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terça-feira, 29 de setembro de 2009

SAIAS NO CORDEL


Foto do acervo do blog.
Gonçalo Ferreira da Silva (Presidente da ABLC),Dalinha Catunda (Cordelista) e Mena, (Madrinha dos poetas cordelistas)

SAIAS NO CORDEL
1
Sou poeta cordelista
Nascida lá no sertão.
Ipueiras  minha terra,
Ceará é meu rincão.
Adoro ser nordestina.
Levo comigo uma sina,
Amar meu agreste chão.
2
Minha mãe fazia versos,
Gostava de declamar.
Foi professora primária,
Com ela aprendi rimar.
Ter gosto pela cultura,
Gostar da literatura,
E o velho cordel amar.
3
Assim eu me fiz mulher
Abraçando a poesia.
Meu mundo era encantado
Era cheio de magia.
Talvez um pouco irreal.
Mas para mim ideal,
Porque era o que eu queria.
4
A mulher abriu caminhos,
Difíceis de percorrer.
Enfiou os pés na estrada.
Pra demonstrar seu saber.
Foi bem grande a sua luta
Porém ficar sempre oculta
Impossível conceber.
5
Pois durante muito tempo
Fomos só inspiração.
A musa que os poetas,
Traziam no coração.
Sonhávamos ter um dia
A popular poesia
Com farta publicação
6
Não estou insinuando
Que a mulher não atuava.
Ela já fazia versos
Apenas não publicava.
Mostrava sua alegria
Nas rodas de cantoria
E os aplausos conquistava.
7
Embora houvesse machismo,
A mulher se aventurou,
Mesmo sendo analfabeta,
Entrou na roda e cantou
Sem ligar pro: ora veja!
E de peleja em peleja
O homem desafiou.
8
Foi no livro “Cantadores”
Pra minha satisfação
Que conheci cantadoras.
Uma chamou-me atenção
Por ser bem mais animada,
E cheia de presepada,
Zefinha do Chabocão!
9
E pelo Nordeste afora,
Em roda de cantoria,
Rita Medeiros cantava,
Chica Barrosa se via.
Maria Tebana também
Cantava e cantava bem
Mulher que se garantia.
10
Quando a mulher decidiu,
Por imprimir seu cordel.
Foi um nome masculino,
Que ela botou no papel.
Essas pobres criaturas,
Sofriam com as torturas,
Do patriarcado cruel.
11
Mas tudo modificou,
Hoje a coisa é diferente.
O cordel está em festa
E a mulherada presente.
Homem agora é parceiro
Até virou companheiro,
No cordel e no repente.
12
Atualmente as cordelistas,
Assumem o seu lugar.
Na Bahia, Pernambuco,
Isso eu posso assegurar.
O Nordeste brasileiro,
Há muito virou celeiro,
De mulheres a versar.
13
No Ceará, Paraíba,
A mulher faz poesia.
Temos lá em Juazeiro,
Uma Salete Maria.
Que audaz em sua meta,
Tem a postura correta,
Desbancando a hipocrisia.
14
Na Paraíba nós temos,
A Nelcimá de Morais.
Boa mestra e cordelista.
Engajada até demais.
Ela pesquisa em cordel,
A mulher e seu papel,
Em tempos medievais.
15
Temos Josenir Lacerda,
E Bastinha Job é fato,
As duas são pioneiras
Da academia do Crato.
Carregam com devoção
O cordel no coração,
Dão a cultura um bom trato.
16
E tem Maísa Miranda,
Na safra lá da Bahia.
Temos a Ilza Bezerra
Recebendo honraria.
O cordel está crescendo
A mulher aparecendo,
Como o momento pedia.
17
Muitas mulheres atuam
Neste mundo do cordel.
Ativas também anônimas
Respeito cada papel.
Mas pra falar a verdade,
Rasgar o véu da maldade
Só ampliando o painel.
18
Pesquisadores procuram,
A nossa arte revelar
O cordel de boca em boca.
Já chega a todo lugar.
Agora com internet
Esta obra do Nordeste.
Ficará mais popular.
19
Eu sempre fui inquieta
E cheia de novidade.
Enxerida como que!
Para falar a verdade.
Amigada com cordel,
Faço dele meu corcel,
Pra minha felicidade.
20
Eu sou Dalinha Catunda,
Não foi minha intenção,
Sobre o cordel feminino,
Fazer vasta explanação.
Só um modesto recado:
É que se abra o mercado
Para nossa produção.
*
Cordel e foto de Dalinha Catunda
cordel editado em 2009


quinta-feira, 24 de setembro de 2009

EU E ELA




EU E ELA

Quando ainda era criança,
Admirava da janela,
Sua presença fascinante,
Naturalmente tão bela.

Pegou-me uma vez de surpresa,
Tive então que me abrigar.
Na soleira tocava-me...
Um toque de arrepiar.

Meu corpo estremecia,
Divina era a sensação.
Intensa e instigante,
Umedecia-me então.

Trazia um cheiro bom
Que me deixava perdida.
Entreguei-me totalmente,
Por ela fui Seduzida.

Senti seu toque seu cheiro,
Divino era seu tilintar.
Do céu descia em gotas,
A chuva a me encantar.

Imagem:isis1.blogs.sapo.pt/arquivo/chuva.jpg Texto:Dalinha Catunda

terça-feira, 22 de setembro de 2009

PRIMAVERA E SONHOS


Foto e poema de Dalinha Catunda

PRIMAVERA E SONHOS

Começo de primavera
Um vento começa a bater,
Levemente em meu corpo,
E eu penso logo em você.

É o recomeço dos sonhos,
Que não devem se perder,
Nas amarras que existem,
Entre o meu e o seu querer.

Vejo esperança brotando,
Feito botão de uma flor.
Sinto o futuro querendo,
O que o passado negou.

domingo, 20 de setembro de 2009

MEU CARNAUBAL


Foto e texto de Dalinha Catunda.

MEU CARNAUBAL

Velhas carnaubeiras,
Ornamento natural.
Da cidade de Ipueiras
Querido torrão natal.
Lembro-me das cantigas,
De eras mais antigas.
O canto do carnaubal!

Tão majestosa, tão bela,
Altaneira e imponente.
Palmas abertas em leque,
Da flora és um presente!
Encanto da natureza,
Admirando tua beleza,
Sinto-me mais contente.

Quantas vezes escutei
Sonoros acordes no ar.
O vento batia na palma,
E a palma a cantarolar.
Ao sol quente do sertão
O vento virava canção,
E vinha me refrescar.

Hoje não mais encontro,
Minha árvore preferida
Ornamentando as praças,
Os jardins e as avenidas
Já não as vejo na cidade,
E para minha infelicidade,
Noto que estão sumidas.

Para matar a saudade,
Desta beleza natural,
Tenho em meu sítio
Um bonito carnaubal.
Adoro as carnaubeiras,
Da cidade de Ipueiras
Da minha Terra Natal.


Dia 21 de setembro é o dia da árvore.
Quero homenagear neste post, a carnaubeira que durante tantos anos predominou em minha cidade, Ipueiras-Ceará. Expulsa do centro, hoje ela só é vista nos arredores e interior da cidade. Mas continua linda e majestosa.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

MARIA EMÍLIA, UMA PORTUGUESA DE FIBRA


Foto de Maria Emília de seu acervo.
Maria Emília

Muitos amigos tenho,
Neste mundo virtual.
Uma é Maria Emília,
Um ser bem especial.

Os sofrimentos da vida,
Com muita fé superou.
E abriu novos caminhos
Para aliviar a sua dor.

Dona de muita doçura,
Com garra segue sua vida.
Ajudando os que buscam
A esperança perdida.

Essa mulher corajosa,
De Sintra é Natural.
Louvo com todo respeito,
Essa flor de Portugal.


Nota do blog:
Hoje estou homenageando Maria Emília, uma de minhas leitoras.
Pessoa que admiro, pela história de vida, pela coragem, pela sensibilidade e pelo sorriso que continua em seus lábios apesar dos pesares.
Homenageando Maria Emília, também estou homenageando os portugueses e portuguesas que freqüentam meu espaço.
A todos meu abraço, meu muito obrigada e meu carinho,
Dalinha Catunda.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

APENAS NEBULOSA


NEBULOSA DO ANEL
Imagem: boock.wordpress.com/.../

APENAS NEBULOSA

Hoje me chama estrela,
Porém não fico orgulhosa.
Porque no fundo bem sei,
Que sou apenas nebulosa.

Sou nuvem de gás e poeira,
Vagando na imensidão.
Estrela algum dia fui,
Bem antes da explosão.

Após juntar os meus cacos,
No espaço celeste perdidos
Voltarei a ser uma estrela,
Mas não me faça pedidos.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ALVORADA CARIOCA


O amanhecer no RIO DE JANEIRO visto de minha janela.

ALVORADA CARIOCA

O dia abria a boca,
Preparando-se para nascer.
A aurora bordava o céu
Tingindo o alvorecer.
Vendo as cores no infinito,
Não pude conter o grito:
Meu Deus! Que amanhecer!

Foto e texto: Dalinha Catunda

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

SERENA E SIRENA



Serena e Sirena

Mulher de alma vadia
Nos olhos sugere magia
De um mundo singular.

Tão senhora, tão serena,
Mas carrega uma sirena,
Que não resiste ao luar.

Em noite de plenilúnio
Entoa seu belo canto
Com intuito de encantar

E assim, feliz e faceira,
Com ares de feiticeira,
Atrai sua presa ao mar

Após a dança fremente
Saciada e sorridente
Recomeça seu cantar.

Imagem:www.amagiadosgifs02.hpg.ig.com.br/Amor-012.jpg

terça-feira, 8 de setembro de 2009



À DERIVA

Feito jangada solitária,
Navego na imensidão.
Sem vontade de aportar,
Vou tocando a embarcação.

Sigo o rumo dos ventos
Ele que mude a direção!
À deriva me encontro,
Mas não caída ao chão.

Não fujo da tempestade.
Refaço-me na calmaria.
A vida é uma alternância
Entre as dores e as alegrias.

Navego às vezes sem rumo,
Sem pensar bem no futuro.
Mas quando quero atracar
Escolho um porto seguro.

Texto:Dalinha Catunda
Foto:pr0jectx.files.wordpress.com/.../6406barco.jpg

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

PELA ORDEM E PELA PÁTRIA



PELA ORDEM E PELA PÁTRIA

Como podes está contente,
Deveras, “ó mãe gentil”,
Se o descaso dos políticos,
É visto, fora e dentro do Brasil.
Manchando o nome da nação,
Envergonhando a população,
E esquecendo o amor servil.

Ó minha pátria querida,
Prometo-te de coração
Que hei de defender-te.
E será na próxima eleição.
Na hora de dar meu voto
Da nação serei eu devoto
E não de qualquer facção.

A pátria merece respeito,
Do analfabeto ao letrado.
Porém, hoje, o país padece,
Com os escândalos do senado
Por isso “Vossas excelências”
Governem com mais decência
Pois estamos envergonhados.

Pela ordem! Hoje quem pede,
São os filhos desta nação,
Que deputados e senadores,
Acabem com a corrupção,
E que o senhor presidente
Não seja esse ser ausente,
Se é que tem o poder nas mãos.

Texto de Dalinha Catunda
Imagem retirada do blog: Cultura Nordestina

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

FOTOS E FATOS

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Fotos de Dalinha Catunda

FOTOS E FATOS

Olá Meus amigos,

Para quebrar um pouco a rotina do blog, celebrar o dia do REPORTER FOTOGRÁFICO estou compartilhando com vocês duas fotos que tirei em meu sítio, na cidade de Ipueiras-Ceará.

Estas fotos foram batidas no mês de maio de 2009, durante minhas férias por lá.

O açude espelhado captando o céu.

E uma cabra que subiu no pé de Siriguela para alimentar-se das folhas. É comum os caprinos subirem em árvores.

Gostou? Comente as fotos!