Seguidores

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

TROVAS PARA UMA MORENA


 TROVAS PARA UMA MORENA

Quem um dia vestiu chita,
Voltava para o sertão,
Agora vestindo seda
E cheia de sedução.
Abalou sua cidade
Numa festa de chitão,
Dançando a noite inteira,
Com importante varão.
Rodopiou feito louca,
Nos braços do tal rapaz,
Que enfeitiçado por ela,
Dançava e perdia a paz.
Os requebros que mantinha,
Entre ancas e umbigo,
Acalorava a paixão,
A morena era um perigo!
Faceira e desaforada,
Pedaço de perdição,
Fez um estrago danado
Num monte de coração.
Fez cabra pedir penico,
Em vez de separação.
Fez macho trepar em égua,
Gozando em sua intenção.
Vivia fora da lei,
Andava na contra mão,
Mas tinha um xodó danado
Por seu pequeno sertão.
Nascida nas Ipueiras.
Também criada por lá
Tangida por “moralistas”
Guerreira do Ceará.
E pariu dois filhos machos,
Sem nunca subir ao altar.
Só precisou de instinto,
Na hora de procriar.
Gostava de liberdade.
Gostava de ter paixão.
Gostava de lua cheia
Gostava de amar no chão.
Reza a lenda que ela um dia
Se transformou em sereia,
E fisgou um pescador,
Se acasalando na areia.
O que conto nestes versos,
É somente um tostão,
Da morena endiabrada,
Lenda viva do sertão.
E foram tantas histórias,
Que ouvi sobre a morena,
Um dia lhes conto o resto.
Garanto que vale a pena.
.
Versos e fotos de Dalinha Catunda

Nenhum comentário: