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terça-feira, 30 de junho de 2009

CONSELHO DE MÃE



CONSELHO DE MÃE

Minha mãe sempre dizia,
E eu sempre acreditei nela.
Se a necessidade bate na porta,
O amor pula a janela.
Por isso tratei de passar,
Muito sebo nas canelas.
Pra correr de cabra duro,
E não cair nessa esparrela.

Por Dalinha Catunda
Foto: - 2.bp.blogspot.com/.../s320mulher_correndo.jpgmagem

domingo, 28 de junho de 2009

METAMORFOSE


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METAMORFOSE

Lagarta... Tempo de lagarta...
Se você me vir deste jeito,
Não se apiede de mim.
Isto não significa,
Exatamente meu fim.

Pode guardar consigo,
Sua inútil compaixão.
Pois sou forte,
E apenas passo
Por momentos de transição.

Logo, logo começarei,
A construir meu casulo.
Longe de nefastos olhares,
Planejarei meu futuro.

Trancada a sete chaves,
Crisálida então serei.
No invólucro construído,
Desencantos deixarei.

Purgada, purificada,
Depois da flagelação,
Feliz sairei voando,
Livre na imensidão.

Renascerei borboleta,
Após enfrentar minhas mortes.
Por isto, não seja ridículo,
Nem pense em chorar minha sorte.

Texto: Dalinha Catunda

sexta-feira, 26 de junho de 2009

CORDEL E RODAS DE CANTORIA


MESTRE AZULÃO

Mestre Azulão é uma figura que enriquece nossa cultura popular.
Seja escrevendo, ou declamando seus cordéis ele prende a atenção de todos.

Seu jeito peculiar de apresentar-se atrai o publico que, a todo instante, passa do riso a gargalhada com as peripécias do velho Azulão.

Dono de uma vasta bagagem em matéria de cultura popular, não tenho dúvidas que a apresentação deste vate paraibano de Sapé, será prestigiada e aplaudida pelos que simpatizam com o cordel e nossa cultura popular.

As apresentações são gratuitas e acontecem na sede da ABLC-Rua Leopoldo Froes 37- Santa-Tereza na cidade do Rio de Janeiro.

Dalinha Catunda

quarta-feira, 24 de junho de 2009

DE OLHO NO CORDEL


Foto da ABLC. Sávio com sua tia Celina e Sávio Com O presidente da ABLC Gonçalo Ferreira da Silva.
O Texto " O Doutor do Cordel" foi publicado dia 27 de junho no Jornal "O Povo" de Fortaleza-Ceará.

O DOUTOR DO CORDEL

A cidade maravilhosa, acolhedora como sempre, recebeu no sábado passado, 20 de junho, a figura interessantíssima, do médico cearense Sávio Pinheiro.

Dr. Sávio presta um grande serviço a população cearense, orientando seus pacientes através da literatura de cordel. E assim, vai deixando a medicina mais popular e bem mais perto do povão.

O intuito Maior desta viagem foi seu ingresso na ABLC, Academia Brasileira de Literatura de Cordel que recebeu de braços aberto o médico cordelista.

Grande parte do quadro acadêmico da ABLC compareceu ao evento, entre as figuras de peso do cordel, quero destacar a presença do acadêmico Klévisson Viana, poeta, cartunista e editor, que abriu a solenidade reforçando a importância do Ceará no Cordel

Além da posse do Dr. Sávio Pinheiro, que hoje ocupa a cadeira 35 e tem como patrono, Manoel Pereira Sobrinho, teremos até o final do Ano a posse de José Maria de Fortaleza, Guaipuan Vieira, e do baiano Bule-Bule.

Eu como cordelista fico feliz em fazer parte do rol de cearenses que atuam no cordel e de certa forma levam o nome do Ceará além dos seus limites.

terça-feira, 23 de junho de 2009

QUADRILHA


Foto do acervo do blog, tirada em Ipueiras-Ceará, em um São João que fiz em meu sitio. Estou repetindo este post, pois gosto muito dele, e a minha foto foi uma brincadeira.

QUADRILHA


Maria bonita
vestida de chita
dançava São João.
Em meio a quadrilha,
seguia a trilha
do seu coração.
Coração aventureiro
gostava de Pedro,
e queria João.
João tava difícil,
não foi sacrifício
pegar noutra mão
Viva S. Pedro!
Viva S. João!
Maria era bonita!
E com laço de fita
virou perdição.
Com cabelos trançados,
e seu requebrado,
chamava atenção.
Dançando faceira
esqueceu-se de Pedro,
e também de João.
Nos braços de Antônio
perdeu-se nos sonhos,
ardeu-se em paixão.
Foi aí que Maria
perdeu sua fita
rolando no chão.
Maria aflita
sem laço de fita
engrossou a cintura
e fugiu do sertão

domingo, 21 de junho de 2009

SÃO JOÃO NA ROÇA


Foto: acervo do blog.
São João no lugarejo Corte Branco, no Terreiro do Carlão.
Poema publicado no jornal O Povo de Fortaleza-Ceará em 20/06/09.

SÃO JOÃO NA ROÇA

As fogueira ta chegando,
Eu to me preparando,
Pro mode dançar mas tu.

Vai ser um desmantelo
Nós dois naquele terreiro,
Na base do anarriê.
Na base do anavantu.

Já comprei teu chapéu de palha,
Tu camisa estampada.
Tua calça tá remendada,
Como manda a tradição.

Encomendei um corte de chita,
Dois laço encarnado de fita,
Quero ser a matuta mais bonita,
Nessa festa de São João.

Vai ser grande a alegria,
Nós dois dançando quadria,
Junto com nossa famia,
Que num arreda pé do sertão.

Texto: Dalinha Catunda

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O REBROTAR DA CAATINGA


A Salsa que acaba com o pasto mais embeleza o Chão
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Mandacaru com seus frutos e Melão-de-São Caetano subindo a cerca.

“A MATA EM FLOR”


Sou apaixonada por flores silvestres e o mês de abril e maio no Ceará apresenta um belo espetáculo encantando aqueles que se sensibilizam com a natureza.

Como diz Luiz Gonzaga em sua canção: “Tudo em volta é só beleza, Céu de abril e a mata em Flor...” E é realmente um espetáculo a parte o cenário verdejante e florido que herdamos, no Nordeste, da estação das águas.

A salsa além de correr fartamente pelo chão sobe e desce cercas, enriquecendo o cenário natural. O Mata pasto é um tapete esverdeado salpicado de florzinhas amarelas se espalhando pelos campos e veredas.

As cercas se transformam em vitrines das mais variadas flores e plantas, jitiranas, chananas, feijão de rola, melão Caetano e tantas outras flores e trepadeiras que não consigo identificar em sua maioria.

Há quanto tempo eu não via urtiga e cansanção, são plantas que se encostando ao corpo produzem uma coceira terrível. A urtiga é dona de uma folha belíssima e o cansanção com seu buquê de pequenas flores brancas não fica atrás.

Mandacaru com frutos, catingueira florida, jurema e sabiá também soltando suas flores,
Carnaúbas e oiticicas brotando em volta da casa por obra e graça dos morcegos que lá deixam os caroços de frutas saboreadas por eles.

Só quem conhece o Ceará do período das secas, sabe valorizar essa grande transformação. É o verde que vem para encantar nosso olhar e deixar esperança.
É a incrível regeneração da caatinga que explode em beleza ao ser abençoada pelas águas.

terça-feira, 16 de junho de 2009

ALMA PENADA, CRIANÇA PENANDO




ALMA PENADA, CRIANÇA PENANDO

Menina mijando na rede,
até mocinha ficar.
Descasquei muito tijolo,
e, háaaaaja lençol pra lavar.!

Não adiantava prometer surras,
nem me fazer limpar chão.
Porque eu mijava na rede,
com medo de assombração.

Minha mãe me falava de alma,
que batia nas panelas.
E, no meio da madrugada,
abria porta e janelas.

Minha Tia catequista,
me ensinava a oração.
Mas também falava de diabo,
com espeto de fogo na mão.

Sempre à boquinha da noite,
com cadeiras na calçada.
A família reunida,
falava de alma penada.

Desenterravam defunto,
que não tinha mais nem o pó.
Deixavam as pobres crianças,
num medo de fazer dó.

Era alma dando botija.
Alma pegando no pé.
Alma querendo reza,
e eu rezando com fé.

Até meus dias de hoje,
não vislumbrei uma só alma.
Por isso perdi o medo,
meu sono é pleno de calma.


Texto de Dalinha Catunda
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Foto assombração: www.postais.info/step1.asp?cat_fldAuto=99...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TARDE DE AUTÓGRAFOS


J. Victtor, Gonçalo F. da Silva, Fábio Sombra, Dalinha Catunda e Madrinha Mena.

Gonçalo Ferreira da Silva,Dalinha Catunda e Madrinha Mena

TARDE DE AUTÓGRAFOS

Hoje dia 15 de Junho de 2009, na cidade do Rio de Janeiro, O presidente da ABLC, Gonçalo Ferreira da Silva, cearense, natural de Ipu, teve sua tarde de autógrafos, no Centro Cultural Ação da Cidadania.

A editora Rovelle, apostando na competência do autor, investiu na coleção Ciências em Versos de Cordel que é composta por textos de Gonçalo Ferreira da Silva e Ilustrações do artista Plástico e acadêmico da ABLC, J Victtor.

Eu, Dalinha Catunda, acadêmica da ABLC estive lá, junto com Luis, prestigiando Gonçalo Ferreira da Silva, o incansável defensor, divulgador e amante do cordel, que era só contentamento ao lado de Madrinha Mena, a madrinha dos cordelistas. Gostaria também de registrar a presença do Acadêmico Violeiro da ABLC, Fábio Sombra,

Fotos e textos de Dalinha Catunda

MINHA VIDINHA MAIS OU MENOS


Foto da minha viagem em maio de 2009 ao Ceará. É o Horto Jardim Naturama que fica em Ubajara uma das cidades da Serra da Ibiapaba.

MINHA VIDINHA MAIS OU MENOS

Lendo o blog de Taís Luso de Carvalho, Porto das Crônicas, um de meus preferidos, deparei-me com seu interessante relato sobre a vida e resolvi esticar o comentário que fiz sobre a crônica: “Nem tudo são flores”, e postá-lo aqui.

Lembrei-me de uma velha frase de minha mãe: “Vida boa é a dos outros.” Ela sempre repetia isso quando alguém se queixava da vida.

Baseados nas aparências e num olhar imaginativo criamos verdadeiras expectativas sobre vidas que não vivemos, mas na realidade, assim como as estações do ano tudo se alterna na vida do ser humano.

Não tenho dúvidas que os jardins, as sacadas que tanto nos encantam, deixam a mostra, em sua grande maioria, o seu lado mais encantador. Pois sabemos que, por mais bela que seja uma roseira ela jamais deixará de ter os seus espinhos.

Assim é a vida, cheia de tristezas e alegrias, glorias e derrotas e é justamente esta alternância que deixa a vida interessante. Que nos faz lutar, que nos deixa fortes.

Não existe felicidade plena, até Adão e Eva, trataram logo de pecar e botar o pé na estrada porque não suportariam o enfado da mesmice.

Também não tenho dúvidas que “vida boa é a dos outros”. Principalmente as que nos chegam apenas superficialmente.

É por isso que adooooro essa minha vidinha mais ou menos. E você?

quarta-feira, 10 de junho de 2009

SANTO ANTÕNIO OU SÃO GONÇALO?





SANTO ANTÕNIO OU SÃO GONÇALO?

Meu querido Santo Antônio,
Vou lhe dar outra oportunidade
De me arranjar um marido.
E estou falando a verdade!
Ou vou apelar a outro Santo,
Que me faça essa caridade.

Há tempos que lhe recorro,
Sem ver nenhum resultado.
Pelo jeito o senhor anda
Desatento ou bem relaxado.
Quem sabe com tantos pedidos,
Foi deixando o meu de lado.

Acho que o senhor é mesmo,
Um santinho do pau ôco.
Eu peço, suplico, imploro
E o senhor de mim faz pouco.
Não atende o meu pedido
E eu continuo neste sufoco.

Só que agora eu descobri,
Que você tem concorrente.
Um santo casamenteiro,
Que é bem menos exigente,
Que se chama São Gonçalo,
E é muito mais eficiente.

Dizem que ele anda casando
Mulher de qualquer maneira:
Casa donzela e as desquitada,
As viúvas e até mãe solteira,
As que já passaram da idade,
E as que perderam as estribeiras.

Por isto, meu Santo Antônio,
O senhor preste muita atenção:
Me arrume um bom casamento,
Ou mudo mesmo de devoção.
Vou atrás é de São Gonçalo
Já cansei dessa embromação

Não há solteira que agüente,
Essa sua fatigante lentidão
São Gonçalo desempenha,
Muito melhor essa função,
E além de não ser exigente
É mais rápido na solução.

Sei que o Santo é só um detalhe.
O que importa é o matrimônio.
Me arranjo com São Gonçalo,
Se vacilar meu Santo Antonio
Para gastar vela com os dois,
Não economizo patrimônio.

Imagens retiradas do blog do Júnior Bonfim.
Texto Dalinha Catunda.

ENAMORADOS


Foto:amazoniadventure.com/.../6813_namorados.jpg


ENAMORADOS

Sentados no banco da praça
Sob mágicos raios de luar,
Fitavam-se infinitamente
Nem viam o tempo passar.

Cabeça escorada no ombro
Daquele que era seu par,
Beijos e abraços alternados
Entre promessas e o olhar.

Enamorados e felizes
Causavam admiração,
Exibindo farto amor
Enlevados pela paixão.

Quem dera que romantismo
Jamais perdesse sua validade,
Pois aqueles tempos antigos
Confesso deixaram saudades.

Assim eram os namoros
Daqueles tempos de então,
Onde serenatas e flores
Conquistavam coração.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

E POR FALAR EM DIA DE NAMORADOS


Foto: animegalleries.net/.../bleach_ustore0018.jpg

POR FALTA DE CONVICÇÃO

Essa é mais uma de minhas proezas adolescentes.
Eu morava no interior e nesse tempo ainda não possuía um vocabulário abrangente. Mas a pouca idade e o pouco estudo permitiam-me o pouco saber.

Eu nunca me encantei com os meninos de minha idade. Achava-os bobos, inexperientes, sem papo, sem graça e coisa e tal...

Um belo dia aconteceu o inusitado, o que poderia ser meu primeiro namoro, com uma pessoa mais velha, foi deveras minha primeira decepção.

Morava em minha rua uma professora que vira-volta era visitada pelos parentes.
Certa tarde vislumbrei uma visita diferente ocupando uma cadeira na calçada da dita professora.
Era um rapaz bem parecido, bem vestido e para uma quase menina que não tinha ainda parâmetros para comparar, era um príncipe das caatingas, em figura de gente.

Pois bem, eu muito enxerida, comecei a andar pra lá e pra cá na calçada. Ainda recordo quando uma amiga gritou:__ vai afundar a calçada!

Não demorou muito o belo exemplar abordou-me. Conversa vai... Conversa vem... Ele perguntou se eu gostaria de namorá-lo.

Eu radiante e rapidamente respondi que sim. Até aí, ia tudo muito bem! Eu me sentia nas alturas.
Foi quando ele fez na seqüência mais uma indagação:
__ Você tem Convicção?
E eu assustada respondi:- Não menino tu é doido?
Agora me pergunte o que eu imaginei, naquela hora, que fosse convicção?
-Você sabe? Nem eu!
O que sei é que por falta de convicção, perdi o que seria meu primeiro namorado mais velho do que eu.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Riqueza Natural do Ceará



Foto e texto de Dalinha Catunda.

Ipu é uma bela cidade que fica no interior do Ceará, rica em belezas naturais. Tem como atração turistica maior, uma linda cachoeira, denominada BICA DO IPU. Por lá também passei em minha ultima viagem ao Ceará. Fiquei feliz em voltar a pisar onde já havia deixado minhas pegadas.
Neste 05 de junho, dia do MEIO AMBIENTE, minha homenagem a cidade do Ipu com sua Bica Maravilhosa. SALVAR O RIACHO IPUÇABA É PRESERVAR A BICA.


A BICA DO IPU E EU

Dalinha Catunda

Saí da minha Ipueiras,
Rumo a serra da Ibiapaba,
Avistei a bica do Ipu
E fui ficando inebriada.
Parecia mesmo uma noiva
De esvoaçante grinalda.

Imaginei a índia Iracema
Correndo para se banhar,
Brincando pelos caminhos
Com as frutinhas de juá,
Pegando flores silvestres
Para os cabelos enfeitar.

Pois era assim que eu fazia,
Em meus tempos de menina,
Andando pelas veredas
Desta terra alencarina,
Para banhar-me na bica
De águas tão cristalinas.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

CANTOS DE POETAS



Meus amigos(as),
Cantos de Poetas foi o Primeiro Festival Intermunicipal de Poesias que aconteceu em Cachoeiras de Macacu. Participei com o Poema "Nas Asas da Liberdade" fui agraciada com a medalha de Honra ao mérito e acabo de receber, como parte da premiação, explares da coletânea, "CANTOS DE POETAS".

Estou feliz e agradecida ao povo de Cachoeiras de Macacu cidade serrana do rio de Janeiro, conhecida como "O Paraiso das águas Cristalinas" com suas 12 serras,suas incontáveis cachoeiras, nascidas dos mais de 26 rios.

Nas Asas da Liberdade

Se muitos Trilham apenas
Os passos da realidade
Eu crio asas e vôo
Atrás da felicidade.
Usufruindo o bom tempo,
Encarando as tempestades.

Se “navegar é preciso”
Voar então, nem se fala.
Os sonhos trazem magia,
Que contaminam a alma,
O corpo todo se anima
E o bom senso se cala.

Algemas, peias e antolhos,
Não prendem pensamentos.
Sem âmago aprisionado,
Sou viajante do tempo.
Antolhos eu os retiro,
Algemas eu arrebento.

Sou passarinho que voa
Sem medo de baladeira.
Mesmo sabendo ser mira
Das velhas atiradeiras
A vida é breve, é fugaz,
Não correr risco é besteira.

Dou linha a minha pipa,
Que se dane o carretel,
Ele que se arraste pelo chão
Enquanto desfruto do céu.
No grande teatro da vida
Sou dona do meu papel.

terça-feira, 2 de junho de 2009

DA FAMÍLIA DAS TREPADEIRAS


Foto e texto de Dalinha Catunda

DA FAMILIA DAS TREPADEIRAS

Que eu gosto de flores silvestres, não é nenhuma novidade.
Por isso mesmo vivo farejando tudo que diz respeito a estas singelas florzinhas.

Um dia passeando com a molecada pelas veredas que me levariam as margens do rio, deparei-me com uma florzinha um tanto sensual que eu já conheci há muito tempo, mas apenas de vista.

Perguntei ao garoto que acompanhava meus passos qual era o nome da tal florzinha. Ele com um sorriso maroto, respondeu-me:__ É priquitinho, tia. Observando o formato da flor não foi difícil entender a razão do nome popular que ela ganhara.

Minha curiosidade foi aumentando e quis saber mais sobre a excêntrica florzinha silvestre. Levei ramas da planta com flores para casa, e na mesma rama aqui acolá tinha pequenas vagens.

Logo que cheguei perguntei o meu caseiro se ele conhecia aquela planta. Ele logo respondeu: __ “É feijão-de-rola, dona Dalinha. È uma trepadeira que sobe nas cercas e nos pé de pau.”

Eu aqui fiquei pensando... Uma flor pequenina, tão bonita e com um histórico no mínimo curioso: Seu nome popular é priquitinho, brota no feijão-de-rola e para completar a história, é da família das trepadeiras. Só que nada disso altera sua formosura.

SABOR DO NORDESTE


A Ateira da porta de minha casa, no meu sítio em Ipueiras-Ce.

Atas colhidas no pé.
Fotos e texto de Dalinha Catunda

FICO COM MINHA ATA

Nasci e cresci comendo ata em minha terra natal.
Ata por lá, “dá mais que Chuchu em pé de serra”.
Você as encontra nos sítios ou mesmo nos quintais das casas de interior.

De volta a minha terra, cheguei bem na safra da gostosa e suculenta fruta.
Comi ata, até dizer chega.

Bem na frente de meu alpendre, tem um pezinho da fruta que a primeira vista não se dá nada por ele. Mas olhando com mais atenção descobre-se por entre galhos e folhas a beleza e a fartura de atas penduradas.

Na feira, a fartura desqualificava o preço. Muitas vezes comprei dez frutas por um real e ainda ganhava algumas de quebra. Como se diz na minha terra: “Lavei a égua”, “tirei a barriga da Miséria”.

Hoje moro no Rio de Janeiro. Certa vez passando no sinal, vi uns garotos vendendo nossa ata. Isto é, ata para mim! Pois elas, coitadas, estavam espremidas em pequenos caixotes, com serragens em volta, bem acomodadas e eram pomposamente chamadas de fruta-do-conde. Eram caríssimas, acabei comprando... Mas para minha surpresa, não chegavam aos pés de nossas atas matutas, suculentas, arrancadas do pé quando começavam a rachar.

Por isso, podem ficar com sua nobre Fruta-do-Conde, que eu fico com minha ata matuta, madura no pé.

Nota do blog: Ata, fruta-do-conde e pinha são denominações da mesma fruta. Ganham nomes diferentes dependendo da região. Quanto ao sabor diferenciado, acredito que depende da terra onde são plantadas e do modo como são colhidas.