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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM SE COMER NA MINHA MÃO.


 

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

*

Nem bem o dia amanhece

Já está em meu quintal

O seu canto matinal

É canto que me enternece

Mas comida só merece

Quem tem rumo e direção

Não cedo alimentação

Pra quem sempre vai e vem:

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

*

Depois da barriga cheia

Vai ciscar noutro lugar

Isso não vou aturar

Nela vou meter a peia

Pois rola que me chateia

Não prendo em meu alçapão

Eu mando lamber sabão

E deixo de querer bem:

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

*

Se a pomba-rola se vai

Meu mundo não vai cair

Eu vou ficar a sorrir

Perdendo é ela quem sai

Meu “dicumê pomba atrai

E nem me preocupo, não

É que rola no meu chão

Basta assoviar que vem:

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

*

De pomba eu posso gostar

Porém vou logo avisando

Não venha ficar ciscando

Se não for para ficar

Rola só vou adotar

Se me provar afeição

Pois sem essa condição

Eu prefiro ficar sem:

PRA ROLA SÓ DOU XERÉM

SE COMER NA MINHA MÃO.

*

Mote e glosas de Dalinha Catunda

Xilo de Valdério Costa

 

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