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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SOU FILHA DO REI


SOU FILHA DO REI
*
Nasci na terra da luz
Pegando sol na moleira
Tomando banho de açude
Pulando da ribanceira
Brincando de tibungar
Nos rios do meu lugar
Na meninice brejeira.
*
Em noite de lua cheia,
Sob o luar do sertão
Serenatas escutei
Nos acordes da paixão
Presente de namorados,
Poéticos, apaixonados,
Escravos do coração.
*
Feliz eu era e sabia
Nas terras de Alencar
No leque da carnaúba
Ouvia o vento cantar
Assobiando bonito
No entre palmas o agito
Formando um grácil bailar.
*
Nasce detrás de um serrote,
O rei sol na minha terra,
Mas na boquinha da noite
Quanta beleza ele encerra
Com a sua vermelhidão
Tinge de rubro o sertão
E se esconde atrás da serra.
*
No sertão do Ceará
Eu nasci e me criei.
Já andei por muitos reinos
Mas lá sou filha do rei!
No condado de Ipueiras
Depois de romper barreiras
Meu palacete montei.
*
Fotos do por-do-sol no meu sítio em Ipueiras Ceará.
Texto e fotos de Dalinha Catunda

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

REDE NO ALPENDRE


REDE NO ALPENDRE
*
Uma rede num alpendre
E um ventinho sedutor
Vento que vem do açude
Para abanar meu calor
São delícias que desfruto
Quando estou no interior.
*
Vejo o voo das marrecas
Em bando ao entardecer
Num mágico ritual
Girando antes de descer
Para pernoitar nas águas,
Como costumam fazer.
*
No balançado da rede
No sertão é lindo ver
O fim do dia chegando
Com o sol a esmorecer,
Cedendo lugar a lua
Que não tarda a aparecer.
*
Um bando de pirilampos
Bordando a escuridão
Enriquecem o cenário,
Das noites do meu rincão
Da minha rede eu vejo
Quão mágico é meu sertão!
*
Texto e foto de Dalinha Catunda 

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RETRATO NORDESTINO

democritoartistaplastico@gmail.com
Retrato Nordestino
*
Uma estradinha de barro,
Um jumento e um menino.
Uma porta uma janela,
Num céu nublado atino.
Diga-me se não é bela
A bucólica aquarela,
Do nosso chão nordestino.
*
Texto de Dalinha Catunda
Tela do artista plástico Demócrito Borges

Estação Cordel - Palmas


ESTAÇÃO CORDEL – PALMAS – TO

A Estação Cordel na FLIT, Feira Literária Internacional do Tocantins,
Foi parada obrigatória para os amantes da cultura popular.

O cordel teve seus dias de Gloria na praça dos girassóis com a presença de muitos cordelistas vindos de diferentes partes do Brasil.

Uma platéia calorosa, bem participativa completava o espetáculo nas sucessivas noites em que o cordel se fez presente em Palmas.

Em minha opinião, a receptividade que tivemos deve-se ao grande numero de nordestinos que habitam aquela região e lógico, que pela qualidade das apresentações que casaram muito bem com o gosto do público.

Muitos queriam tirar fotos, comprar folhetos ou simplesmente dizer: - Olha eu sou da terrinha!
Se eu já havia me encantado no primeiro momento com o convite, encantei-me muito mais com o desenrolar dos acontecimentos.

Sem querer puxar a brasa para minha sardinha e já puxando digo: - Sinto-me envaidecida com os aplausos e a aceitação do publico que muito contribuiu para que eu me soltasse no palco levantando a bandeira da mulher cordelista, participativa e nordestina.

Aqui deixo meus mais sinceros agradecimentos, pela acolhida, pelos aplausos e pelas alegrias por mim vividas em terras tocantinenses.
*
Texto e fotos de Dalinha Catunda

Escolhi três fotos para ilustrar esta postagem:
A primeira dando andamento ao meu recital: Sertaneja, Sim Senhor!
A segunda conhecendo o palco onde eu atuaria.
A terceira a inesquecível platéia



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O REI GONZAGA

O REI GONZAGA
*
Luiz Gonzaga partiu
Mas ficou no coração
Deste povo nordestino
Que povoa esta nação
Ao ser proclamado rei
Defendendo sua grei
Reinou em todo sertão.
*
O canto do rei Gonzaga
É sagrado é oração
É um canto envolvente
Enaltecendo o sertão
O povo traz na memória
E não esquece a história
Do rei único do baião.
*
Nos programas matinais
Que animam o interior
Luiz Gonzaga inda é astro
Na boca do locutor
E canta dia após dia,
Seu canto de alegria
Mostrando seu esplendor.
*
Se dizem que quem foi rei
Nunca perde a majestade,
O velho lua confirma,
Que realmente é verdade.
O nosso cabra da peste
Será sempre o rei agreste
Um rei que deixou saudade.
*
Texto Dalinha Catunda
Foto:mpbnet.com.br
Visite: www.cordeldesaia.blogspot.com
www.rosarioecordel.blogspot.com

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Estação Cordel encerra fim de semana empolgando o público

A “abelha que faz mel sem esquecer o ferrão” abriu a noite deste domingo, 31, animando o público que lotou a Estação Cordel, na FLIT. O trecho da poesia faz parte do recital da cearense Dalinha Catunda, que iniciou a noite no espaço dedicado a esse segmento da cultura nordestina, dentro da FLIT.
Em sua apresentação denominada “Sertaneja, sim senhor”, a cordelista falou sobre a migração do nordestino. “Nos alforjes carregados, transporta tristeza e dor, saudades da lua cheia, das coisas do interior...”. Dalinha também mostrou em versos rimados sua percepção da natureza: “A brisa que me acaricia, meu corpo todo arrepia, e eu invoco você a participar desta dança, do vento e mulher criança, antes do anoitecer.”
A aceitação do público foi tamanha que Dalinha afirmou estar se sentindo no Nordeste. “Cordel é povão, é alegria e é isso que as pessoas do Tocantins tem demonstrado pelo nosso trabalho”, disse a cordelista. Prova disso era o motorista Vilnei Moreira, que também é músico. Evangélico, mas com um trabalho musical de uma proposta diferente, o chamado “Cowboy de Cristo” disse se inspirar no cordel. “É divertido escutar e me traz novas ideias”, afirmou.
A noite de domingo terminou na Estação Cordel com o recital musical “Cordelinho”, de Chico Salles. Também numa proposta bem humorada, o paraibano relembrou sua terra cantando, junto com o público, “Masculina”, e ainda falou da morte de uma maneira bem diferente. “Cordel é isso: o poder de resumir bem uma história e ainda divertir”, disse.
As apresentações na Estação Cordel continuam nesta segunda-feira, 1º, a partir das 19h

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