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terça-feira, 31 de agosto de 2010

CHEIRO DE AMOR


CHEIRO DE AMOR
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Você diz que sou uma rosa
Daquelas mais cheirosas
Que brotou em seu jardim.
Não quero ser presunçosa
Mas sinto-me orgulhosa
Vendo você pensar assim.
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Essa fragrância divina,
De quem já não é menina
E que tanto lhe satisfaz.
É o verdadeiro olor
Que germina do calor
Do amor que a gente faz.

Texto e foto de Dalinha Catunda
Visite também o blog:www.cordeldesaia.blogspot.com

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VOLTANDO DE IPUEIRAS


Foto: Acervo do blog. Corrida de jegue em Ipueiras

VOLTANDO DE IPUEIRAS
*
Amigos, sumi um pouco.
Estou de volta ao lar.
Quando a saudade aperta
Vou visitar meu lugar.
Minha cidade querida,
Onde passei minha vida,
Até resolver migrar.

*
Fui rever a minha terra,
Visitar o meu torrão.
Abraçar os meus amigos,
E também cada irmão.
Meus pais estão velhinhos
Deles recebi carinhos,
Que guardo com emoção.
*
Degustei comidas típicas,
Primores do meu sertão.
Gostoso baião de dois,
E paçoca de pilão.
Matei a minha saudade.
Visitando minha cidade
Mimosa flor do sertão.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PROTESTO DE MULHER!



PROTESTO DE MULHER

Em oito pés de Quadrão
Vou cantar preste atenção
Não venha dizer que não
Que não vou lhe obedecer.
Eu sou cria nordestina
E canto desde menina
Meu canto é minha sina.
Dispenso seu parecer.
*
Você que se diz poeta,
Do repente um atleta
Dono de obra completa
Que segue a tradição.
Você que dá nó em tripa
Em todos mete a ripa
Vá voar com sua pipa
Distante deste meu chão
*
Não venha meter colher,
No meu canto de mulher
Que canta como bem quer
Sem nunca se acanhar.
Sei que não sou repentista,
Sou um tanto anarquista
Mas se eu estou na pista
Não cheguei para apanhar
*
Eu não sou desaforada,
Nem tão pouco afamada
Só sigo a minha estrada.
Se quiser me acompanhar,
Eu digo: não sou novela!
Não caia nesta esparrela
Em mim você não atrela,
Pode o seu rumo Tomar.
*
Se você é sol sou lua
Que também hoje atua.
Meu canto levo pra rua
Já escapei do fogão!
Não fujo de cantoria,
Onde a dona poesia
Sai da boca de Maria
Que pisa firme no chão.
*
Homem deixe de besteira
Não estou de brincadeira
Meu canto não é asneira
Pra você me censurar
Deixe de ser egoísta
Com este canto machista
Vá baixando sua crista
Pois não vou lhe aturar
*
Em oito pés de quadrão,
Tomei minha decisão,
Fiz minha reclamação,
Pois o momento requer.
A mulher quer liberdade,
Pra cantar sua verdade
E ter na realidade
Seus louros como mulher!

Imagem e texto de Dalinha Catunda

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

MEU PAI, MEU REI


Espedito Catunda, meu pai

MEU PAI MEU REI!
*
Parabéns querido pai
Por sua longevidade.
Por essa sua lucidez
Contrariando a idade.
*
Parabéns querido pai,
Por ter tanta teimosia,
Por cair e se levantar
Isso me causa alegria.
*
Filhos, netos e bisnetos,
A sua sólida construção.
E você é o maior exemplo
Para toda essa geração.
*
Orgulho de ser sua filha,
Eternamente eu terei.
Dentro do meu coração,
Você será sempre rei.
*
Texto:Dalinha Catunda
Foto: Acervo de Dalinha

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

21 ANOS SEM O ETERNO REI DO BAIÃO


O ETERNO REI DO BAIÃO
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Já faz mais de vinte anos
Que o velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Pois em cada canção
Cantou com o coração
O mundo que ele viveu.
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E o Rei do Baião vive
Na boca de sua gente.
Tudo que ele gravou
Canta-se no presente.
Foi a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Foi o canto do ausente!
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Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou o povo sua fé
O Santo de Canindé,
Cantou até oração.
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Cantou também paro o papa
Cantou o cruel Lampião,
Lendas de cangaceiros
Que habitavam o sertão.
Cantou a mulher rendeira
E Sá Marica parteira
Costumes e tradição.
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Cantou do vate Catulo,
Que no nome tem Paixão,
E digo com toda certeza
Que encantou seu torrão,
Com a mais bela cantiga
Que amor a terra instiga
Chamada Luar do Sertão.
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Lua mostrou ao Brasil
Nossa nação nordestina.
Falou de chuva e de seca
Contando a nossa sina.
Cantou tristeza e alegria
Dum povo que contagia
Pois a ser forte ensina.
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Cantou a fauna e a flora.
Do nosso seco sertão.
Mostrou o mundo inteiro
O amor pelo seu chão.
Asa branca contagiou,
E o povo todo cantou,
Este hino ao Sertão.
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O querido rei caboclo.
Aclamado rei do baião.
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado
Pois sempre será lembrado
Por toda nossa nação.
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Quando o fole da sanfona,
Gemer em qualquer lugar.
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar
Lembrarei de Gonzagão,
O nosso rei do Baião,
Majestade Singular!

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Texto: Dalinha Catunda
Imagem da internet