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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

MOTE COM POTE E RODILHA


Foto e mote de Dalinha Catunda,
Postagem com poetas convidados
MOTE:
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote
*
Sou natural do Nordeste,
Nascida no Ceará.
Aprontei muito por lá
Na minha vidinha agreste
Aticei cabra da peste
Pra comigo dançar xote
Dançava, dava pinote,
Sem me assustar com braguilha.
Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
Dalinha Catunda
*
Guardo vivos na lembrança
Momentos especiais
De folguedos nos quintais
Do meu tempo de criança
Havia também cobrança
Que eu cumpria sem fricote
Enrolava um saiote
Para apoiar a vasilha
Eu já usei a rodilha
E tomei água de pote.
Creusa Meira 
*
Nasci na Vila do Amaro
  terrinha que me cativa
  Recebi de Patativa
  o conselho e o amparo
  o bafejo do seu faro
  inspirou também meu mote
  na décima atei meu bote
  e fiz essa redondilha:
  NUNCA PEGUEI NA RODILHA
  MAS TOMEI ÁGUA DE POTE!
 Bastinha Job

Eu nasci na capital,
mas a coisa era apertada,
não tinha água encanada,
só um poço no quintal.
Dali bebia animal,
galinha, pato e capote,
gente grande e meninote,
o pai, a mãe e a filha.
Nunca peguei na rodilha,
Mas tomei água de pote.

Marcos Mairton 
* 
Eu nasci em Maceió
Estado das Alagoas
ao qual teço minhas loas
sempre que eu vou por lá
pra tomar banho de mar
eu vou remando meu bote
e me lembrando que um mote
quebrou a minha setilha
nunca peguei na rodilha
mas tomei água de pote

Fred Monteiro 

Que você dava pinote,
Isso eu não creio, não,
Mulher do seu gabarito,
Aguenta qualquer rojão,
Mulher da melhor estirpe,
Das que há no meu sertão.
  Zé da Paraiba

Eu não nasci no nordeste.
Tenho o sangue misturado.
Paraíba, por um lado,
e Minas Gerais, sudeste.
Urbanóide e não agreste,
de bolero a fox-trote
dancei desde meninote
e até mesmo quadrilha.

Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
Hardy Guedes 
Por visto a minha vidinha
foi mais simplória que a sua:
brinquei de roda na rua, 
de peteca e amarelinha;
- Mas que insolência a minha -
vou modificar seu mote,
preste atenção e anote: 
fui além da sua trilha,

porque peguei na rodilha
e tomei água de pote!
Nezite Alencar
Também nasci no Nordeste
Bem ao sul do Ceará
Ainda vivo por cá
Levo uma vida campestre
Faço rima feito a peste
É só me mandar o mote
Que o verso sai em pacote
Enfeitado com presilha

Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
 (Anilda figueirêdo)
*
Lembro o banco de aroeira
Lá da casa de vovó
O jirau, o caritó
A antiga cantareira
A jarrona revedeira
Caneco boca em serrote
E pra completar meu mote
Vejo a surrada mantilha
Nunca peguei na rodilha
Mas bebi água de pote.
Josenir Lacerda

Eu também sou do Nordeste
E jamais saí daqui
Escolhi o Cariri
Que me acolhe e me reveste
Luar do sertão celeste
Da fogueira e do pinote
Quixotesco de um xote
Ancorado na forquilha
Nunca peguei na rodilha
Mas bebi água de pote.
Ulisses Germano
Sou caboclo nordestino
Do brejo Paraibano,
Do martelo alagoano,
Violado  com refino,
Exaltando Virgulino
O mensageiro da morte,
Este sertanejo forte,
Tão pouco leu a cartilha.
Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote.
Ivamberto Albuquerque

3 comentários:

Fred Monteiro da Cruz disse...

Oi Dalinha.. bom demais esse teu blog (e tb a coluna do JBF.. vale a pena versejar com gente boa feito você.. então lá vai mais uma )

Eu nasci em Maceió
Estado das Alagoas
ao qual teço minhas loas
sempre que eu vou por lá
pra tomar banho de mar
eu vou remando meu bote
e me lembrando que um mote
quebrou a minha setilha
nunca peguei na rodilha
mas tomei água de pote

Jeferson Cardoso disse...

Quem considera a origem vai longe com a escrita!
Dalinha, a propósito, por acaso, gosta de literatura amadora? >>> O http://jefhcardoso.blogspot.com anseia por seu comentário. Abraço!

Albemerc disse...

Nasci lá no Piauí
Terra boa de verdade
No campo ou na cidade
Tem caju e cajuí
Carnaúba e buriti
Menino e velhote
Lá dançam o xote
No forró e na quadrilha
Nunca peguei na rodilha
Mas tomei água de pote