Seguidores

sábado, 30 de outubro de 2021

Ô VÉIA PRA ENXERGAR!


 

Ô VÉIA PRA ENXERGAR!

*

Minha mãe é poetisa,

E sempre gostou de ler,

Mas ficou com a vista curta,

Começou seu padecer.

Com receio de cegar,

Resolveu se consultar,

Para a vista não perder.

*

O doutor disse ligeiro

Sem rodeio sem bravata:

- Aqui pelo que estou vendo

O seu caso é catarata!

Uma simples cirurgia,

Vai fazer sua alegria,

Vamos já marcar a data.

*

Mamãe ficou animada,

Cheia de satisfação,

Contava pra todo mundo,

Dessa sua operação.

Outra coisa não falava,

Todo dia ela rezava,

Pra dar certo a intervenção.

*

Não demorou muito tempo

Ela foi paro o hospital,

E por causa da idade

Mamãe precisou de aval,

Mas depois de operada,

A vista foi renovada,

E ficou especial!

*

Hoje quando alguém pergunta,

Se vê mesmo, ou se é fofoca,

Ela diz que enxerga até

“Priquito” de muriçoca,

E nem pense em contestar!

Pois língua pra argumentar,

Ela tem bem grande e choca.

*

Versos e foto de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

VOU CAIR NO FORRÓ


 VOU CAIR NO FORRÓ

*
A casa caiu
Mas fiquei de pé
Sem nem um até
Meu amor sumiu,
Mas já que partiu,
E não teve dó
Eu vou pro forró
Curtir e dançar
Achando um bom par
Não vou ficar só!
*
Vou dançar baião,
Vou me rebolar,
O pau vai torar,
Quero animação!
Poeira do chão
Tiro no pinote,
Capricho no xote
Também no xaxado,
Não será negado
Cheiro no cangote.
*
Vou até de “chico”
Pois sou do pagode
Só dança quem pode
Não vou pagar mico
Entro no fuxico
E torna a entrar
Se o cabra encaixar
E a dança fluir
Vamos sacudir
Vamos vadiar.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

sábado, 16 de outubro de 2021

O MILAGRE DE SANTANA


 

O MILAGRE DE SANTANA

1

A Deus Pai peço licença

Para esse caso contar,

Que os anjos digam amém

Para o que vou relatar

O que se deu é verdade

A mais pura realidade

Me cabe apenas narrar.

2

Santana mulher católica

Adoeceu gravemente,

Muitas vezes foi ao médico,

Mas continuou doente.

Fez de tudo pra sarar,

Mas nada de melhorar

Já se sentia impotente.

3

Se apegou com tantos santos,

Fez prece, fez ladainha.

Rezou pra Nossa Senhora,

De Maria a Mãe Rainha,

Mas não ficava curada,

Estava desenganada,

Certeza disso ela tinha.

4

Saíra do CTI

Direto pra residência,

Só para esperar a morte,

Disso ela tinha ciência.

Mas sem querer se entregar,

Continuou a rezar,

A Deus pedia clemência.

5

Tinha num canto do quarto

Um altar para oração.

Além das Nossas Senhoras,

Mais santos de devoção.

Cada santo era invocado,

Quando o terço era rezado,

Na busca por compaixão.

6

Uma noite após o terço,

E do povo dispersar,

Cada filho foi pra casa,

Depois da mãe confortar.

Santana dormiu sedada,

No meio da madrugada,

Sentiu sua cura chegar.

7

O seu quarto estava escuro

Ficou todo iluminado.

Por oito seres de luz

O seu corpo foi tocado.

Ela se viu renascendo,

Sua força foi crescendo,

Viu que tinha levitado.

8

Todos vestidos de branco,

Saíram de par em par,

Mas um com estetoscópio

Ficou a se demorar...

Um negro anjo do bem

Vestindo branco também

Disse: pode levantar!

9

Santana se levantou

Com certa dificuldade.

Sentiu o peso das pernas,

Mas quanta felicidade!

Quando o dia amanheceu,

Seu povo reconheceu,

Um milagre de verdade.

10

E foi Maria Santíssima,

E obra de São Benedito,

Que intercedeu por Santana,

E ajudou no veredito.

O bom santo da fartura,

E também santo da cura,

Se fez presente no rito.

11

Santana contou o sonho,

E tudo que sucedeu.

Todos tiveram certeza,

Que o Santo intercedeu.

Com a iluminada escolta,

Trouxe Santana de volta,

O milagre aconteceu!

* 

Versos de Dalinha Catunda

 Foto de Lindicássia Nascimento


 

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

MEU LINGUAJAR


 

MEU LINGUAJAR

*

Eu venho lá do Nordeste

E gosto do meu dialeto

Não venha me achincalhar

Porque sei que ele é seleto

Adoro meu linguajar

Você pode não gostar

Porém é meu predileto.

*

Se você diz que é Aipim

Eu digo que é macaxeira

Você diz que é estilingue

Eu digo que baladeira

Se você diz que é bobagem

Eu na minha sacanagem

Vou dizendo que é besteira.

*

Se você diz que é abobora

Ou então diz que é moranga

Eu brado que é jerimum,

Você debochado manga

E se digo que é biquíni

A tal da calcinha mini

Você resmunga que é tanga.

*

Você fala que é moringa

Eu afirmo que quartinha

Inda quer chamar piaba

Pelo nome de sardinha

Eu digo que é bendito

Você dá seu veredito

Jurando ser ladainha...

*

Versos e fotos de Dalinha Catunda

quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A CAVEIRA E A CAMBAXIRRA


 

A CAVEIRA E A CAMBAXIRRA

*

Garanto faz muito tempo

Que o boi malhado morreu,

Era um animal bonito!

Mas a desdita o venceu.

E foi só falta de sorte,

Recordo bem essa morte,

Uma serpente o mordeu.

*

Lá no alpendre do meu rancho,

Na coluna de madeira,

Só para recordação,

Penduramos a caveira.

Hoje é lar de passarinho,

Cambaxirra fez seu ninho,

Ave engenhosa e Matreira.

*

Andei vendo um movimento,

Na caveira pendurada,

Cheguei perto para ver,

E fiquei admirada!

A ave saiu voando,

Eu fiquei de longe olhando,

A cambaxirra assustada.

*

Logo, logo descobri

Que havia ali um casal.

Os dois muito parecidos,

Levando material,

Para o ninho reforçar,

E os ovinhos abrigar,

De maneira especial.

*

Não tem chuva, não tem vento,

Para o ninho derrubar.

A escolha foi divina,

Eu posso até apostar!

Tem ciência e tem beleza,

As tramas da natureza,

Engenho a nos encantar.

*

Fotos e versos de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

VERSOS E ARTESANATO


 VERSOS E ARTESANATO

*
Com a história do sertão,
Afirmo, que tenho trato.
Em verso no artesanato,
Eu faço a demonstração.
Vou mostrar nessa oração,
Que de forma artesanal,
Eu fiz um belo casal,
Representando o cangaço.
No tema não me embaraço,
Sou bonequeira, afinal!
*
Versos de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

NOSSA SENHORA DE PANO


 Nossa Senhora de Pano

*
Entre um afazer e outro
Em momentos de lazer
Foço meu artesanato
Gosto muito de fazer
Fiz uma Nossa Senhora
Acho que ficou
da hora
Pois fiz com muito prazer.
*
Arte e versos de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com