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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

CURADA DE COBRA


CURADA DE COBRA
*
Você foi fogo de palha
Que a labareda lambeu
Foi nuvem que virou chuva
Caiu no chão e correu
Foi o canto da cigarra
Só pra cantar teve garra
Depois do esforço morreu
*
Você foi folha ao vento
Que a tempestade levou
Você foi caldo de cana
Que na cabaça azedou
Você foi cobra criada
Seu bote não valeu nada.
Curada de cobra sou.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

Um comentário:

Coronel Euclydes disse...

Sim, eu sou fogo de palha,
Posso ser mesmo um canalha,
Não passo de um Zébedeu.
Mas se a vida me apoquenta,
Pica e me ferve as idéias,
A minha cabeça esquenta.
Corro a todas Dulcinéias
E abro o bico de verdade,
Vou contar pra quem falou
Que eu era bicho do mato,
Pois do jeito que eu estou
Quebro o copo e viro a mesa,
Você pode ter certeza:
De cobra, curado sou.