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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

QUADRÃO MINEIRO


QUADRÃO MINEIRO
*
Sou poeta de bancada
Porém fui desafiada
Deixei meu rastro na estrada
Em alpendres e terreiro.
E quem quiser o meu canto
Entoando um acalanto
Eu vou cessar qualquer pranto
Cantando quadrão mineiro.
*
Eu quase nunca me zango,
Arrasto o pé num fandango,
Danço valsa, danço tango,
Mas se tiver sanfoneiro
Eu danço xote e xaxado
Um forrozinho encaixado
Capricho no requebrado,
Cantando quadrão mineiro.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

CRATINHO DE AÇUCAR ADOÇOU MINHA VIDA



CRATINHO DE AÇUCAR ADOÇOU MINHA VIDA
O Ceará sempre foi meu mundo, mas meu pedacinho do Ceará fica lá pertinho do Piauí. É Ipueiras, porém foi Crato que me colocou nas alturas.
Tinha muita vontade de conhecer o Crato e a boa oportunidade surgiu através de Josenir Lacerda poeta e cordelista que foi porta-voz dos membros a ACC- Academia dos Cordelistas do Crato fazendo-me o convite para participar do III Seminário do Verso Popular.
Em Crato fui abraçada como se fosse natural daquela cidade, nunca recebi tanta atenção e carinho em toda minha vida. Nada disso envaidece-me, porém deixa-me feliz e acarinhada.
Josenir Lacerda a conhecida “Dama dos versos encantados do sertão,” Mulher de um coração imenso e referência em cordel na região do Cariri, me fez uma maravilhosa surpresa, que se eu não fosse dura na queda teria dado uma “pilôra.”
Escreveu um cordel em minha homenagem, enquanto ela lia o mesmo no palco, amigos distribuíam o cordel entre os presentes e eu que de nada sabia fui tomada de forte emoção e emocionando a plateia que aplaudiu o acontecimento com grande entusiasmo.
Eu não saberia descrever exatamente tudo que aconteceu, mas sei que estou em estado de graça até agora e sem palavras que traduzam minha verdadeira emoção e o meu sincero agradecimento.
Obrigada Josenir Lacerda pelo cordel tão bem escrito.
Obrigada Bastinha Job pela magnifica apresentação em forma de soneto e acróstico
Obrigada Carlos Henrique pela aprimorada xilogravura.
**********
Dalinha Catunda a Abelha do Sertão
1
Vieram me perguntar
Quem é mesmo essa Dalinha
Que tão faceira caminha
Sem no verso tropeçar
Que sabe tão bem falar
Com carinho e precisão
Das belezas do sertão
Empolgada e sem preguiça
Nossa saudade ela atiça
No forno do coração
2
Essa “cabôca” sem par
Respondo sem ter receio
É daqui do nosso meio
Digo sem medo de errar
Da cultura popular
É ferrenha protetora
É mestra e divulgadora
Enaltece o seu valor
Com zelo e com destemor
Do cordel é defensora
3
Em Ipueiras nascida
Na sua história mergulha
Da sua terra se orgulha
Fala dela comovida
É temática preferida
No verso e na poesia
Visita com alegria
O seu berço abençoado
Onde viveu no passado
E se dedica hoje em dia
4
É poeta cordelista
Com destaque no cenário
E no palco literário
Ela é protagonista
Não perde a cena de vista
Pois sabe como atuar
Nem precisa simular
O enredo lhe pertence
Essa brava cearense
Tem história pra contar
 5
Para falar de Dalinha
Tem que falar de roçado
De floresta, rio e gado
Fogão de lenha e cozinha
Do baú na camarinha
Guardando sonho e segredo
Da chuva e do arvoredo
Emoldurando a paisagem
Do vaqueiro de coragem
Que enfrenta a vida sem medo
6
Tem que citar reza e fé
História de assombração
E o ribombar do trovão
No dia de São José
O canto do caboré
A cantiga do vim-vim
O orvalho do capim
Depois de fina garoa
Falar de cantiga e loa
Mel de engenho e alfenim
7
É a típica sertaneja
Tão criativa e prendada
Que do pouco ou quase nada
Retira o que ela deseja
Conquista tudo que almeja
Pela determinação
Busca sempre a solução
Com base no otimismo
Contorna qualquer abismo
Com fé, garra e devoção
8
Dalinha é flor agrestina
Sem laço com a primavera
É a certeza da espera
No sorriso de menina
É professora que ensina
A regra do bem viver
Sempre disposta a aprender
Retira a lição na dor
Na certeza que o amor
Sempre irá prevalecer
9
Posso dizer que ela é
Da mulher representante
Pois a postura garante
Da sertaneja de fé
Nadando contra a maré
Conquistou a calmaria
Hoje abriga a alegria
Dela faz repouso e leito
Tem no carisma e no jeito
A doçura de Maria
10
É esposa dedicada
Mãe amiga e exemplar
Porém sabe regular
Na hora necessitada
Pra ela, a palavra dada
Pode bater, mas não volta
Com o errado se revolta
Enfrenta pedra e espinho
Até achar o caminho
Achando, pega e não solta
11
Dalinha quando verseja
Não precisa de viola
O verso sai da cachola
Da forma que ela deseja
Feito um manjar na bandeja
Dourada da inspiração
Faz da rima refeição
Se der um tema ela aceita
Se o mote é fraco ela ajeita
Com seu toque de condão
12
 É exímia cordelista
E ao cordel é dedicada
No verso sabe ser fada
No palco já é artista
No jornal e na revista
Sua foto eu avistei
Confesso que me orgulhei
Porque já sou sua fã
E um sentimento de irmã
Por ela sempre terei
 13
Já ouvi ela falar
Que é abelha do sertão
Que faz mel, mas tem ferrão
Pra hora que precisar
Ela não sabe atacar
Mas sabe se defender
Se a marmota aparecer
Não corre, fica e enfrenta
A peleja ela agüenta
Até botar pra correr
14
Só quem conhece é que sabe
O valor dessa mulher
Que luta pelo que quer
Nem que a muralha desabe
Mas só entra onde lhe cabe
Porque tem discernimento
Escolhe a hora e o momento
O rumo e a direção
Porque só entra em ação
Pra garantir o evento
15
 Modesta apresentação
Eu ousei oferecer
E quem quiser mais saber
Vai ter que entrar em ação
Buscar rumo e direção
A ela se dirigir
Então irá assistir
A um atraente relato
Enredo de sonho e fato
Que dá prazer de ouvir
16
Pois pra definir Dalinha
Carece mais que um cordel
Haja verso, haja papel
Pra falar dessa rainha
Mas no espaço que eu tinha
Dei meu singelo recado
O resto fica guardado
Nossa amizade é quem diz
Que ela seja bem feliz
E o seu lar abençoado


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

GONZAGA O REI COROADO

 
 A Escola de Samba Unidos da Tijuca que homenageou o cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga, foi a campeã na Marquês de Sapucaí. Como nordestina sinto-me orgulhosa em ver nosso Rei do Baião bem prestigiado no ano de seu centenário.
 O salgueiro ficou em segundo lugar, fazendo bonito e perdendo apenas por décimos, levando para avenida, também, um tema nordestino, o cordel.
Assim sendo, nosso Nordeste está na boca do povo, na voz dos brasileiros e atravessando fronteiras. 
Eita Nordeste arretado!!!!!
 
GONZAGA O REI COROADO
*
Traz a Unidos da Tijuca
A grande celebração.
Na avenida coroado
 Será o rei do baião.
Nosso saudoso Gonzaga
Que segue com sua saga,
Encantando a multidão.
*
Luiz já é consagrado,
Pois reinar é seu destino
Encantou todo Brasil
Com o seu canto divino.
Recordar o Gonzagão
É mexer com o coração
Desta nação nordestina.
*
Quero ver o povo inteiro,
Fazendo sua louvação,
Homenageando Lua,
Luiz o rei do baião
Quero ver o sanfoneiro
Neste Rio de Janeiro
Em plena coroação.
*
Versos de Dalinha Catunda
Imagem: unidosdatijuca.com.br

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

SOU ASSIM


SOU ASSIM
*
Não peço licença à musa
Quando quero poetar.
Na hora que o santo arreia
Meto pau a registrar
Minha simples poesia,
Onde não vejo heresia
Em meu modo de atuar.
*
Tenho dois nomes de santa,
Que me foi dado na pia.
O segundo é Lourdes
O primeiro é Maria.
Mas pra fugir desta linha
Preferi usar Dalinha,
Que é a cara desta cria.
*
Da minha mãe eu herdei
O sobrenome Aragão,
O herdado de meu pai
Causa certa confusão
Mesmo rimando com bunda
Gosto do nome Catunda
E uso com satisfação.
*
Não curto meias palavras
Meu pavio é meio curto,
Mesmo assim sou atinada
Por pouco, não entro em surto.
Não sou de mandar recado
Não sei o que é pecado
E de viver não me furto.
*
Foto e texto de Dalinha Catunda

domingo, 19 de fevereiro de 2012

CORDEL NO SALGUEIRO


CORDEL NO SALGUEIRO
*
O Cordel que já vivia
Nos cafundó do sertão
Primeiro chegou ao rádio
Depois a televisão
Agora na mão de bamba
Será enredo de samba
Embalando a multidão.
*
Quero ver o salgueirense
Levantar a arquibancada
Na cadência do cordel
Quero ouvir a batucada
Vou fazer um escarcéu
Vou tirar o meu chapéu
Vou pra avenida animada.
*
Eu quero ver o triângulo
Repinicando alegria,
O zabumba e a sanfona
Unindo-se a bateria
O som vindo do agreste
É som de cabra da peste
Que de fato contagia.
*
Eu quero ver o salgueiro
Dando conta do recado
Enaltecendo o cordel
Com este enredo arretado
Quero ver a multidão
Saudando com animação
O meu cordel encantado.
*
É o branco e o encarnado
Dando cor ao carnaval.
É o cordel desfilando
Num enredo sem igual.
É no Rio de Janeiro
Que faz bonito o salgueiro
E o cordel dá seu aval.
*
Foto: retirada do Mundo Cordel
Texto Dalinha Catunda



segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Pedro Monteiro X Dalinha Catunda



PEDRO MONTEIRO X DALINHA CATUNDA
EM VERSOS
*
Olhando bem esta imagem
Não é uma foto qualquer!
Instiga a imaginação
E tudo mais que vier,
Mas o meu respeito é denso,
Por isso mesmo, só penso
Ver uma linda Mulher.
Pedro Monteiro
*
Para quem versejar quer,
Tudo vira inspiração.
Um poeta inspirado
Estará sempre em ação.
Assim é Pedro Monteiro
Que com pena e tinteiro
Pincela sua emoção.
Dalinha Catunda
*
"Dalinha e Pedro Monteiro
Só refletem emoção
Neste dueto de versos
Alegram meu coração
Parece tão natural
Mas, é pura inspiração"
(Rosário Pinto)

O LIVRO DE BÉRGSON FROTA


 BÉRGSON FROTA EM: A LUA COMO TESTEMUNHA

Bérgson Frota superou minhas expectativas nos textos que li em seu Livro: “A Lua Como Testemunha”. Encantou-me tudo que li.
Eu também sou testemunha deste talentoso escritor que enriquece a história de Ipueiras com textos relevantes sobre personagens que habitaram nossa terra, hoje habitam nossa memória e se eternizarão na literatura, graças a Bérgson Frota que não mediu esforços para publicar seu livro.
Quero agradecer a Bérgson por ter citado meu nome em tão importante livro, e por ter dedicado a minha tia, Isa Catunda, páginas expressivas que certamente enriquecerão ainda mais a história de vida desta tia Guerreira.
Para os interessados em adquirir o livro segue o endereço  e o título dos contos:

- O ultimo carnaval
- À mestra com carinho
- As pernas da Carolina
- O caixão escondido
- E o mudo falou
- Boré
- O forró da lua cheia
- O fotógrafo da vida
- Do diário de um pracinha
- Era uma vez seu Idálio
- A pena e o tinteiro
- O jumento cantador
- O velho e o rio
- O profeta da lua
- O berro do bode
- A dama e o piano
- O galo dourado
- A obra prima
- O gênio sonhador
- O vestido de Madalena
- Lembrança de um tio
- O louco Zacarias
- O poeta dos passarinhos
- O telogo
- O saudoso locutor

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

ANDANDO PELO SERTÃO

Férias em Ipueiras-Ce - janeiro de 2012
Eu voltei ao Ceará
Fui rever o meu rincão.

Passeei pelas caatingas

Pisei com gosto em meu chão

Coloquei o meu chapéu

O sol ardia no céu

No calor do meu sertão
*
Subi no pé de caju
Como fazia em menina.

Peguei no pé de angico

Um pouquinho de resina

Abracei carnaubeira

A conhecida palmeira

Desta terra alencarina.
*
No caneco de alumínio
Água de pote bebi.

Tinha pedras no caminho

Em cima duma subi

Fiz uma farra danada

Andando pela estrada

Da terra em que eu nasci.
*
O tempo passou bem rápido,
Achei que passou ligeiro,

Pois já estou novamente

É no Rio de Janeiro!

Terra de são Sebastião

Distante do meu sertão

Ô destino aventureiro!
*
Foto e texto de Dalinha Catunda