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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

SÓ ARES DE AIRTON













SÓ ARES DE AIRTON
*
Este homem que hoje Chora
Ontem mesmo vi sorrir.
Este cara é um artista,
Que aprendeu bem a fingir.
O meu olhar não duvida
Que no palco desta vida
Ele é um astro a luzir.
*
Quantos papéis ele vive,
Em tudo que se aventura?
Horas homem centrado,
E horas beira a loucura.
No atrair de olhares,
A luz de Airton Soares
Vai espalhando cultura.
*
Minha homenagem ao Ipuense Airton Soares, Ator e educador entre outras coisas.
Texto de Dalinha Catunda
Fotos retiradas do blog de Airton Soares

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


VIRA-LATA

Foi com cara de faminto
Que em minha porta surgiu.
Com olhar de cão sem dono
Abrigo então me pediu,
Eu fiquei compadecida
E ao curar sua ferida,
A vida então lhe sorriu.
*
Eu pensei ter pedigree
Mas era um vira-lata.
Nem mesmo para mijar
Levantava sua pata
Acionei a carrocinha
Desmanchei sua casinha
Pois sei que burrice mata.
*
E hoje quando me vê
O rabo logo balança,
Quer lamber e me cheirar
Relembrando a bonança,
O tempo bom que viveu
E da ração que comeu
Enchendo com gosto a pança.
*
Gosto muito de saber
Que posso lhe dominar
Basta estalar os dedos
Ou então assobiar
Para ter em minha mão
Um projetinho de cão,
Vira-lata a se arrastar.
*
Foto e texto de Dalinha Catunda

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O VELHO VAQUEIRO


O VELHO VAQUEIRO
*
O Velho vaqueiro chora
Com saudades do passado.
Mesmo c’ um nó na garganta
Solta um aboio chorado
Num relembrado penoso
Lacrimeja o desditoso
No seu canto acabrunhado.
*
Pita um cigarro de palha
E puxa pela memória
Buscando em cada pitada
Um pouco de sua história
Coloca e tira o chapéu
Olha pro chão e pro céu
Nas cenas da trajetória.
*
Hoje somente a saudade
Habita seu coração.
Pois morando na cidade
Vive de recordação,
E chora pela boiada
Que por ele era tocada
Nas quebradas do sertão.
*
Texto de Dalinha Catunda
Foto retirada do site oficial de Ipueiras
*
Blogger Jadson Xavier (JATÃO) disse...
DO BLOG JATÃO VAQUEIRO:
Mostrando sentimento
Minha querida Dalinha
Mostra o sofrimento
Do vaqueiro da terrinha
Que hoje mora na cidade
Vivendo a modernidade
Longe da vida que tinha

Não tem mais o terreiro
Cheio de galinha e pato
Não corre no tabuleiro
Atrás de boi no mato
Nem planta mais feijão
Pra comer com chambão
Que no sertão é bom prato

Fica a saudade do gado
Das vacas do curral
Do jumento encambitado
Chapéu de couro e bornal
Da novilha amarela
Que corria atrás dela
Dentro do mufumbal

Mais a vida continua
E o vaqueiro afamado
Olhando o claro da lua
Ainda lembra do passado
Quando tangia boiada
Dentro da mata fechada
Num cavalo bem arreado

Texto: Jatão Vaqueiro
20 de janeiro de 2012 12:34
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dalinha e Daniele

Amigos e parceiros,
Estou repassando a mensagem de Daniele Del Giudice, chefe do Depósito Legal que tem se empenhado em divulgar a campanha a qual os cordelistas são convidados a doarem seus cordéis para fazer parte do acervo da Biblioteca Nacional.
Se hoje a Biblioteca Nacional ainda tem um tímido acervo referente à Literatura de Cordel, cabe a nós cordelistas, abraçarmos esta campanha e cooperarmos para que possamos ter um grande e variado estoque de cordéis ocupando com significância as prateleiras do Depósito legal.
Nota do blog: Cantinho da Dalinha
Foto de Dalinha Catunda

Prezados,
A Fundação Biblioteca Nacional realiza a Campanha Literatura de Cordel na BN, visando à construção de um acervo de cordéis na Instituição que, embora responsável pela coleta, pela guarda e pela difusão da Cultura Nacional, ainda não possui acervo representativo da produção brasileira deste gênero literário.
Contamos com a colaboração de cordelistas de todo o país, para que a Coleção Memória Nacional tenha a participação de autores da nossa literatura, e que abrigue, perenemente, a produção cultural de nossa nação. Para tanto, basta enviar no mínimo 01 exemplar de cada obra ao endereço abaixo, juntamente com um e-mail, para que possamos remeter-lhe um agradecimento eletrônico:
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL- DEPÓSITO LEGAL
Av. Rio Branco, 219 / 3and.  Centro
20040-008 Rio de Janeiro/RJ
A/C: Daniele Del Giudice

Para maiores informações:
(21)2220-1892/3095-3950/3095-3951

domingo, 15 de janeiro de 2012


RATOS NO SENADO
*

O senado em recesso,
Mesmo assim rato em ação.
Anda de fato infestada
Nossa roubada nação
Eu que venho de Ipueiras
Recomendo ratoeiras
Junto à dedetização.
*
O rato bem revoltado
Com desleal concorrência
Resolveu entrar em cena
E tomar sua providência.
Se roubam tanto a nação
Eu quero minha porção
Mordida é advertência
*
Enquanto ratões não voltam
Vou fazer a minha festa.
Vou roendo um pezinho
Devagar eu chego à testa.
Gostando da brincadeira
Vou tentar uma cadeira
Pois a minha casa é esta.
*
Texto: Dalinha Catunda

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

EU VIVI! E VOCÊ?

Eu vivi! E você?

Hoje tenho o apoio,
De meu pai e minha mãe.
Saúdam-me meus amigos,
Abraçam-me meus irmãos,
Mas houve um tempo que eu era,
Apenas uma maldição.
*
Agora bem mais abastada
Do que nos tempos de outrora.
Os que me jogavam pedras,
Agora me chamam senhora.
E eu sou a mesma Dalinha,
Jamais mudei minha história.
*
Enquanto você passava,
Fingindo que não me via.
Fedia debaixo da terra,
O feto que fora um dia,
Um aborto de sua filha.
*
Você que dizia pro outros,
Que eu era Libidinosa!
Nunca estampou em seu rosto,
O sorriso de quem goza,
Nunca sentiu nas entranhas,
O orvalhar de uma rosa.
*
Se liberei a messalina,
Que havia dentro de mim,
Você sufocou seus gemidos
Noites e noites sem fim.
Será que valeu a pena,
Se resguardar tanto assim?
*
Seu sonho de ser bacante,
Não pode seguir adiante
Venceu seu falso pudor.
Hoje chora arrependida,
Invejando minha vida,
E vendo que o tempo passou.
*
Agora, triste e sombria,
Vendo sua vida vazia,
Por não ter o que colher.
Faz contagem regressiva,
Sabendo que só lhe resta,
Uns sete palmos de terra,
E vermes pra lhe comer.
*
Tudo isso aconteceu,
No sertão do Ceará.
Com uma jovem que ousou
Sua cidade enfrentar,
Tendo um filho quando muitas
Insistiam em abortar. 

*
Texto e foto de Dalinha Catunda

domingo, 1 de janeiro de 2012

PALMADAS, PROCESSO E LEI


PALMADAS, PROCESSO E LEI.

*

Não tem lei e nem juiz

Em minha jurisdição

Que me impeça de agir

Conforme minha decisão.

Sendo no caso, palmadas.

Elas serão aplicadas

Como forma de lição.

*

Já criei dois filhos machos

No carão e na palmada.

Quando eu não era ouvida

Minha mão era escutada,

E garanto que deu certo

Tenho meus filhos por perto

E por eles sou amada.

*

Dos meus pais eu apanhei

O intuito era a correção.

Era menina levada

Carente de educação.

Mas apesar dos meus ais

Eu adoro os meus pais,

Rancor eu não guardo não.

*

A criança tem direitos,

E tem deveres também,

Não deve ser maltratada

Mas ter limites convém

Para repassar valores,

Não devemos ter pudores,

Nem a lei dizer amém.

*

Que venha primeiro a palavra,

Com ela venha o sermão,

Mas caso não tenha jeito,

O jeito é usar a mão

E recorrer à palmada,

Que hoje é renegada,

E outrora foi solução.

*

Foi assim que eu fui criada,

Assim meus filhos criei,

A lei por mim aplicada

Foi dos meus pais que herdei.

Aprendi a ter limite

Quando a palmada, acredite!

Era o processo e a lei.

Texto: Dalinha Catunda
Foto:barradas.comunicação.wordpress.com