Seguidores

segunda-feira, 31 de março de 2008

A Magia das Chuvas


A Magia das Chuvas

Quando as torres do nascente
No céu começam a subir,
O nordestino se alegra,
Fica feliz a sorrir.
É sinal que a chuva esperada
Não vai demorar a cair.

Quando o céu escurece,
O povo agradecido,
Aumenta as suas preces.
De oração em oração
Vê a chuva molhar o chão
Que de umidade carece.

É água pra todo lado,
É muito sapo a coaxar,
Vegetação vestindo verde,
É o inverno a chegar.
É a esperança brotando,
No chão do meu Ceará.

O agricultor com a enxada
Cantarola pelo caminho.
A rolinha acasalada
Na árvore ajeita seu ninho.
O gado pasta com gosto,
Gorjeiam os passarinhos.

É tempo de alegria,
É tempo de plantação,
Mais um pouco na panela,
Fartura de milho e feijão
É inverno e vida nova,
Chegando ao meu sertão.

Só sabe, mesmo, da alegria,
Da água molhando o chão,
Quem, como eu, já morou
Lá pras bandas do sertão,
E viu a seca inclemente
Queimando o seu torrão.


Poema de Dalinha Catunda publicado no jornal "O Povo" em 12-04-2008.
Foto do jornal o"O Povo"

terça-feira, 25 de março de 2008

Cidade Satélite

Foto: Açude da Cadeia

Cidade Satélite

Parece grande dama
Trajando modernidade
Vejo e até me espanta
Minha querida cidade.

Olho tanto e custo crer,
Que minha interiorana.
De repente ficou chique,
Com ares de Copacabana.

Encanta os visitantes
Seu precioso calçadão.
A noite fica mais belo
Diante da iluminação

O que era só um açude
Transformou-se ligeiro,
Numa Rodrigo de Freitas,
Lagoa do Rio de Janeiro.

Um novo cartão postal
Há nessa terra altaneira.
A bela Cidade Satélite,
Que enriquece Ipueiras

quarta-feira, 19 de março de 2008

Dia de São José

19 de março dia consagrado a São José e aos que como ele tem a profissão de carpinteiro e marceneiro.
São José é o padroeiro do Ceará, considerado pelo nordestino como padroeiro dos agricultores.
O sertanejo acredita que quando chove no dia de São José, é sinal de bom inverno.

São José

São José foi bom esposo,
Lavrador e carpinteiro.
Pai adotivo de Jesus.
Foi um fiel companheiro.

Com seu cajado florido
Munido de muita fé
Encantou-se por Maria,
Maria de Nazaré.

Maria ia até a fonte
Pegar água pra beber,
José se embevecia
Vendo admirável ser.

José desposou Maria
Sobre ela posou uma luz
Era o espírito Santo
Fazendo-a mãe de Jesus.

Assim a sagrada família,
Foi exemplo para todos.
Nela nasceu Jesus
Para salvar nosso povo.

terça-feira, 18 de março de 2008

Cadeira e Cordel

Cultura Popular

A abertura do calendário acadêmico de 2008 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, aconteceu no dia 17 de março, na sede da Federação das Academias de Letras do Brasil que fica na Rua Teixeira de Freitas nº. 5/ 3º andar-Lapa Rio de Janeiro.

Seguindo a pauta da plenária, tivemos a posse do jovem benemérito Fernando da Silva Assumpção. Em seguida, merecida homenagem a Messody Ramiro Benoliel vice-presidente de honra da ABLC e que, ao longo de sua vida tem prestigiado essa importante instituição.

Nesse clima de festa, onde a qualidade notadamente tomava o lugar da quantidade aconteceu minha eleição. Indicada por importantes membros da Academia como: Dr. William J.G. Pinto, Ivamberto Oliveira de Albuquerque e professor Aragão.
A sugestão foi acatada com gosto pelo Presidente Gonçalo Ferreira da Silva que também apostou no meu nome para compor o rico elenco da ABLC.

Com a benção da Madrinha dos cordelistas, nossa querida Mena, e sob aplausos daqueles que ajudam a fazer a historia popular do Brasil, eu, Dalinha Catunda, fui aclamada membro da ABLC, ocupando a cadeira de nº. 25, do poeta cearense Juvenal Galeno, o que muito me honra.

A plenária transcorreu num clima de alegria e descontração, onde trovadores, cordelistas e poetas declamaram seus versos demonstrando a força da literatura popular.

No final, entre refrigerantes, bolo de macaxeira, queijo de coalho, e outras guloseimas,
Aconteceu o ponto alto da confraternização.

De lá saí na certeza que todos os sotaques, têm seu espaço. Que a voz nordestina ecoa bravamente feito um vaqueiro aboiador que tangendo sua boiada espalha seu canto no ar.

É um espaço onde todos os sotaques se juntam numa mesma voz: A Voz da Cultura Popular.


Texto e foto de Dalinha Catunda

segunda-feira, 17 de março de 2008

Nessa Páscoa


NESSA PÁSCOA

Nessa páscoa quero mais,
Que bombons e chocolates.
Aprecio as guloseimas,
E o comércio com sua arte.

Porém, quero ver brotar.
No peito do cidadão,
A nobreza do amor
surgindo sem distinção.

Peço encarecidamente.
Até rogo em oração
Um basta na violência
Que assola essa nação.

Jesus Cristo deu sua vida,
Somente pra nos salvar,
Pela vida que ganhamos,
Devemos sempre zelar.

Pelo pai, e pela mãe,
Pelo filho, pelo feto,
Peço pelo mais sagrado
A ressurreição dos afetos.

Foto retirada do blog clafer.blog.com.br
Texto de Dalinha Catunda

sexta-feira, 14 de março de 2008

LUAR ENCANTADO


Hoje dia 14 de março, dia consagrado a poesia, que os poetas continuem encantando o mundo cada vez mais com seus poemas.



Luar Encantado


Dalinha Catunda

Era noite de lua cheia,
No mar uma sereia,
Solitária a se banhar.

Por perto passava um poeta,
Perdido em seus pensamentos,
E ouviu um leve cantar.

Cantava tão docemente,
Que o poeta de repente,
Quis nas águas se jogar.

E não pensou duas vezes.
Jogou as vestes de lado,
Com ela foi se banhar.

quarta-feira, 12 de março de 2008

MANDACARU


Artigo publicado no jornal O Povo
MANDACARU
Dizem que mandacaru não dá sombra nem encosto o que indiscutivelmente é uma verdade. Mas, há de se dizer que, para uma planta do porte do mandacaru, sombra e encosto passam a ser irrelevantes diante de seu significado maior para o nordestino.

Certa vez, em tempos de chuvas escassas, presenciei um vaqueiro que atendia pelo nome de Antonio Canapum, sapecando numa fogueira pedaços de mandacaru para queimar os espinhos com finalidade de alimentar o gado. Achei muito interessante e providencial.

Depois de certo tempo aprofundando-me no assunto descobri que o mandacaru é uma ótima forragem nativa e uma boa alternativa na alimentação do gado e outros animais nos tempos de seca.

Sendo uma planta nativa que resiste a longos períodos de estiagem por acumular água em seu caule, e por isso, muito procurada, aos poucos vai sumindo do sertão. Mas o sertanejo seguindo as dicas de pesquisadores da Embrapa pode plantar o mandacaru, tê-lo com abundancia, e não é uma tarefa difícil: “Basta ter uma planta mãe, cortar os pedaços dos galhos, deixar secar de um dia para o outro, e enterrar apenas uma parte no solo”.

Se o mandacaru não tivesse nenhuma serventia, mesmo assim, seria um colírio aos olhos do Nordestino. Sua beleza incomparável atrai os olhares mais exigentes, flores lindas, frutos de um vermelho deslumbrante tudo isso agarrado a um verde mais belo ainda.

Porém, mais do que um planta o mandacaru é um monumento que se ergue naturalmente em homenagem ao Nordestino que carrega com a mesma altivez seus espinhos e suas esperanças. É a beleza rústica que desafiando a seca, aparece por entre galhos secos e retorcidos no meio de pedras, confirmando no seu verde nossa esperança e no vermelho do fruto, a paixão do nordestino pela sua terra.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Homenagem a Sá Ana Lavadeira de Ipueiras


Foto copiada do site codevasf.gov.br

Sá Ana

Com sua saia rodada,
com sua passada ligeira.
Sua blusa desbotada,
ia e vinha a lavadeira.

Era Sá Ana outra vez,
rumo à casa de Sinhá.
Pegava a roupa suja,
seu ofício era lavar.

Sá Ana pegava Anil.
Sá Ana pegava sabão.
Com a trouxa na cabeça,
voltava p'ro Lamarão.

Acocorada no açude,
cumpria sua missão.
Batia a roupa na pedra,
depois de passar sabão.

Dava gosto de se ver,
as lavadeiras antigas.
Batendo a roupa na pedra,
entoando velhas cantigas.



quarta-feira, 5 de março de 2008

Homenagem a Mulher Rendeira

Foto: Colhida no rabisco.com.br



Mulher Rendeira


Ví a mulher rendeira,
rendando no Ceará.
Foi o mais belo espetáculo,
que pude admirar.

Eu ainda era menina,
morando nas Ipueiras.
Conheci dona Totonha,
a maior entre as rendeiras.

Debruçada na almofada,
sentadinha na cadeira.
Tecendo com mãos de fada,
entretinha-se a rendeira.

O que era fios de linha,
aos poucos se transformava.
Nas mãos daquela rendeira,
que em seu ofício encantava.

Entre o canto e o bailado,
dos bilros manipulados,
espetava firme o alfinete
num papel bem desenhado.

E para o encanto dos olhos,
surgia com esplendor,
a renda, que mais parecia,
obra de Nosso Senhor.

Salve a mulher rendeira,
que trás a magia nas mãos.
Dentro de nossa história,
é lenda, e tradição.

"Olé mulher rendeira,
olé mulher renda".
Rainha dos sertanejos,
orgulho do Ceará.

Homenagem a Professora Alice Paiva


Foto: Dalinha Catunda, Alice Paiva e Ivaneuda Aragão
O Olhar de Alice

Seu rosto severo e sofrido,
Trago guardado comigo,
Com carinho e gratidão.
Ela foi em minha vida,
Mais que uma mestra amiga,
Foi exemplo, foi lição...
Seu olhar calava a sala.
Sua figura impunha respeito.
Peculiar no seu jeito,
Ela fazia a diferença.
Por isso sua presença,
Carrego dentro do peito.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Semana Dedicada as Mulheres


Dia 08 de março é o dia internacional da MULHER, a quem rendo minhas homenagens por toda semana.
Mulher Invenção de Deus
Pregam aos quatros cantos que a mulher foi feita da costela de Adão.Não sei se para diminuí-la ou ridicularizá-la, o que dá no mesmo, corre por aí uma versão jocosa que a mulher, na realidade, foi feita do rabo do cachorro.

Dizem que Deus de posse da costela elaborava seu trabalho, tão entretido estava em sua missão, que nem notou a aproximação de um cachorro que velozmente arrancou de suas mãos a costela manuseada. Sem perda de tempo o todo poderoso correu atrás do cachorro chegando a pegá-lo, mas o mesmo já havia comido o que seria a matéria prima na elaboração da mulher. Para não voltar de mãos abanando, cortou o rabo do cachorro e com seu infinito poder deu continuidade ao seu trabalho criando assim esse ser de importância suprema, a mulher.

Há quem diga que nada disso procede, que na verdade Deus fez duas criaturas de barro e botou ao sol para secar, depois de alguns dias voltou ao local para verificar sua obra... qual não foi sua surpresa... uma brotou e a outra rachou, e assim foi definido o sexo: feminino e masculino. Era tudo tão perfeito que Deus maravilhado, com um sopro divino deu vida àquelas duas imagens.

De qual matéria fomos feitas exatamente, não importa, o importante é que a fórmula deu certo. Se não somos uma pequena fração do homem, muito menos seriamos o rabo de um cachorro. Acredito sinceramente que somos resultado das mãos de Deus e do sopro divino.
Dalinha Catunda