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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A DUPLINHA - ENTRE FLORES E VERSOS

 ENTRE FLORES E VERSOS

*
BASTINHA JOB
E eu sou preta por fora
Cheiro mais do que coentro
Sou bem vermelha no meio
E tenho um pinguelo dentro
*
DALINHA CATUNDA
Que diabo de flor é essa
Que não sei e nunca vi
Só se for a flor que nasce
Pras bandas do Cariri
Que fede mais que tabaco
E até mata cabra fraco
Chamada flor de pequi.
*
BASTINHA JOB
Não é pequi essa flor
É uma arroxeada
De vez em quando,Anilda
Dá nela uma recitada
Acho até que ela é cara
Assim minha flor é rara
Dizem qu'ela é sagrada!
*
Dalinha Catunda
A tua flor não é rara
Nem aqui nem no Japão
Pois nasce em feijão de rola
Simples flor lá do sertão
Chamada ximbiu de freira
Que nasce em trepadeira
Priquitinho em meu torrão.
*
BASTINHA JOB
Pequi e nem priquitinho
Não dá em pé de feijão
Mesmo ele sendo de rola
A flor não se mete não
Já disse seu tom de roxo
Não nasce em ramo choço
E pé que não dá tesão!
*
DALINHA CATUNDA
Porém dá em trepadeira
Essa flor roxa e tão bela
E Catulo da Paixão
Já fez poema pra ela
Agora responda já
É flor de maracujá
Inspiração de Varella?
*
BASTINHA JOB
Agora, sim acertou
É a flor do Maranhense
A linda flor de Catulo
Que nunca foi cearense
De tão rara não abunda
Tal qual Dalinha Catunda
Que já é caririense!
*
DALINHA CATUNDA
Bastinha cara poeta
Parceira que boto fé
Firmou morada em Crato
Mas nasceu em Assaré
Da escola de Patativa
Do cordel é uma Diva
Que sempre aplaudo de pé.
*
Versos da DUPLINHA
Foto do acervo de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

Um comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Duplinha poética maravilhosa.
.
Feliz inicio de semana.