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terça-feira, 13 de março de 2012

SEM MEDO DE MONTAR



SEM MEDO DE MONTAR
*

Andei montando um cavalo,
Pras bandas do meu sertão.

Sua fama percorria

Toda aquela região.

Em cavalo não confio,

Porém sendo desafio,

Encaro a situação.
*
Ele me olhou de soslaio
Porém não me intimidou.

Passei a perna por cima,

A sela me acomodou

Eu gostei da montaria,

Ele bravo se exibia,

Só que não me derrubou.
*
Pra ver sua reação,
Eu enfiei o chicote.

Ele então me chacoalhou,

E disparou no pinote

Numa aventura assassina,

Segurei na sua crina

Me enroscando em seu cangote.
*
Horas me faltava céu.
Horas me faltava chão.

Hora nenhuma faltou,

Foi mesmo disposição.

Porém ele parecia,

Que aos poucos esmorecia,

Penando em minha mão.
*
Se o bruto ficou domado,
Isto não posso dizer.

Só sei que segue meu rastro

Isto posso perceber,

Escuto seu relinchar

Porém só volto a montar

Atendendo o meu querer.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

6 comentários:

Victor Gil disse...

Olá Dalinha.
Tenho andado ou pouco afastado dos blogues, porque fiz uma intervenção cirúrgica ao coração para substituição da válvula aórtica. Mas não resisto em vir ao teu espaço. Para além dos fabulosos cordéis que escreves, ainda nos dás imagens fabulosas da tua pessoa. Esta tua foto montada em um cavalo é de uma sensualidade e beleza extraordinária, só conseguida por uma mulher cuja beleza sertaneja não deixa dúvidas.
Meu beijo e meu carinho de sempre.
Victor Gil

chica disse...

Lindo e me encanto com teus versos em cordel. Adoro a chance de duplo sentido por aqui,rsrs beijos,obrigado pela interação linda.Está lá! beijos,chica

Maniçoba disse...

Nunca montei em cavalo,
Pra issso falta coragem,
Não vou mentir pra voces,
Pois seria pabulgem,
Porém, eu onto em Lambreta,
Garanto, isto não é peta,
Não sou de vagabundagem.

Maniçoba disse...

Dalina essa ramagem,
Que vejo em seu sertão,
Que dá pra criar cavalo,
Não tenho no meu rincão...,
Com Maniçoba cuidado,
Que pode matar o gado,
Não presta para ração.

Maniçoba disse...

Este cavalo alazão,
Que não precisa de espora,
Que voce está montando,
Diga-me aqui e agora,
Será que foi do vaqueiro,
Que ganhou o tabuleiro,
Deixou voce, foi embora?

Maniçoba

Maniçoba disse...

Dalinha,

A propósito, peço permissão pra relatar um pequena história. Segue:

Conta, o poeta Jose Lucas de Barros, em seu livro Repentes e Desafios, que o saudoso Belarmino de França foi contratado para uma cantoria no município de Pombal (Triângulo), com a garantia do transporte de volta. Na hora da viagem o dono de casa ofereceu-lhe a garupa de um jumento. Diante da situação desanimadora, alguém gritou: "Jumento nao tem garupa". Belarmino, instigado pelos presentes, improvisou:

Segundo o que está escrito,
Jumento por garantia,
Levou Jesuse e Maria
De Belém para o Egito;
Não é um animal bonito,
Mas, no trabalho, se ocupa;
Se ele der uma upa,
Bota o sujeito no chão...
E eu não sei por qual razão
Jumento não tem garupa.