar, lamentar, porque pior do que envelhecer é partir, antes da hora, para o reino eterno.
Em conversa com amigas, sempre vem à tona os contratempos da velhice. As queixas são muitas e foi assim que nasceu em mim a vontade de escrever um cordel expondo essas lamúrias, mas de modo especial.
Como gosto de um gracejo, e acho que não devemos levar a vida tão a sério, meu relato é feito em forma de carta, num tom jocoso, propositalmente, para arrancar sorrisos e zombar da tão propagada melhor idade que inevitavelmente nos acomete.
Acredite: Nada como o bom humor para minorar as desventuras.
Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

ERA ASSIM: 1- O NAMORO


 

ERA ASSIM:

1 - O NAMORO

*

Houve um tempo que era assim:

E tudo tinha mais graça

Os flertes aconteciam,

A conquista era na praça,

E como não recordar,

O tempo de namorar

Que o pensamento hoje traça.

*

Na pracinha do colégio,

Na avenida do pecado,

A colega alcoviteira

No leva e traz de recado.

No seu papel de cupido

Sem fazer muito alarido

Torcia por resultado.

*

Namorados de mãos dadas

Davam voltas na pracinha,

Esperando por um banco,

Que para todos não tinha.

A rádio local tocava,

Da pracinha se escultava,

A romântica modinha.

*

Quando a luz dava sinal

Não se podia teimar

Era hora de ir embora

Nem pensar em atrasar

Era surra, era carão,

E pisa de cinturão,

E nada de reclamar!

*

Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

sábado, 2 de novembro de 2024

NO BALANÇO DA PENEIRA


NO BALANÇO DA PENEIRA

*

Vou seguindo meu caminho

Como alegre criatura

Que balançando a peneira

Vai semeando cultura

Repassando tradição

Como mulher do sertão

Que faz versos com fartura.

*

Versos e fotos de Dalinha Catunda

Cordelista – Cirandeira – artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com

www.cordeldesaia.blogspot.com 

dalinhaac@gmail.com



 

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Mote: Quem vive só de vaidade, diz que é, mesmo sem ser.


 

Poetas e poetisas “Glosando na Rede com Dalinha”

 

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

1

Quem vive se pabulando

Dizendo que muito é,

Confesso não levo fé,

E vejo o povo mangando,

Pois quem anda se exaltando

Não tem tempo de aprender,

E se você quer saber

Digo com sinceridade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa e mote de Dalinha Catunda

2

Quem disser que é o tal

É porque não é ninguém

Não tem sequer um vintém

É coitado, marginal,

Ignorante brutal,

Precisa ver para crer;

Escreve e não sabe ler,

Não tem curiosidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Arimaté Sales

3

Alguém diz que é o tal

Quer estar na passarela

É só um pé de chinela

Mas quer ser um sem igual

Comprou lugar no mural

Só querendo aparecer

A todos quer convencer

Mas logo vem a verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Rivamoura Teixeira igutu Ceará

4

Que conta muita lorota

Só querendo se gabar

O seu dia vai chegar

Ninguém é pois , idiota

Pra tudo tem sua cota

Todo mundo vai saber

Mostra pois queremos ver

Se procede de verdade

QUEM SÓ VIVE DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa : Dulce Esteves

5

Gente que fala besteira

Que se exibe sem ter nada

Só pabulagem e zuada

Igual vendedor de feira

Será bem curta a carreira

De quem assim proceder

Ninguém queira se crescer

Através da falsidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa:Jerismar Batista

6

Nariz empinado é

Coisa de gente idiota

Que come feijão e arrota

E diz que comeu filé

Anda de jumento e a pé

E fala com todo prazer

Como é bom a gente ter

Dólar que não é verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Vânia Freitas

7

Quem quer chamar atenção,

Mostrando toda arrogância,

Com desdém e petulância,

Demonstrando ostentação,

É cheio de presunção,

Sem ter nada pra comer,

Quem ostenta sem poder,

É um ser sem humildade,

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: Joabnascimento

8

Igual sepulcro caiado

Só importa a aparência

Seu miolo, sua essência

É de eterno fracassado,

Tenho dó desse coitado

Não vê o tempo correr

Seu verniz vai derreter

Pois perdeu a validade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa de Bastinha Job

9

Agradável é ser real

Em nada dissimulada

Assim tal uma fachada

Em tudo artificial

Bom mesmo é ser natural

Ter beleza e dá prazer

O gostoso é a gente ver

Uma pessoa de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: F.de Assis Sousa

10

Quem explora a própria imagem

Como sendo o mais gostoso

Anda inchado e orgulhoso

Quer em tudo ter vantagem

Não carrega na bagagem

A semente do saber,

Pois no fundo ele quer ter

O que não tem, de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER

Glosa: Giovanni Arruda

11

Quem come pura farinha,

Dizendo que é caviar,

Quem vive só de falar,

Sem nunca entrar na linha,

Quem não levanta e caminha

Nos caminhos do fazer,

Vive só do "vou vencer",

Mas a preguiça lhe invade...

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER!

Glosa: Compadre Lemos

12

Já chega falando grosso

Querendo me intimidar

Não tem nada pra doar

Só vive roendo um osso

Preço no fundo do poço

Fingindo que tem poder

É pobre sem nada ter

E detido na vaidade.

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER

Glosa: Jairo Vasconcelos.

*

Amigos e amigas, muito obrigada pela interação é muito bom contar com vocês.

Sempre que estou em minhas palestras, falo destes espaços virtuais que juntos mantemos, tanto O Conversa de Calçada Virtual, como O Glosando na Rede com Dalinha. Agradeço muito a participação de todos.

Dalinha Catunda

Cordelista – Cirandeira – artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com

dalinhaac@gmail.com