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quarta-feira, 25 de maio de 2011

MINHA CANÇÃO DO EXÍLIO

Minha Canção do Exílio
*
Minha terra é Ipueiras,


Onde corre o Jatobá.

Fica ao pé da Ibiapaba,

Ao norte do Ceará.
*
Nossa gente tem histórias,

Gostosas de se escutar.

Não permita Deus que acabem,

Com as tradições do lugar.
*
Lendas de bala e botijas,

Ouvi dos antigos o contar.

História de Iara, mãe-d’água,

Feliz ainda hei de escutar.
*
Minha terra tem palmeiras,


Das lendas de Alencar.

É a nossa carnaubeira,

carnaíba, carandá.

No farfalhar do seu leque,

Ouvi o vento cantar.
*
Tomara Deus que eu não fique,


Ausente sempre de lá.

Ao sopro de um Aracati,

Desejo me refrescar.

E ouvir cantar a graúna,

Ao invés de um sabiá. 
.
Texto e foto de Dalinha Catunda


quinta-feira, 19 de maio de 2011

CORDEL DE DALINHA CATUNDA

1
Meu cordelzinho matuto
Das feiras do meu sertão
Hoje reina absoluto
Tem farta divulgação
Com seu jeitão enxerido
Agora todo exibido
Brilha na televisão.
2
Aparece ledo e belo,
Nos mais diversos canais.
Sem deixar de ser singelo
Vai estampando jornais
Com sua xilogravura
Mostrando sua cultura,
Que nunca será demais.
3
Um programa inteirinho
No “Globo Rural” ganhou.
E o “Salto Pro Futuro”,
O seu valor realçou.
No “History Channel”,
Detalhes do cordel
A história revelou.
4
Hoje é tema de novela,
Este cordel encantado,
De rainhas e princesas,
E do cangaço falado.
No reino da poesia
Um passado de magia
Será então resgatado.
5
Como fico orgulhosa
Em ver meu matutinho,
Sendo bem reconhecido
Mesmo fora do seu ninho.
Está fazendo bonito,
No cordel eu acredito
Pois ele é meu caminho.
6
Escutei cordel em feiras
E rodas de cantoria.
Em encontros com poeta
Onde reinava alegria.
Agora mais abrangente
Continua imponente
Disseminando magia
7
A internet chegando,
Vestiu de asas o cordel,
Que voou pra todo canto,
Como um alado corcel,
Com toda desenvoltura,
Aproveitou a abertura
Para firmar seu papel.
8
Um dia virou folheto
O que era apenas oral.
Chegou à televisão,
A revista, ao jornal.
E na internet brilha
Seguindo a nova trilha
Neste mundo virtual.
9
Na internet impera,
A real democracia,
Lê-se o contemporâneo,
E o antigo se aprecia
Com a multiplicidade
O cordel vira verdade
Que na rede contagia.
10
O cordel de trajes simples
Ou vestido a rigor
Sempre será respeitado
Sempre terá seu valor
Trazendo erudição,
Ou apenas inspiração
Traz na rima seu calor.
11
O cordel de trajes simples
Reside no interior.
Nas emissoras de rádio
Na boca do locutor.
No sorriso e na alegria
Que de fato contagia
Quem lá no campo ficou.
12
O cordel vestido a rigor
Usa terno e gravata
Não é de fazer bravata,
Seu espaço conquistou
Traz no seu falar polido
Um linguajar tão sabido
Que a escola adotou.
13
Este cordel que desponta,
E chegou para ficar.
Inserido nas escolas
E ajudando a ensinar
Traz na bagagem magia
É o novo que contagia,
Ajudando a educar.
14
Quais as faces do cordel?
Quem poderá me dizer?
Não diga que é só matuto
Nisso eu não posso crer!
Não diga que é erudito
Pois também não acredito.
Mas tudo poderá ser.
15
O Cordel é um alento
Para o forte Nordestino.
Cultivador de saudade
Um eterno peregrino.
Que leva no coração
As histórias do sertão,
A saga do seu destino.
16
É a gritante saudade 
Da farinha no surrão.
É a saudade da paçoca
Bem pisada no pilão
Da pamonha, da canjica
Do amor a terra que fica,
Grudado no coração.
17
É a cantilena brejeira
De quem viveu no sertão.
Tudo que passou um dia
Vivendo em seu torrão
Morando na capital
O cordel vira jornal,
A fonte de informação.
18
O cordel é identidade
Do homem do interior
Que veio para cidade
Estudou pra ser doutor
Mas apesar de formado
Recorda bem o passado
E as raízes dá valor.
19
Preso com os pregadores
Pendurado em cordão.
Avistava-se o cordel
Nas feiras do sertão.
Agora bem editado,
Ricamente ilustrado
Não falta divulgação.
21
O cordel é oração,
É reza é ladainha.
É a história de um povo
Que incansável caminha
Registrando sua história
Para guardar na memória
Que oralmente retinha.
22
A internet chegou
Para o cordel socorrer
E zombar de quem dizia
Que o cordel ia morrer.
Acompanhando o progresso
Um cordel sem retrocesso
É o que de fato se ver.
23
Eu sou Dalinha Catunda,
Também me assino Aragão.
Amante da poesia
Que germinou no sertão
Em Ipueiras nascida
Ao cordel dou guarida 
Pois ele é minha paixão.
.
Texto e foto de Dalinha Catunda
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quinta-feira, 5 de maio de 2011

CARTA A MINHA MÃE


CARTA A MINHA MÃE

Minha querida mãezinha.
Que mora em meu coração
Aqui nestas poucas linhas
Relembro com emoção.
O tempo bom ao seu lado
Singela recordação.
*
Feito em panela de ferro
O seu arroz temperado.
Com queijo bem derretido,
Aquilo era um pecado
Eu brigava pra raspar
Da panela o pregado.
*
A gostosa malassada,
A tal cabeça de galo,
A comidinha de mãe,
Que era o meu regalo...
E a farinha de pipoca?
Com ela ainda me entalo!
*
Lembro você costurando,
Pra vestir suas mocinhas,
E sempre nos ensinando
Chuleados e bainhas.
E nos bailes da cidade,
Bailávamos como rainhas.
*                                                 
Mulher atualizada
Pra nossa felicidade.
Nossas vestimentas tinham
O tom da modernidade.
Shorts e mine-saias
Estreamos na cidade.
*
Namorar não foi problema,
Tínhamos a permissão.
A sua cumplicidade,
Tirava-nos da aflição.
Pois tendo pai bem severo
Era você a salvação.
*
A nossa maior riqueza
Era nossa alegria.
E com certa liberdade,
Dona vida nos sorria
E você, minha mãe,
Era nossa garantia.
*
Poderia falar mais.
Pois vai longe nossa história,
Mas quero dizer apenas.
Você foi e é nossa gloria,
E responsável direta
Por nossa luta e vitória.
*
Aqui fico mãe querida,
Desejando de coração
Que cada filho seu tenha,
Minha mesma gratidão
E lhe apóiem na velhice
Estendendo-lhe a mão.
*
 Imagem: Virtuallost.com
Texto: Dalinha Catunda
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quarta-feira, 4 de maio de 2011

LOUVOR À MARIA


LOUVOR À MARIA
*
Maria mãe fervorosa,
Maria mãe do senhor
O canto me vem d’alma
E canto em seu louvor
Ó Maria imaculada
Ó mãe de Jesus, amada
És rainha no andor.
*
Ó mãe de vida sofrida,
Que superou tanta dor,
Proteja a nossa vida,
Este é o meu clamor.
Aclare nossa estrada
Ó santa mãe adorada,
Peço por nosso senhor.
*
Maria mãe de Jesus
Maria mãe adorada
És meu exemplo de vida
És luz em minha estrada.
Ensine-me a direção,
E a ouvir com o coração,
Ó minha mãe venerada.
*
Ó minha mãe protetora
Sagrada mãe de Jesus.
Sempre que a ti recorri
Encontrei conforto e luz,
Conservo em ti minha fé
Santa mãe de Nazaré,
Que minha vida conduz.
*
Foto:diocesedeitapipoca.org.br
Texto: Dalinha Catunda
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terça-feira, 3 de maio de 2011

GENTE DO MEU SERTÃO

DIA TRÊS DE MAIO DIA DO SERTANEJO

 
GENTE DO MEU SERTÃO
*
Pra quem nasceu no sertão
A coisa mais linda que há
É ver a lua nascendo,
E uma viola a tocar
Saudando o fim do dia
E prestigiando o luar.
*
Eu quero ouvir Chico Chagas
Bento Raimundo também
Numa peleja acirrada,
Cantando como ninguém,
Um insultando o outro
Depois trocando de bem.
*
E gostaria de ouvir,
O Lucas Evangelista,
Cabra que nunca pára
Pois está sempre na pista.
Vende e canta seus folhetos,
Como renomado artista.
*
Dideus Sales é versado
Na arte da difusão
Mostrando nossos valores
Em sua “Gente de Ação”
Sendo ótimo poeta
Canta com gosto o sertão.
*
Poeta de fino trato
O jeito dele é assim,
Elegante com as palavras,
E do começo até o fim!
Competente sertanejo
Chamado Júnior Bonfim.
*
Hoje faço ao sertanejo
Esta minha louvação.
Pois nasci no Ceará
Nas quebradas do sertão.
E tenho por esta terra,
Mais que respeito, paixão.
*
Vou cantando minha terra,
Com esta paixão profunda
Eu sou filha de Ipueiras
Que é uma terra fecunda
Meu nome inda não disse,
Mas é Dalinha Catunda.
 *
Texto e foto de Dalinha Catunda
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domingo, 1 de maio de 2011

LABUTA INGLÓRIA

Foto de minha amiga Inês da Lagoa dos Tavares-Ipueiras-Ce

Dia 1º de maio - Dia do trabalho - Minha homenagem a dona de casa

LABUTA INGLÓRIA
*
Mal o dia amanhece,
Ela já está de pé
Acorda vai pra cozinha,
Depressa faz o café.
Nunca sem antes rezar,
Alimentando sua fé.
*
Após servir o café,
Pra família reunida,
Filhos vão para escola
Marido segue pra lida,
Ela volta pra cozinha
Já pensando na comida.
*
Faz o café da manhã,
Faz almoço, faz jantar.
Lava louça, varre casa,
Sem pensar em descansar
Pega a roupa pra lavar,
Já pensando em passar.
*
Da dita dona de casa,
É assim o dia-a-dia.
Uma tarefa após outra
Sem aposentadoria.
E sem remuneração,
Só a fé lhe alivia.
*
Hoje, dia do trabalho,
Quero homenagear,
A nobre dona de casa,
Que só vive a labutar,
Sem ter reconhecimento
Sem ser rainha do lar.
*
Foto e texto de Dalinha Catunda
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