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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Na Conversa de Calçada Vitual - Ciranda das Flores

CIRANDA DAS FLORES

0

A primavera chegou

Trazendo sua magia,

Com fartura brotam flores,

Que cada olhar contagia.

Me diga qual é a flor,

Que você mais aprecia?

1

Minha flor especial

É graciosa e bonita

E recorda minha infância

Por isso é a favorita

De moça velha é chamada

E também por Benedita

Dalinha Catunda

2

Ter uma flor preferida

É bem difícil afirmar

Pois gosto de todas elas,

Mas pra não contrariar

Vou citar a Rosa Dália

Que tem beleza sem par.

Nilza Dias

3

Floresta da minha infância,

No meu torrão Ceará.

Bela rosa predileta,

Que perfumava o meu ar.

Até hoje respiro aromas,

Dá flor do maracujá.

Jairo Vasconcelos.

4

De todas aquelas flores,

Que vejo no meu jardim.

Tenho a minha preferida,

Que é a flor de jasmim.

Eu queria para sempre,

Todas juntinhas a mim.

Euza Nascimento.

5

Cada flor tem seu encanto

Sua cor, sua textura

Seu perfume, seu frescor

Sua própria arquitetura

Mas a rosa, meu senhor,

Exagera em formosura.

Giovanni Arruda

6

A flor tem sua beleza,

Nenhuma boto em questão

A flor do mandacaru,

Tem linda composição,

Sou nordestino e adoro

Este símbolo do sertão!

Zé Salvador

7

Quem dera poder plantar

Mil flores no meu jardim

Deixar tudo bem florido

Pros beija- flores chegar

Eu gosto de todas elas

Mas , amo " Rosas - carmim " !!!

Dulce Esteves

8

Eu adoro à primavera.

Aquece meu coração

As manhãs têm alegria

Trazendo mais emoção

Suas flores perfumadas

Me trazem inspiração

Erinalda Villeneve

9

As plantas do meu jardim

Seguem comigo na vida

Sempre que eu cuido delas

Deixam a varanda florida

Gosto de todas, porém

Eu escolho a margarida.

Creusa Meira

10

No jardim da minha casa

Tem vários tipos de flores

Cada qual mais colorida

Exalando seus odores

Gosto da copo de leite

Encanto dos beija flores .

Jerismar Batista

11

As belas flores de jaca

Conseguem ser muito mais

Do que singelas belezas

Campestres bem ancestrais.

- São imponentes essências

Dos sêmens mais divinais!

(Prof. Weslen)

12

É o cravo a minha rosa

Que nasceu na natureza

Para enfeitar meu jardim

Com toda sua beleza

Se veste toda de branco

De candura e de pureza.

Vânia Freitas

13

Alma-nova é o meu nome,

Ou também, copo-de-leite;

Minha essência é leve e calma,

No cabelo eu sou enfeite;

Sou branquelinha bonita,

E entre as flores sou deleite.

Wellington Santiago

14

Brasília, Flor do cerrado!

Logo que te conheci

Nunca pensei que um dia

Me encantaria por ti

Foram muitos os prazeres

No tempo que lá vivi.

Rosário Pinto

Septilhas

15

Se a flor tem o espinho

É o dom da natureza

É o forte do carinho

Procurando a destreza

E o forte da emoção

Chega quando o coração

Encontra sua certeza

Rivamoura Teixeira

16

A minha flor preferida

É um verdadeiro encanto,

Vai do nascente ao poente

Sem arredar do seu canto,

Buscando os raios do sol,

Uns a chamam girassol,

Eu a chamo de helianto.

(Joames).

*.

CONVERSA DE CALÇADA, VIRTUAL

Nos tempos de antigamente, nas cidades do interior as pessoas se sentavam nas calçadas, em finais de tarde, para conversar, contar histórias de Trancoso, fazer brincadeiras, adivinhações. Era muito comum a arte de improvisar versos. Hoje vamos de Ciranda das Flores? vai a sextilha com minha pergunta para servir de exemplo. Cada poeta e poetisa farão uma sextilha com a flor de sua preferência.

*

Obrigada queridos poetas e poetisas, como sempre vocês foram ótimos.

É muito bom ter sempre vocês nessas interações, na Conversa de Calçada Virtual

 dalinhaac@gmail.com

 

quarta-feira, 27 de setembro de 2023

AS MARIAS por Antônio Novais Torres


 

Antônio, boa noite!

Fiquei muito feliz e emocionada com seu texto sobre Maria.

Eu sou neta de Maria, filha de Maria e irmã de Maria.

Carrego esse nome com muito gosto e já me senti muitas Marias ao longo de minha vida.

Sempre tenho Maria como referência.

Posso dizer para você que foi o texto mais significante e bonito que já recebi. Agradeço muito.

Muito obrigada de coração por esse mimo tão especial.

Meu abraço,

AS MARIAS

Para Dalinha Catunda em homenagem ao seu cordel “Maria sem Véu”.

Ao lermos o Novo Testamento, constatamos que Maria era um nome muito popular na Palestina. O nome MARIA é usado em todo o mundo cristão em homenagem à mãe de Jesus nosso Salvador.

Exemplos:

Maria de Nazaré, mãe de Jesus, esposa de José. O anjo Gabriel lhe anunciou o nascimento de Jesus. Deu à luz o seu filho primogênito em Belém. Era da descendência de Davi, filha de um rei. Ela foi a mais abençoada de todas as mulheres por ter sido escolhida para ser mãe de Nosso Senhor, o filho de Deus Pai. “junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena”.

Maria Betânia, irmã de Marta e Lazaro, foi ela que ungiu Jesus com perfume antes da sua morte.

Maria Madalena, ajudava Jesus financeiramente. O Senhor expulsou dela sete demônios. A partir de então dedicou com fervor apaixonado a servir a Jesus, juntamente com outras crentes. Ela também acompanhou a crucificação de Jesus e participou dos preparativos para Seu enterro. Quando constatou que o corpo não se encontrava mais ali, foi a Jerusalém e encontrou Pedro a quem deu a notícia de que Jesus não estava mais na tumba. Foi a primeira pessoa a ver Jesus ressuscitado.

Maria, também chamada “a mãe do apostolo” ou “a outra maria” mãe de Tiago, o Menor e de José. Ela era casada com Clopas (Alfeu), estava presente na crucificação de Jesus. O apóstolo Tiago era chamado de Jacó para diferenciá-lo do irmão de João.

Maria de Jerusalém, mãe de Marcos, ministro da palavra, e autor de um Evangelho.

Maria de Roma, conhecida apenas como uma mulher que trabalhou muito por Paulo e seus companheiros. Um serviço extremamente útil para a congregação de Deus. “Saudai a Maria, que trabalhou muito para nós” disse Paulo.

Miriã ou Maria, era irmã de Moisés e uma das primeiras profetisas e cantora da nação de Israel. Ela, e os irmãos Moisés e Arão foram os líderes que Deus escolheu para tirar Israel do Egito e guiá-lo através do deserto até a terra prometida. Miriã é o termo grego que significa Maria.

Desde cedo, Miriã já demonstrou ser muito corajosa ao salvar o seu irmão Moisés da morte no Rio Nilo, em virtude do decreto do Rei, recolhido e criado como filho, pela filha do Faraó.

Mais tarde, depois que Israel cruzou o mar Vermelho e escapou do exército Egípcio, ela levou o povo a louvar ao Senhor com cânticos e adorá-lo. No entanto, ela foi contra a autoridade superior de Moisés e Deus a castigou, com a maldição da lepra. E ficou fora do arraial, o tempo exigido para que uma pessoa curada da lepra voltasse para junto do povo.

Enquanto ela esteve isolada fora do arraial, o povo de Israel, não partiu até que ela voltasse para seguir junto com ele. Foi curada a pedido de Moisés: “Ó Deus, rogo-te que a cures”.

Mencionemos também, Maria Quitéria e Maria Felipa, guerreiras e protagonistas da Independência da Bahia.

“Não podemos esquecer o valor da vida emocional e meditativa das Marias. Elas são Lâmpadas na igreja, são uma chama viva de amor”.

“Foi nos traços de tantas Marias, que Maria de Lourdes de Aragão Catunda [Dalinha Catunda], discorreu sobre esse magnífico cordel, sua verdadeira identidade, como tema principal da história de sua vida” Escreveu Lindicássia Nascimento, poeta e cordelista na apresentação desse magnífico cordel.

Parabéns, Maria de Lourdes de Aragão Catunda, sou seu fã, através dos elogios e pelejas com o nosso poeta/cordelista José Walter Pires.

Pesquisas:

Novo Testamento;

Mulheres da Bíblia de Abraham Kuyper;

Enciclopédia Bíblica de Orlando Boyer.

Antonio Novais Torres

antoniotorresbrumado@gmail.com

Brumado, em setembro de 2023.

dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

DE CORDEL EM CORDEL


 DE CORDEL EM CORDEL

1

O cordel tem seu registro

Tem nome tem tradição

É bem imaterial

E cultural da nação

E eu sou Dalinha Catunda

Na salvaguarda em ação.

2

O cordel era vendido

Num barbante pendurado,

Era uma cordinha fina

Um barbante bem delgado

O cordão em Portugal

De cordel era chamado.

3

Foi por isso que o folheto

Que na corda era escanchado

Em nome deste costume

Por cordel foi batizado

Não demorou muito tempo

Terminou sendo aprovado.

4

Aquele que faz cordel

É chamado cordelista

Ou poeta de bancada

É um especialista

Que domina o versejar

E no palco é um artista.

5

No folheto, no cordel

Popular Literatura

Escrita e oralidade

São partes dessa cultura

Além disso ainda agrega

Também a xilogravura.

6

A xilogravura é

Técnica de entalhar

Desenhos numa madeira

Para em seguida empregar

Como capas nos cordéis

No momento de editar.

7

Com os colonizadores

O cordel aqui chegou

Aportou lá na Bahia

E logo se propagou

O Nordeste brasileiro

Essa cultura abraçou.

8

Leandro Gomes de Barros

Com base na cantoria

Achou que daria pé

Editar o que escrevia

Pioneiro no cordel

Além de editar vendia.

9

E foi Maria das Neves,

A Batista Pimentel!

Como primeira mulher

A escrever um cordel

E o nome de homem usou

Para assinar o papel.

10

O cordel é popular

Entretanto é exigente

Quem quiser tentar fazer

É bom que fique ciente

Das regras que o cordel tem

Para então seguir em frente.

11

É gênero literário

É Cordel Literatura

Com linguagem popular

Aborda nossa cultura

E com seus temas diversos

É um convite a leitura.

12

Ter princípio meio e fim

É próprio da narração

A riqueza de detalhes

Favorece a construção

Não faça com correria

Tenha zelo e atenção.

13

O cordel tem que ter: métrica,

Ter rima, ter oração,

E destes três elementos

Jamais se pode abrir mão

Estude as regras primeiro

Só depois entre em ação.

14

Para escrever um cordel

Pense no que vai fazer

Matute sobre a história

P’ra melhor desenvolver

Procure ser criativo

No momento de escrever.

15

Na capa do meu cordel

Trago imagem da oração

No miolo trago a rima

Também metrificação

Assim vou desenvolvendo

Com regras a narração.

16

Eu primeiro faço um verso

Que chamam de pé ou linha

Rimo só nos versos pares

Como me ensinou Bastinha

Sem rimas ficam os ímpares

A sextilha assim caminha.

17

Para fazer a sextilha

Seis versos devo fazer

Cada verso sete sílabas

Na contagem deve ter

É a metrificação

Para o ritmo manter.

18

Para escrever um cordel

Não se faz só com sextilha

Temos outras opções

Uma delas a setilha

E temos também a décima

Veremos noutra planilha.

19

A sextilha recomendo

P’ra quem é iniciante

Sextilha tradicional

Porque temos variante

Ao dominar a sextilha

Pode seguir adiante.

20

Um verso de pé quebrado

Desabona a oração

E por isso é bom contar

Tendo bastante atenção

Pare na última tônica

Diz a metrificação.

21

Conte as sílabas poéticas

E não as gramaticais

Aprenda sobre elisões

Pois isso ajuda demais

E leia sempre em voz alta

Os erros dão seus sinais.

22

Dê sentido a cada estrofe

Escreva, mas com prudência

Rimar e metrificar

Deve ser com coerência

Atenção ao conteúdo

Ao ritmo e a sequência.

23

Leia e releia seus versos

E corrija a narrativa

Capriche na introdução

E seja imaginativa

Para concluir a história

De maneira criativa.

24

O cordel tem seu valor

E não podemos negar

Foi o jornal do Nordeste

Notícias sabia dar

Foi folheto com poder

Também de alfabetizar.

Fim

Cordel de Dalinha Catunda

Capa de Maércio Siqueira

dalinhaac@gmail.com

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

O Dia do Fico em Cordel


 

O DIA DO FICO, é um cordel que escrevi para participar do Livro:

A Independência do Brasil em Cordel, projeto organizado por Fernando Assumpção. É um livro bom, principalmente para quem é professor.

Gostei de participar e recomendo a leitura.

 

O DIA DO FICO

1

Nossa história do Brasil

Em cordel eu vou contar.

O que pesquisei na prosa,

Em versos vou relatar.

É sobre o Dia do Fico

A parte que vou falar.

2

Vou pegar a minha rima,

E caprichar na oração.

Cada linha do cordel,

Farei com muita atenção,

Medindo bem cada verso,

Pondo a metrificação.

3

P’ra não me perder na história

Bons textos eu consultei.

Vou passar para o papel,

Tudo aquilo que já sei,

Vou cumprir minha missão,

No projeto que abracei.

4

Em mil oitocentos e oito (1808)

Essa história começou.

Quando a família real,

Fugindo, ao Brasil chegou.

A possível invasão,

Francesa, a fuga causou.

5

E foi assim que o país,

De Colônia portuguesa,

Virou o Centro do Império,

Diz a história, com certeza!

E mais tarde virou reino,

Abrigando a realeza.

6

Daí, O Rei Dom João VI,

Diante a revolução

Liberal do Porto, voltou

A Portugal. Na ocasião,

Aqui deixou seu herdeiro

Essa foi a solução.

7

O receio que o Brasil

A Reino Unido elevado,

Os seus direitos perdesse,

Era o motivo acertado,

Para o Príncipe Regente

Assumir esse reinado.

8

Isso porque, se o Brasil

Sem direitos, afinal,

Seria então como antes,

Colônia de Portugal.

Porém surgiu nova ideia

E com importante aval.

9

Pois aqueles que compunham

A forte elite rural,

E a brasileira política,

Acharam ser ideal,

Ter um “Reino do Brasil”

E livre de Portugal.

10

Porém o próprio Dom Pedro

Já pensava em se afastar

Dessa corte portuguesa.

Fortemente a lhe apoiar

Sua esposa Leopoldina,

Com quem podia contar.

11

E teve também apoio:

O regente brasileiro,

Que foi José Bonifácio

Seu Ministro e conselheiro,

Que muito influenciou,

Nas atitudes do herdeiro.

12

Dom Pedro recebeu ordens

Para a Portugal voltar,

E a sua preparação,

Acadêmica terminar.

Entretanto aos brasileiros

Foi como bomba no ar.

13

No Brasil a elite agrária

Ficou a se lastimar,

Pois perder as liberdades

Comerciais, nem pensar!

Tudo que foi conquistado

Tinha que se resguardar.

14

E foi por esse motivo,

Que essa elite rural

Lutou para que Dom Pedro

Não voltasse a Portugal.

Para sua permanência,

Teve um plano especial.

15

Iniciou-se a coleta

De assinaturas mil,

Pedindo p’ra que Dom Pedro,

Não saísse do Brasil.

O pensado aconteceu,

Sem precisar ser hostil.

16

A coleta começou

Pelo Rio de Janeiro,

Depois foi Minas Gerais,

Além de São Paulo inteiro.

O esforço não foi em vão,

Deu força a Pedro Primeiro.

17

Presidente do senado,

José Clemente Pereira,

A Dom Pedro apresentou,

Essa lista pioneira:

Foram mais de oito mil

Assinando a lista inteira.

18

Com isso o Príncipe Regente

Decidiu contrariar,

Das tais Cortes Portuguesas,

Ordens para retornar.

Pois era sua vontade,

Aqui no Brasil ficar.

19

Foi em 9 de janeiro, (1822)

Eu afirmo sem engano.

E foi em mil oitocentos

E vinte e dois firmo o ano.

Se deu O DIA DO FICO

Dom Pedro foi soberano.

20

No então Passo Real,

E naquela ocasião,

Dom Pedro comunicou,

Diante da multidão,

Ao povo que assistia,

Sua nobre decisão.

21

Se é para o bem de todos,

Eu não vou dizer que não.

Felicidade geral,

Quero para essa nação.

Digam ao povo que fico!

Pronto pra qualquer ação.

22

No nobre Dia do Fico

Pedro, o príncipe regente,

Tinha só vinte e dois anos,

E afrontou publicamente,

As cortes que o queriam,

Em Lisboa novamente.

23

E depois de oito meses

O grito da Independência,

Dado as margens do Ipiranga,

Do Fico, foi consequência.

Nascia um novo Brasil,

O povo tinha ciência.

24

Dessa história do Brasil,

Uma parte aqui contei.

Alguma coisa eu sabia,

Outras tantas pesquisei,

200 anos de história

Foi o tema que abracei.

*

Cordel de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com