O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
IPUEIRAS SERRANA
Texto e foto de Dalinha Catunda
IPUEIRAS SERRANA
Que lindas nuvens brancas,
Tingindo o céu tão azul.
O vento sopra e balança,
As palmas do babaçu.
A serra grande é tão bela,
Atrai-me suas palmeiras.
Neste formoso recanto
Eleva-se minha Ipueiras.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
MANDACARU
Artigo publicado no jornal O Povo de Fortaleza-Ceará
MANDACARU
Dizem que mandacaru não dá sombra nem encosto o que indiscutivelmente é uma verdade. Mas, há de se dizer que, para uma planta do porte do mandacaru, sombra e encosto passam a ser irrelevantes diante de seu significado maior para o nordestino.
Certa vez, em tempos de chuvas escassas, presenciei um vaqueiro que atendia pelo nome de Antonio Canapum, sapecando numa fogueira pedaços de mandacaru para queimar os espinhos com finalidade de alimentar o gado. Achei muito interessante e providencial.
Depois de certo tempo aprofundando-me no assunto descobri que o mandacaru é uma ótima forragem nativa e uma boa alternativa na alimentação do gado e outros animais nos tempos de seca.
Sendo uma planta nativa que resiste a longos períodos de estiagem por acumular água em seu caule, e por isso, muito procurada, aos poucos vai sumindo do sertão. Mas o sertanejo seguindo as dicas de pesquisadores da Embrapa pode plantar o mandacaru, tê-lo com abundancia, e não é uma tarefa difícil: “Basta ter uma planta mãe, cortar os pedaços dos galhos, deixar secar de um dia para o outro, e enterrar apenas uma parte no solo”.
Se o mandacaru não tivesse nenhuma serventia, mesmo assim, seria um colírio aos olhos do Nordestino. Sua beleza incomparável atrai os olhares mais exigentes, flores lindas, frutos de um vermelho deslumbrante tudo isso agarrado a um verde mais belo ainda.
Porém, mais do que um planta o mandacaru é um monumento que se ergue naturalmente em homenagem ao Nordestino que carrega com a mesma altivez seus espinhos e suas esperanças. É a beleza rústica que desafiando a seca, aparece por entre galhos secos e retorcidos no meio de pedras, confirmando no seu verde nossa esperança e no vermelho do fruto, a paixão do nordestino pela sua terra.
Texto e imagem de Dalinha Catunda
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
GENTE QUE EU GOSTO
A JOANINHA DA CHICA
Em cima de uma folha verde,
Veja que coisa mais rica!
Um insetozinho mimoso
Enfeita o blog da Chica.
Tem a roupinha vermelha
Salpicada de bolas pretinhas.
Você sabe o nome dele?
É simplesmente, Joaninha!
O blog:sementinhasparacrianças.blogspot.com é um das blogs de minha amiga Chica, direcionado a crianças. Eu gosto muito e recomendo.
Chica, este pequeno poema é um mimo que lhe faço pelo carinho e a atenção que tenho recebido de você e por acreditar em seu trabalho.
Beijos,
Dalinha Catunda
Imagem do blog sementinhasparacrianças
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
MINHA CASINHA AMARELA
Texto e Foto de Dalinha Catunda
MINHA CASINHA AMARELA
Amigo, você está vendo,
Esta casinha amarela?
Muitos anos eu passei
Feliz, morando nela.
Minha mãe já está velhinha
Mas vive na mesma casinha
E meu pai vive com ela.
Foi ali que dona Neuza,
Criou oito filhos dela.
Assoprando seu fogão,
Atiçando as panelas.
Apesar das dificuldades,
Era bem maior a felicidade
Do que as ditas mazelas.
Meu pai Expedito Catunda,
Seveeeero cuidava das crias.
Só mulheres, eram três,
E todas três eram Maria
Rosina, Dalinha e Déia,
E quando entravam na peia,
A vizinhança inteira ouvia.
Os Homens eram cinco,
E eu achava tão bonito,
A casa cheia de irmãos:
Eduardo, Cesar e Dito,
E ainda tinha no time,
Tony Aragão e Nelito.
Confesso sinto saudades,
Da casa, hoje amarela.
É minha casa da infância.
Mocidade eu passei nela.
Hoje sou somente visita
E o pranto turva-me a vista,
Ao ver minha casa singela.
Minha casinha singela,
Não sai do meu coração.
È uma casinha Amarela
Encravada lá no sertão.
Na cidade de Ipueiras
Tá minha morada primeira
Meu recanto de Emoção.
Amigo, você esta vendo
Esta mulher no portão?
De braços abertos pra vida,
É a poeta Neuza Aragão!
Esta casinha é tão bela,
Porque na frente tem ela,
Feito um anjo guardião.
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
O beija-flor apaixonado
Imagem: Benes Texto: Dalinha Catunda.
Publicado no Jornal Diário do Nordeste de Fortaleza, em 10 de Janeiro de 2010
O beija-flor apaixonado
Sobre a copa de uma bela goiabeira se espalhavam ramas de um pé de maracujá.
Lindas flores alternavam-se entre pequenos maracujás atraindo insetos de todos os tipos.Borboletas e besouros batiam asas na ânsia de sorverem o néctar de cada flor.
No meio de tantas flores, iluminada pelo sol e bordada pelo orvalho matinal, no topo da árvore, uma delas se destacava balançando-se graciosamente ao vento.
Assim como existem rainhas em colmeias, aquela bela flor de maracujá, pela sua exuberância, pela beleza e pelo brilho que o sol lhe emprestava ao tocar as gotículas de orvalho que se espalhavam pelo seu interior, era sem dúvidas a rainha daquele maracujazeiro.
Eu fiquei algum tempo observando o ir-e-vir dos visitantes que se deliciavam com as belas flores apresentando um majestoso espetáculo natural.
De repente, algo chamou a minha atenção. Um beija-flor paradinho olhava embevecido para a bela flor.E assim ficou por muito e muito tempo, até que um mangangá, saído não sei de onde, pairou sobre a flor.
Foi aí que, inesperadamente o quieto beija-flor saiu do seu estado de êxtase e partiu para cima do mangangá que surpreso, não viu alternativa a não ser fugir do ataque.
Mesmo assim, o beija-flor perseguiu o grande besouro, preto e amarelo, até deixá-lo bem longe daquela exuberante flor que tanto lhe encantava.
A flor de maracujá não podia dispensar as visitas do mangangá que tinha como função fazer a polinização do maracujazeiro. Entretanto, estava roxa de amor pelo o pequeno pássaro que não tirava os olhos dela e viravolta cobria-lhe de beijos.
O pacato beija- flor que vivia voando de flor em flor, com ciúmes do mangangá, deixou sua vida aventureira e guardou todos os seus beijos para aquela flor esplendorosa que cativou para sempre seu coração.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
A CORUJINHA-CABURÉ E A BALADEIRA
A corujinha atinginda por uma pedra
Na mesa para ser reabilitada
Tentando o primeiro vôo depois de socorrida.
Fotos e texto de Dalinha Catunda
A CORUJINHA-CABURÉ E A BALADEIRA
No interior ainda é comum ver crianças com suas baladeiras atirando em aves e animais.
A baladeira é uma arma artesanal, conhecida também como estilingue, atiradeira. Ela é feita com uma pequena forquilha, onde se amarram tiras de borracha a cada lado. Essas tiras, por sua vez, são amarradas a um pequeno pedaço de couro furado dos dois lados.
O que para as crianças do interior é apenas um atraente brinquedo, na verdade, é fatal para nossas aves que muitas vezes são mortas apenas pelo prazer da diversão.
Passeando pelas veredas de meu sitio, deparei-me com um lindo par de olhos tristes, porém lindamente reluzentes que pareciam pedir-me socorro.
Agachei-me e segurei nas mãos uma linda corujinha-caburé, que não ofereceu resistência. É lógico que em outra situação seria diferente, pois esse tipo de ave é bastante agressiva.
Percebi que a linda corujinha-caburé, dona de belos olhos amarelos, estava ferida. Levei para o alpendre e com a ajuda de Edgar, um bom menino que adora preservar a natureza, cuidamos da corujinha que em pouco tempo voltou ao seu habitat.
A corujinha-caburé se destaca por seus vôos e cantos específicos. Tanto age tanto na calada da noite como no decorrer do dia. Alimenta-se de outras aves, insetos, lagartos e pererecas contribuindo para equilíbrio ecológico.
Enquanto crianças carentes de orientação caçam por mero prazer, a corujinha-caburé caça apenas para alimenta-se.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
CAMBUCÁ E JABUTICABA
Texto e foto de Dalinha Catunda
CAMBUCÁ E JABUTICABA
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Já comi jabuticaba,
Achando ser cambucá.
Subi a Serra Grande
Para dúvida então tirar.
Na Lagoa dos Tavares
Andando pelos pomares
Explicou-me Baltazar:
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Jabuticaba dá no tronco
Cambucá no galho dá.
Logo chegou dona Inês
Esposa de seu Baltazar
Com uma cuia cheinha
Dessa gostosa frutinha
Que acabara de catar.
.
Eu comi como criança,
Comi de me lambuzar.
Essa frutinha gostosa
Chamada de cambucá
Dá na Serra dos Cocos,
E qualquer um fica louco
Vendo a fartura por lá.
.
Cambucá e jabuticaba,
Tem a mesma aparência.
Fora da planta é difícil
Saber qual a diferença.
São frutas da mesma cor
Carregam o mesmo sabor
Portanto a mesma essência.
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