Olá, amigos,
Obrigada
pela interação. Gostei muito das glosas de todos vocês. Foi ótimo a abordagem
do tema. Meu abraço a todos.
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
Mote de
Dalinha Catunda
.*
Nos tempos
de antigamente
O povo se reunia.
Contava
histórias, sorria,
Porém, hoje
é diferente.
Nas calçadas
nossa gente,
Não senta
pra conversar,
Não brinca
de adivinhar,
Nos
alpendres do sertão:
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Dalinha Catunda
*
É visível a
existência
Do antes
para o agora
logo no
romper da aurora
De rádio não
há frequência
Acabou a
audiência
Ví o seu
botão travar
E o nosso
dialogar
Virou essa
intervenção
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Glosa:Gevanildo
Almeida
*
Mas cadê
meus envelopes ?
Já se foram
meus bilhetes !
Meus florais
em ramalhetes,
Sumiram como
galopes.
Inté mesmo
aqueles dropes,
De menta pra
refrescar,
É difícil de
encontrar,
Sem ter
bodega e balcão ;
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO,
AO CHEGAR O
CELULAR.
Wellington
Santiago
*
Toda noite
no terreiro:
Eu pulava,
eu corria;
Eu cantava,
eu sorria
Ou abria um
berreiro,
Era assim o
ano inteiro;
Na mangueira
se atrepar,
Pegar frutas
e chupar,
Se banhar no
cacimbão;
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Arimatéa Sales.
*
Brincadeira
de criança
Era boneca
de pano.
Entrada de
cada ano
Mais crescia
a esperança.
O inverno
era a bonança
Na hora de
se plantar.
Às noites,
em nosso lar
De
histórias, contação.
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Chica Emídio.
*
Recordo saudosamente,
Do período
de outrora,
Emoção me
invade agora,
Me deixando
tristemente,
Às coisas de
antigamente,
Me comove,
ao recordar,
Para se
comunicar,
Por carta,
era solução,
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO,
AO CHEGAR O
CELULAR.
Joabnascimento
*
Tenho cartas
e postais
Correspondências
antigas
De paqueras
e de amigas
E o tempo
não volta mais
Classificado
em jornais
De livros
para comprar
Anúncios pra
namorar
Era grande a
diversão
"SE FOI
NOSSA TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR"
Creusa Meira
*
Brincadeiras
de crianças,
As conversas
nas calçadas
Em rodas bem
animadas
Atiçam
muitas lembranças
Progresso
trouxe mudanças
A gente tem
que pagar
E na saudade
evocar
Os tempos
belos de então:
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Bastinha Job
*
Com a
tecnologia
Distanciaram
a gente
As conversas
num batente
Ninguém ver
mais hoje em dia
Pois esse
bicho vicia
Mesmo
distante o lugar
Substitui
num piscar
Ninguém tá
ligando não
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Dulce Esteves
*
Do rádio
vinha o repente,
A viola a
embalar,
Nas rodas
pra se dançar
Cantoria era
frequente.
Agora o povo
ausente,
De cabeça a
digitar,
Perde o
tempo de sonhar
E cultuar a
emoção.
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Chico Fabio
*
Chegou a
tecnologia
Com força e
gosto de gás
Do baralho é
a carta ás
Para alguns
trouxe alegria
Pra outros a
nostalgia.
Muitos não
conseguem usar
Para se
comunicar
Através
desta invenção
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Vânia Freitas
*
Fofoqueiro a
moda antiga
Já perdeu a
validade
Devido a
velocidade
Da fofoca e
da intriga
Não adianta
fazer figa
Nem cruz
credo murmurar
Pra notícia
não chegar
Ôh
tecnologia do cão!
SE FOI NOSSA
TRADIÇAO
AO CHEGAR O
CELULAR
Kleber
Torres
*
O conto da
carochinha
As histórias
de vovó
O saci com a
perna só
Pega pega
amarelinha
A ciranda
cirandinha
Vamos todos
cirandar
Sereiazinha
do mar
A mãe preta
e o pai João
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
Araquém
Vasconcelos
*
Era no rádio
de pilha
Que música
boa se ouvia
Com a
notícia e a cantoria
Era nós
sintonizados
O povo era
informado
Com o rádio
sempre no ar
Para se
comunicar
Era a melhor
opção
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
Maria de
Lourdes da Silva
*
Do rincão
que fui criada
Eu tenho
rica lembrança,
Domingo era
uma festança
Alegrando a criançada;
Passa-anel,
roda ou queimada
Fazia o
tempo passar,
Mas hoje se
analisar
Chega aperta
o coração:
SE FOI NOSSA
TRADICIONAL
AO CHEGAR O
CELULAR
Nilza Dias.
*
No tempo de
antigamente
A calçada
reunia
Toda noite,
todo dia
Os amigos e
parentes
Pra trocar
notícias quentes
Fazer verso,
conversar...
Mas agora,
fofocar
Virou uma
obsessão
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
Giovanni
Arruda
*
Os bilhetes
perfumados
Dois nomes
em união
Escrito no
coração
Pra jamais
ser separados
Colegas
davam recados
Marcando pra
se encontrar
No banco do
patamar
Da igreja de
são João
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
Jairo
Vasconcelos
*
Carrinhos
feitos de lata
Contar
estrelas no céu
A corrida do
tetéu
Meu cachorro
vira-lata
Preá
entrando na mata
Pra fera não
lhe pegar
E uma noite
de luar
Servia de
inspiração
"SE FOI
NOSSA TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR".
Jerismar
Batista
*
Cartas com
endereço certo
Pra não
voltar e dá problema
A resposta
era um dilema
Tanto pra
longe ou pra perto
Na mercearia
do Alberto
Tinha ficha
para comprar
Cartão pra
telefonar
Até fila no
orelhão
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
Fco. de Assis Sousa
*
Temos o
mundo nas mãos
Quando
usamos o celular
Dá para tudo
pesquisar
Mas também
tem traição
Os dados
roubam em vão
Casamentos a
se cessar
Os filhos a
se viciar
Há herói e
há vilão
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
João Roberto
Coelho
*
Nos tempos
de antigamente.
Era tanta
brincadeira.
Coisa de
criança arteira.
A vida era
mais contente.
Tudo ficou
diferente.
Não sabemos
brincar,
Nem há tempo
para amar.
Vivemos na
solidão.
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO,
AO CHEGAR O
CELULAR!
Rosário
Pinto
*
Já não temos
mais a vida
que se havia
antigamente.
Hoje a vida
é diferente,
até parece
invertida,
degredada,
descabida,
sem mais jeito
de acertar
muito menos
demudar,
isso é minha
opinião…
FOI-SE NOSSA
TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR.
David
Ferreira
*
Pirueta na
amplidão
Sonho de
qualquer menino
Mas por
força do destino
SE FOI NOSSA
TRADIÇÃO
A rodada do
pinhão
Faz esse
mundo girar
Mas se
queres navegar
Dentro desse
mundo cão
Entrega te à
solidão
AO CHEGAR O
CELULAR.
Ésio Rafael
*
Hoje vejo
muita gente
Na cultura
dar reboque
Vem um tal
de tik tok
Tem um x sem
ser oxente
YouTube bem
frequente
E tem mais
pra atrapalhar
Não dá nem
para citar
Internet é a
opção
FOI- SE
NOSSA TRADIÇÃO
AO CHEGAR O
CELULAR
*
“GLOSANDO NA
REDE” é uma ciranda de versos que tem como proponente, a poeta Dalinha Catunda.
dalinhaac@gmail.com