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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO!

Amigos e parceiros do blog Cantinho da Dalinha,
Incentivada pela acadêmica Maria Rosário Pinto enviei meus versos para o CNFCP- Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Para meu contentamento eles foram aproveitados por Claudia Márcia Ferreira e a equipe do CNFCP para a mensagem de final de ano do centro.
Agradeço a Maria Rosário, a Claudia Márcia Ferreira e sua equipe e aproveito a oportunidade, para desejar um Ano Novo cheio de paz, saúde e alegria aos parceiros, amigos e simpatizantes do blog Cantinho da Dalinha
Cordialmente,
Dalinha Catunda

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

SEGUINDO EM FRENTE!

MEU BANHO NA BICA DO IPU-CE
SEGUINDO ADIANTE!

*
Sou correnteza de um rio
Encarando o desafio
De seguir sempre adiante.
Nem sempre sou prudente
Vivo uma vida diferente,
E bem mais interessante.
*
Sou árvore que refloresce
Mesmo quando padece
Dos golpes da insensatez.
Rebroto mostro meu viço,
Na tristeza dou sumiço
E recomeço outra vez.
*
Não sou pássaro de gaiola.
Não ponho no saco a viola
Porque eu nasci pra voar
Vou traçando meu destino
Sem cometer desatino,
Sem choro, sempre a cantar!
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

TROVAS NATALINAS

UM FELIZ NATAL A TODOS OS AMIGOS DO CANTINHO DA DALINHA

TROVAS NATALINAS

*
Natal é tempo de luz,
Luzindo com alegria.
Em louvor ao bom Jesus
Filho da virgem Maria.
*
Filho da Virgem Maria
E amado por José.
Brilhou a estrela guia,
Para o rei de Nazaré.
*
Para o rei de Nazaré
O galo cantou também,
Aqueles que tinham fé
Logo disseram amém.
*
Logo disseram amém,
Ao rei dono da verdade,
Que nasceu lá em Belém
Pra nossa felicidade.

Texto: Dalinha Catunda
Imagem retirada do blog: amormaternalrosinha.blogspot.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A MÁGICA PITANGUI

Pôr do sol no lavrado

A MÁGICA PITANGUI

Se você quer ver um sol
Esplendido e dourado.
Aprecie um fim de tarde
Lá no Alto do Lavrado,
E veja a beleza do sol
Deixando o céu matizado.
*
Pitangui tem seus encantos,
É uma cidade tão bela!
E cada final de tarde
É uma nova aquarela,
Trazendo muita magia,
Aos que desfrutam dela.

Texto: Dalinha Catunda
Foto: Paulo Salatiel
*
Quer saber mais sobre Pitangui? acesse: http://www.daquidepitangui.blogspot.com/
Visite também: http://www.cordeldesaia.blogspot.com/

domingo, 12 de dezembro de 2010

SOPRANDO VELINHAS!

Dalinha Catunda-Tereza Mourão
SOPRANDO VELAS!

Ela traz em seu olhar,
Um céu puro e azulado.
O seu sorriso aberto,
É facilmente ofertado,
Cultiva boas amizades
E com toda sinceridade
É bom ficar ao seu lado.
*
Cara Tereza Mourão,
Ou amiga Terezinha,
Receba de coração,
Da sua amiga Dalinha,
Num gesto afetuoso,
Um abraço carinhoso,
Neste soprar de velinhas.
*
Teca, hoje 12 de dezembro, não poderia deixar de prestar uma pequena homenagem a você.
Parabéns, saúde, paz e muitas felicidade!!
Um beijo grande.
Texto de Dalinha Catunda
Foto acervo do blog

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DINA, VAQUEIRA DO CEARÁ



A VAQUEIRA DINA
*


No Ceará tem mulheres,
Que merecem atenção.
Conheça Mestre Dina,
Vaqueira do sertão,
Que usa chapéu e chicote,
E joga o boi no chão.
*
Dina Mulher guerreira
Vaqueira por tradição.
Seu aboio feminino
É melodia no sertão.
Mas é firme feito macho,
Nas festas de apartação.
*
Monta bem o seu cavalo
Esta sertaneja de fé.
Dina mulher vaqueira,
Orgulho de Canindé,
Que pega a rês no laço
Porque sabe como é.
*
Essa mulher vaidosa,
Que não esquece o batom
Carrega coragem no laço
Ao aboio dá seu tom.
Com seu aboio de fêmea
Faz diferença no som.
*
Há muito tempo atrás,
Numa missa do vaqueiro.
Mestra Dina desafiou
Um famoso sanfoneiro.
Era o rei Luiz Gonzaga
Que aceitou prazenteiro.
*
Dina Maria Martins,
Que de Lima é também,
Conhecida mestre Dina,
Que seu ofício faz bem,
Orgulho do nordestino
Que meu Ceará detém.
*
Texto de Dalinha Catunda
Foto do: iurirubim.blog.terra.br

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O CAJU E A CASTANHA

O CAJU E A CASTANHA

*
Outubro é mês de caju
Em meu querido sertão.
Quando a safra é boa,
Dá tanto que cai no chão.
Totalmente seduzida
Eu sou só contemplação.
*
Vermelho e amarelo,
Alaranjado também.
Comprido, arredondado
De todo formato tem.
E transformado em suco,
É gostoso e faz bem.
*
Dele é feito o doce,
Mel, vinho e cajuína,
Produtos apreciados,
Na região nordestina.
Tudo que vem do caju
Na verdade me fascina.
*
O Caju é o pedúnculo.
A castanha é o fruto.
Não sei de qual gosto mais
Só sei que dos dois desfruto.
Sou doidinha por castanha,
Por caju e seus produtos.
*
Na folia do caju
Eu nasci e me criei.
Em flandres assei castanha,
Com seu leite me queimei.
Aventuras de menina,
Que arrebatada provei.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda
Visite também: http://www.cordeldesaia.blogspot.com/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

NO BALANÇO DA REDE


Foto de redes no alpendre do meu sítio em Ipueiras-Ce

NO BALANÇO DA REDE

*
Você esqueceu minha rede
Veio outro e se deitou.
Esqueceu q´eu tinha sede,
Veio outro e chamegou.
*
A rede estava armada,
Mas você se desarmou.
Eu querendo ser amada
Veio outro e me embalou.
*
No vai e vem da rede
Faz zuada o armador.
Embalando a magia,
Nos acordes do amor.
*
Deixei de ninar saudades
Voltei a embalar paixão.
Na rede da felicidade.
Balança meu coração.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda
Visite também: http://www.cordeldesaia.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AGRADECENDO AOS AMIGOS


AOS AMIGOS 
 

Aos amigos que aqui passaram,
Seus comentários deixando.
Agradeço de todo coração,
E a todos estou ofertando,
Esse ramalhete cor de rosa
De flor bela e tão cheirosa

Que de espirradeira chamamos.

Texto e imagem de Dalinha Catunda
Visite também: www.cordeldedsaia.blogspot.com

domingo, 21 de novembro de 2010

ROUBADA MAS NÃO CALADA

ROUBADA MAS NÃO CALADA

1

Amigos eu viajei,

Sem dar explicação.

Fui a minha terra

Defender o meu quinhão,

Pois lá chegou o progresso.

Causando devastação.

2

É estrada pra todo lado,

Cortando serra e sertão

E nas terras que são minhas,

O governo meteu a mão,

Sou mais uma brasileira,

Atacada por ladrão.

3

Pela frente fui roubada,

Pelo governo estadual.

Já na parte dos fundos,

Foi mesmo o municipal.

Só me faltou ser roubada

Na esfera federal.

4

Não fujo nunca da luta

Essa é minha posição.

Vou brigar até o fim,

Em minha jurisdição.

Essa corja só me cala,

Com bala no coração.

5

Foi-se o tempo do cangaço,

E dos coronéis também.

Mas ficaram os políticos,

Onde poucos são do bem.

Passam por cima da mãe

Pra conseguir o que tem.

6

Se eles não respeitam a lei

A eles não vou respeitar.

Sou mulher e sou valente,

E quem quiser me afrontar

Tenho voz e tenho espaço

Pros desmandos propagar.

7

Não se invade espaço,

Sem desapropriação.

Ganhar na marra no grito

Desculpe-me cidadão,

É coisa de cafajeste,

De golpista e de ladrão.

8

O que eu disse assino

Medo eu não tenho não.

Aqui quem está falando,

É Dalinha Aragão,

Catunda das Ipueiras,

Roubada em seu rincão.


*
Foto na janela da casa grande no meu sítio em Ipueiras-Ce
Texto Dalinha Catunda

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PARABÉNS A TODOS OS POETAS POR SEU DIA

Pôr do sol no sitio em Cachoeiras de Macacu 


POETAS


O Poeta canta a dor,

Tristezas e alegrias,

Tudo que lhe vem na alma

Transforma em poesias

E assim vai preenchendo

Com palavras suas vias.

*

Sai cantando a natureza,

E toda essa imensidão.

Canta sua terra amada

Canta o amor e a paixão.

Às vezes canta bonito

Noutras apenas grita

As dores do coração.

*

Espreita o nascer do sol,

Enamora-se da alvorada.

Tem a lua como musa,

Brilhante e prateada.

Sem uma lua bem cheia

Daquelas que encandeia

Nunca sai pra serenata.

*

Poetas são singulares,

Tem o dom da inspiração.

Encanta-me o variado,

Formato de criação.

Populares ou eruditos,

Românticos ou malditos,

Não importa a concepção.

 
Texto e foto de Dalinha Catunda
Visite também: www.cordeldesaiablogspot.com

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

REVISTA ACADÊMICA

REVISTA ACADÊMICA



A Academia Ipuense de Letras Ciências e Artes (AILCA) dá um passo importante nessa sua caminhada rumo à cultura quando se propõe com eficiência a lançar seu primeiro livro tendo como temática a cidade de Ipu. Cidade que completou 170 anos de emancipação política e sem dúvidas, merece esse mimo por parte de filhos, amigos e admiradores que hoje fazem parte de uma mesma confraria, (AILCA)


Quero parabenizar pela iniciativa, os organizadores que literalmente colocaram a mão na massa: João Pereira Mourão, José Airton Pereira Soares e Sebastião Valdemir Mourão.


Agradeço ao Ricardo Aragão por ter indicado meu nome para a AILCA e sou grata aos membros desta academia que tão bem me acolheram.


Sinto-me feliz em participar deste primeiro projeto que deu luz a REVISTA ACADÊMICA onde membros da AILCA desfilam com suas prosas e versos em homenagem a bela cidade de Ipu.


O Lançamento acontecerá sábado dia 2, às 20 horas, no auditório da Bio Extratos na cidade de Ipu. Daqui do Rio de Janeiro, além de ficar na torcida, convido os amigos a participarem deste importante evento cultural.


Dalinha Catunda
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

SERTANEJA, SIM SENHOR!


 Dalinha Catunda,
SERTANEJA, SIM SENHOR!
*
Sabia que era arisco
Aquele belo alazão.
Resolvi correr o risco,
Sem medo de ir ao chão.
Peguei chicote e espora
Montei o bicho na hora
Sem medo ou indecisão.
*
Ele quis titubear,
Mas cutuquei do meu jeito.
Peguei firme nas rédeas,
Pois me achei no direito.
E seguindo o meu comando
Obedecendo meu mando,
Ele foi quase perfeito...
*
Inda quis se rebelar,
Mas de nada adiantou.
De seus movimentos bruscos
Minha mão se encarregou.
Fui feliz na maratona,
E mostrei quem era a dona.
Ele então se conformou.
*
Do que compro e pago caro,
Retorno eu sempre quero.
A manha, a birra e o coice,
Se fizer eu não tolero.
Do cavalo nunca caio
Só tenho medo de raio,
Mas no resto eu acelero.
*
O bicho que eu não domino,
Confesso não dou guarida,
O meu sangue nordestino
É que me faz aguerrida.
Eu só não sou cangaceira,
Por ser metida a faceira,
Porém sou bem atrevida.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

CORES DA PRIMAVERA

CORES DA PRIMAVERA


*

As cores da primavera

Ornamentam a estação.

A vida parece mais bela

Com a nova coloração.

É a temporada das flores,

Dos sonhos e dos amores

Que brotam no coração.

*

As buganvílias e os Ipês ,

São espetáculos à parte.

Nas estradas ou jardins

Formam uma obra de arte,

Uma aquarela e sua beleza

Um presente que natureza,

Com pobres mortais reparte.

*

A mãe natureza é pródiga

Mostrando seu esplendor.

O que hoje é galho em botão

Amanhã será leque em flor

Num artifício da natureza

Que mostra a sua riqueza,

Em forma de aroma e cor.

*

O ciclo da vida é um fato,

Que se repete a cada estação.

Não fique à beira da estrada

Somente em contemplação.

Aproveite bem a sua  vida,

Não fique parada e perdida

Esperando outra encarnação.

.
Foto e texto: Dalinha Catunda

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DIA DA ÀRVORE

VELHA CARNAUBEIRA

Minha velha carnaubeira,
Que se embala ao vento,
Batendo palmas te vejo,
E viajo em pensamento.
.
Tua cantiga me traz
Saudades da minha rua,
Detrás de tua folhagem
Mais bela nascia a lua.
.
Teu fruto me atraia,
Chamando-me atenção.
Quando maduro caia,
Caído, apanhava do chão.
.
Aquilo era feito uva
P’ra menina do sertão,
Que degustava feliz,
Os sabores da região.
.
No meu cavalo de pau,
Quantas vezes montava
Com o talo da carnaúba
Habilmente eu fabricava.
.
Hoje te vejo solitária,
Sem perder tua beleza.
Tomara que te preservem.
Para o bem da natureza.
.
Quero ver multiplicada,
Essa tua escassa família.
Que vem perdendo espaço
Enquanto perco alegria.
.
Escutei tua cantiga,
Teu fruto alegre comi
Pelas ruas da cidade
No meu cavalo corri.
.
Minha velha carnaubeira,
Companheira de infância.
Na cidade de Ipueiras
Alegraste uma criança.
.
Texto e foto de: Dalinha Catunda
Visite também: www.cordeldesaia.blogspot.com

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

CHANANA

ENQUANTO A PRIMAVERA NÃO VEM
A primavera se aproxima e eu que sou apaixonada por fotografia estou postando uma seqüência de fotos que captei em minha lente de amadora. As fotos serão sempre acompanhadas de meus versos, quando possível informativos. Inicialmente postarei fotografias de flores colhidas no agreste, ou seja, em Ipueiras Ceará. Não se acanhem desfrutem do meu jardim agreste.

CHANANA
*
Chanana é flor silvestre,
D’uma beleza cabal.
E que ornamenta o agreste,
Além de medicinal.
Tem miolo amarelado
E de preto é realçado,

Na brancura sem igual.
*

Verso e foto de Dalinha Catunda



domingo, 19 de setembro de 2010

FLOR DE CANSANÇÃO


FLOR DE CANSANÇÃO

Leitosa bem espinhenta,
É a planta cansanção.
dá coceira no corpo,
Queima e dá comichão.
Mas dá uma flor bela
Branquinha e tão singela,
Típica lá do sertão.

Texto e foto de Dalinha Catunda

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A FLOR PRIQUITINHA


PRIQUITINHA

A planta é uma trepadeira,
Chamada feijão-de-pombinha,
Também de feijão-de-rola.
E a flor é a priquitinha.
É uma flor silvestre
Típica lá do agreste
Esta erótica florzinha!
.
Texto e foto: Dalinha Catunda

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

FLORES DA MINHA TERRA


FLOR DA ESPIRRADEIRA

Este buquê de flores
Tão rosadas e brejeiras
É uma presença constante
Na cidade de Ipueiras.
Tem um cheiro atraente
Tem um nome diferente
È a flor da espirradeira

Texto e foto: Dalinha Catunda

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SÓ SENDO DO CEARÁ!


SÓ SENDO DO CEARÁ!
1
Esta cabecinha chata,
Esta falta de cintura
Ser doidinha por queijo,
Amar uma rapadura,
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
2
Quando chega a noitinha,
Ela acha uma gostosura,
Se balançar numa rede,
Para abanar a quentura
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
3
Adora uma paçoca
Não fica sem a fussura.
Ficar sem baião de dois,
Ela acha uma tortura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
4
Às vezes é muito braba
Noutras anjo de candura
Quando fica enfezada,
Diz que fica com gastura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
5
Teve que ganhar o mundo
Nunca viveu de brandura.
Sua vida não foi fácil
Ela mesma assegura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura.
6
Já provou como remédio
A bunda de tanajura.
Pra garganta inflamada
Dizem que traz a cura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
7
E quem quer ser só as pregas,
Ela mesma não atura.
Pois acha que gente fresca
Nunca muda de postura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
8
Às vezes se faz de besta
Mas tem a sua cultura.
Se for preciso dá coice
Se precisar tem lisura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
9
Agora diz que cordel,
É sua literatura.
E coloca no papel
Um monte de aventura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
10
Cantada de muriçoca
Seguida de picadura.
Ela fica arretada
E perde a compostura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura!
11
E quando está com raiva,
Joga praga, esconjura.
Às vezes cheia de calma
Demonstra sua ternura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
12
O Ceará é seu céu,
É a verdade mais pura.
Ficar distante de lá
Ela acha uma tortura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
13
Ela pinta seu Ceará,
Desenha, faz escultura.
E coloca na parede
Na mais bonita moldura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura.
14
E se nasceu no Ceará,
Lá será sua sepultura.
É assim que ela fala
Na atual conjuntura.
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura.
15
Ficar longe é difícil,
Mas a onda ela segura.
Repleta de bom humor
Não conhece amargura.
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
16
Falar mal do Ceará
Perto dela é loucura.
É procurar levar coice,
De quem não tem ferradura
Só sendo do Ceará,
Essa dita criatura!
17
O sol da sua terrinha,
É quente que dá tontura.
A terra é bem distante,
Nunca vi tanta lonjura
Só sendo do Ceará
Essa dita criatura!
18
De andar sempre na linha,
Não teve a desventura.
O seu nome é Dalinha
Não está na escritura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura!
19
Nasceu lá em Ipueiras
A referida figura,
O amor por sua terra
Inabalável perdura.
Só sendo do Ceará
Essa dita Criatura.
20
É Ceará e Ipueiras.
É Dalinha e ventura,
Tudo no mesmo balaio,
Fato que se emoldura.
É mesmo do Ceará
Essa dita criatura!

Texto e foto de Dalinha Catunda.
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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

DIA CHUVOSO



DIA CHUVOSO

O dia amanheceu cinza,
Sem nenhum sinal de sol.
E a chuva caindo fina
Embaçava o arrebol.
Um ar de melancolia
Incorporou-se ao dia
Busquei cama e lençol.
.
O inverno que me perdoe,
Mas não é minha estação.
Eu gosto é da primavera
E do sol quente do verão.
O sol é vida e pujança,
Estimula a esperança
E acalora o coração.
.
Mas é bem interessante,
A mudança de cada estação.
E justamente a alternância
Que nos tira da estagnação.
Se os dias fossem iguais
Não saberíamos jamais
O sabor de cada ocasião.
.
Texto e foto de Dalinha Catunda
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terça-feira, 7 de setembro de 2010

AGUENTA PATRIA AMADA!



AGUENTA PÁTRIA AMADA!

Quem disse que meu país,
Hoje é independente?
A sua podre política
Deixa um rastro evidente
De lama e falcatrua
Dessa gente que atua
Numa política indecente.
.
É com nojo que eu vejo
No rádio e na televisão.
No horário obrigatório,
O político e seu sermão.
Vestindo pele de cordeiro
Visando poder e dinheiro
Que lhe traz cada eleição.
.
O brasileiro acovardado,
Vai sempre dizendo amém!
E para facção engajada
Sobra parte do roubo também.
E os que amam esta nação
Sofrem sem ver solução,
E nem sabe se ainda tem!
.
Neste sete de setembro,
Com minha pena na mão.
Confesso morro de pena,
Do Brasil, minha nação!
Já não vejo a “brava gente”
Só espertos e indigentes,
E a pátria em degradação.

Texto:Dalinha Catunda
Foto:bragalia.blog.uol.com.br/
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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ESPINHENTA PAIXÃO


ESPINHENTA PAIXÃO

Dois pés de mandacarus
Em uma vereda se via.
Ali cresceram juntinhos
É assim que se noticia.
Não sei se é bem verdade,
Ou lenda que o povo cria.
.
O povo que passa por lá,
Fazendo sua romaria,
Diz que um, é o tal João,
O outro, é a bela Maria,
Filha de um fazendeiro
Que o namoro não queria.
.
Ela uma moça bonita!
João um bonito rapaz...
Que fora abatido a tiros,
Pelas mãos de um capataz.
A mando do fazendeiro,
Que nada entendia de paz.
.
Maria ficou desesperada,
Com a morte de sua paixão,
De posse de um punhal
Sangrou o seu coração,
E caiu em cima do moço,
Que estava morto no chão.
.
O velho pai desesperado
Acabou por enlouquecer.
Vendo sua filha única
Daquele modo morrer,
E teve ali o seu castigo
Porque fez por merecer.
.
Pouco tempo depois
Nascia naquele lugar.
Um par de mandacarus
Frente a frente a namorar.
Marco da velha história
Que eu acabo de contar.
.
Foto e texto de Dalinha Catunda
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terça-feira, 31 de agosto de 2010

CHEIRO DE AMOR


CHEIRO DE AMOR
.
Você diz que sou uma rosa
Daquelas mais cheirosas
Que brotou em seu jardim.
Não quero ser presunçosa
Mas sinto-me orgulhosa
Vendo você pensar assim.
.
Essa fragrância divina,
De quem já não é menina
E que tanto lhe satisfaz.
É o verdadeiro olor
Que germina do calor
Do amor que a gente faz.

Texto e foto de Dalinha Catunda
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

VOLTANDO DE IPUEIRAS


Foto: Acervo do blog. Corrida de jegue em Ipueiras

VOLTANDO DE IPUEIRAS
*
Amigos, sumi um pouco.
Estou de volta ao lar.
Quando a saudade aperta
Vou visitar meu lugar.
Minha cidade querida,
Onde passei minha vida,
Até resolver migrar.

*
Fui rever a minha terra,
Visitar o meu torrão.
Abraçar os meus amigos,
E também cada irmão.
Meus pais estão velhinhos
Deles recebi carinhos,
Que guardo com emoção.
*
Degustei comidas típicas,
Primores do meu sertão.
Gostoso baião de dois,
E paçoca de pilão.
Matei a minha saudade.
Visitando minha cidade
Mimosa flor do sertão.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PROTESTO DE MULHER!



PROTESTO DE MULHER

Em oito pés de Quadrão
Vou cantar preste atenção
Não venha dizer que não
Que não vou lhe obedecer.
Eu sou cria nordestina
E canto desde menina
Meu canto é minha sina.
Dispenso seu parecer.
*
Você que se diz poeta,
Do repente um atleta
Dono de obra completa
Que segue a tradição.
Você que dá nó em tripa
Em todos mete a ripa
Vá voar com sua pipa
Distante deste meu chão
*
Não venha meter colher,
No meu canto de mulher
Que canta como bem quer
Sem nunca se acanhar.
Sei que não sou repentista,
Sou um tanto anarquista
Mas se eu estou na pista
Não cheguei para apanhar
*
Eu não sou desaforada,
Nem tão pouco afamada
Só sigo a minha estrada.
Se quiser me acompanhar,
Eu digo: não sou novela!
Não caia nesta esparrela
Em mim você não atrela,
Pode o seu rumo Tomar.
*
Se você é sol sou lua
Que também hoje atua.
Meu canto levo pra rua
Já escapei do fogão!
Não fujo de cantoria,
Onde a dona poesia
Sai da boca de Maria
Que pisa firme no chão.
*
Homem deixe de besteira
Não estou de brincadeira
Meu canto não é asneira
Pra você me censurar
Deixe de ser egoísta
Com este canto machista
Vá baixando sua crista
Pois não vou lhe aturar
*
Em oito pés de quadrão,
Tomei minha decisão,
Fiz minha reclamação,
Pois o momento requer.
A mulher quer liberdade,
Pra cantar sua verdade
E ter na realidade
Seus louros como mulher!

Imagem e texto de Dalinha Catunda

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

MEU PAI, MEU REI


Espedito Catunda, meu pai

MEU PAI MEU REI!
*
Parabéns querido pai
Por sua longevidade.
Por essa sua lucidez
Contrariando a idade.
*
Parabéns querido pai,
Por ter tanta teimosia,
Por cair e se levantar
Isso me causa alegria.
*
Filhos, netos e bisnetos,
A sua sólida construção.
E você é o maior exemplo
Para toda essa geração.
*
Orgulho de ser sua filha,
Eternamente eu terei.
Dentro do meu coração,
Você será sempre rei.
*
Texto:Dalinha Catunda
Foto: Acervo de Dalinha

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

21 ANOS SEM O ETERNO REI DO BAIÃO


O ETERNO REI DO BAIÃO
.
Já faz mais de vinte anos
Que o velho Lua morreu.
Da vida dos nordestinos
Nunca desapareceu.
Pois em cada canção
Cantou com o coração
O mundo que ele viveu.
.
E o Rei do Baião vive
Na boca de sua gente.
Tudo que ele gravou
Canta-se no presente.
Foi a voz do retirante,
Dos que estavam distante,
Foi o canto do ausente!
.
Luiz Gonzaga cantou,
Os costumes do sertão
Cantou beatas e santos,
Padre Cícero Romão,
Cantou o povo sua fé
O Santo de Canindé,
Cantou até oração.
.
Cantou também paro o papa
Cantou o cruel Lampião,
Lendas de cangaceiros
Que habitavam o sertão.
Cantou a mulher rendeira
E Sá Marica parteira
Costumes e tradição.
.
Cantou do vate Catulo,
Que no nome tem Paixão,
E digo com toda certeza
Que encantou seu torrão,
Com a mais bela cantiga
Que amor a terra instiga
Chamada Luar do Sertão.
.
Lua mostrou ao Brasil
Nossa nação nordestina.
Falou de chuva e de seca
Contando a nossa sina.
Cantou tristeza e alegria
Dum povo que contagia
Pois a ser forte ensina.
.
Cantou a fauna e a flora.
Do nosso seco sertão.
Mostrou o mundo inteiro
O amor pelo seu chão.
Asa branca contagiou,
E o povo todo cantou,
Este hino ao Sertão.
.
O querido rei caboclo.
Aclamado rei do baião.
Viverá eternamente
Em nossa recordação.
E será eternizado
Pois sempre será lembrado
Por toda nossa nação.
.
Quando o fole da sanfona,
Gemer em qualquer lugar.
E um forró pé-de-serra
O sanfoneiro tocar
Lembrarei de Gonzagão,
O nosso rei do Baião,
Majestade Singular!

.
Texto: Dalinha Catunda
Imagem da internet

terça-feira, 27 de julho de 2010

O PILÃO NOSSO DE CADA DIA




















O Pilão sendo esculpido por Batista à esquerda.
A direita o pilão da familia Caldas recheado de paçoca.
Fotos retiradas do blog: daquidepitangui.blogspot.com

O PILÃO NOSSO DE CADA DIA


Se você for a Pitangui
Em busca de tradição,
Vai achar em lavrado
Num bairro da região,
Um excelente artista
Conhecido por Batista,
Mestre em fazer Pilão.
*
Nordestino que se preza
Tem em casa um pilão.
Minas não é diferente,
Cheguei essa conclusão,
Pois vejo a família Caldas
Entretida e sem ressalvas
Fazendo paçoca em pilão.
*
A Nossa Santa paçoca,
Bendita em toda nação
Foi desjejum de vaqueiros,
E não faltava no matulão
Das antigas comitivas
Que já não são tão ativas,
Mas nos causam emoção
*
Este Pilão já deu samba,
Amigo pode apostar!
Agora só falta um bamba
Para o samba musicar.
Os versos dou de presente
Pra ver Pitangui contente
E ouvir seu povo cantar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PRECIPITAR-SE E CAIR


PRECIPITAR-SE E CAIR

Não faz muito tempo liguei para um amigo. Amigo este que zela pelo bem falar e traz a elegância das palavras como regra em sua vida..
--- Olá Seu Gonçalo! Tudo Bem?
--- Ó nobre acadêmica que bons ventos lhe trazem?
---Liguei para saber do senhor e das novidades da Academia.
---Bom, tenho duas notícias, uma é que o projeto de termos um espaço na feira de São Cristovão saiu, já assinei até os papéis.
--- E a outra Seu Gonçalo?
---É que infelizmente precipitei-me ao solo!!!!!
---Precipitou-se ao solo?!...
---Exatamente!
---Mas como?
--- Sai da feira tão exultante que esqueci-me de minha deficiência visual, que não me permite uma ampla visão de espaço. Assim sendo, ao tropeçar inadvertidamente numa protuberância acabei por precipitar-me ao solo. Mas diante do acontecido pessoas solícitas socorreram-me. O que agastou-me foi que já erguido e refeito, vejo um ébrio ao lado perguntando-me:
--- O senhor não perdeu uma ferradura? Foi aí que me dei conta que em um de meus pés faltava o sapato.
---Que horror seu Gonçalo!...
---Agora eu vou dizer uma coisa para o senhor: - eu, quando levo uma queda, taco mesmo é o rabo no chão! Me lasco toda! E ainda por cima chingo o maior palavrão e dou o dedo para quem estiver rindo da minha cara, e o senhor me cai com essa elegância toda? Diabo é isso Seu Gonçalo?
*
Texto: Dalinha Catunda
Foto: blogdotorero.blog.uol.com.br/images/escorreg.jpg

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O SOL DO MEU SERTÃO


O SOL DO MEU SERTÃO
*
Quando o sol se esconde,
Carregando o seu clarão.
Bate-me uma saudade
Do sol lá do meu sertão.
Do calor lá do Nordeste
Do céu azul do agreste
Do meu saudoso torrão.
*
Quando o dia amanhece,
Trazendo sua claridade,
Eu me levanto disposta,
Encaro bem a realidade
Pego firme no batente
Até cantarolo contente
Com ares de felicidade.
*
Mas se o céu escurece,
Fecho o tempo também.
Fico um tanto amuada
Enjoada como ninguém.
Pois nasci na terra do sol
Apreciando um arrebol,
Que noutro lugar não tem
*
Texto e imagem de Dalinha Catunda

quarta-feira, 7 de julho de 2010

COBRA CRIADA


COBRA CRIADA
1
Dou um boi pra não entrar,
Uma boiada pra não sair.
Escorrego mas não caio
Porém levanto se cair.
Com gente desaforada,
Eu vou na mesma toada
Se prepare pra ouvir.
2
Você me chamou de cobra
E chamou sem precisão.
Não meta mão em urtiga,
Nem folha de cansanção.
Pois quando fico irada
E com a língua afiada
Moleza eu não dou não.
3
Veneno deixei na folha,
Mas posso ir lá buscar.
Basta escutar latidos,
Querendo me provocar.
Não me assustam cadelas
Não vou pular a janela
Com pau eu vou encarar.
4
Medo de égua coiceira
Não tenho, nunca vou ter.
Relinche bem à vontade,
Não pense que vou correr.
Pode ciscar no meu chão,
Pintar, bordar feito cão,
De medo não vou morrer.
5
Você assanhou inchuí,
Botou pé em formigueiro.
Andou cutucando onça,
E vou lhe dizer ligeiro:
Foi com a vara pequena...
Será que valeu a pena?
Ô imprudente toupeira!
6
Não pense que vou engolir
Teu pretenso desaforo,
Pra mim tu tá no brejo
És uma vaca sem touro.
Vá ruminar noutro canto
Pois não me causa espanto
Os teus chifres nem teu couro
7

Se eu sou uma jararaca
Tu também és peçonhenta.
Se tu tens fogo no rabo,
Tenho cabelos nas ventas.
Então não perca o juízo
Cascavel de tantos guizos,
Toma tino! Te orienta!
8
Me chamas de jararaca,
Às vezes sou doce mel.
Isso, quando não esbarro,
Em loca de cascavel,
Em mula desembestada,
Correndo pelas estradas
Viçando atrás de corcel.
9
Te chamar de cascavel
É ofender a serpente.
Porque no meu conceito,
Tu não és cria de gente
È jumenta batizada,
Daquelas bem descaradas
Do cão não és diferente.
10
Agora peço licença,
E não me leve a mal.
Não quero galinha velha
Ciscando em meu quintal
Cacareje noutro canto
Pois aqui eu lhe espanto
Não quero nem seu sinal.
11
Mas vale um mau acordo,
Do que uma boa briga.
Mas tu és desatinada
E gosta de uma intriga.
E quando quer ser cruel
Desempenha bom papel,
A ser igual me obriga.
12
Posso não ser jararaca,
Mas sou cobra criada.
Meu bote é certeiro,
Fuja da minha estrada.
Vá engrossar as canelas
Cuidar das suas panelas,
Saracura abestada.
13
Achou que me ofendendo
Faria um bonito papel?
Aproveitei foi sua deixa
Pra fazer mais um cordel!
E gostei da ladainha
Pois sou abelha Dalinha
Usando ferrão e mel
14
Aqui fico sem delongas,
Ô rastejante serpente,
Oferto-te estes versos,
Produto de minha mente
Não fujo nunca da raia
Eu rodo mesmo é a saia,
Se puder, me agüente!
15
Quem quiser brigar comigo,
Não vou desaconselhar.
Mas vou logo avisando,
Barato não vou deixar.
Não sou de procurar rinha,
Mas quem vier na minha
Sem penas há de ficar.
.
Cordel de Dalinha Catunda

sexta-feira, 2 de julho de 2010

SAUDADES DE ZECA FRAUZINO

SAUDADES DE ZECA FRAUZINO
1
Era vinte três de abril,
Quando tudo aconteceu.
A cidade de Ipueiras
O rei do forró perdeu.
Antes do raiar do sol
Em Sobral ele Morreu.
2
No ano de dois mil e dez
Seu Zeca desencarnou,
Era sábado dia de feira,
Quando ele se enterrou,
A cidade de Ipueiras,
Enlutada então chorou.
3
Quando Seu Zeca partiu,
Partiu também a alegria,
Do povo que em seu forró
Dançava e se divertia
Ninguém nunca vai fazer
As festas como ele fazia.
4
A igreja ficou lotada
De fãs e admiradores.
Gente das redondezas
Lotavam os corredores
Em todo rosto se via
O lacrimejar e dores.
5
Quando eu ouvir sanfona,
No mês de julho gemer,
Vou me lembrar de Zeca,
E a saudade vai doer
E do forró pé-de-serra
Que só ele sabia fazer.
6
Zeca era muito alegre
Era muito brincalhão.
Era uma figura querida
Que encantou o sertão,
Era um homem festeiro,
E gostava de animação.
7
Quem não participou,
Dos churrascos que fazia.
Era lá em seu terreiro
Que tudo acontecia
Às vezes com sanfoneiro
Pra trazer mais alegria.
8
A saudade ainda se nota,
Nos olhos de sua Maria,
Que já não espera na porta,
As voltas de quando ele ia,
Mas sabe que ao seu lado,
Por certo estará um dia.
9
Cada vez que eu escutar
Uma música singela,
Que tem como título,
A Casinha Amarela,
De Zeca vou me lembrar,
Pois ele gostava dela.
10
Como pai era um ídolo,
Para os filhos que ele tem.
Os filhos o endeusavam,
De tanto lhe querer bem,
E Zeca pelos seus filhos,
De amor morria também.
11
Por todo canto se escuta,
A grande lamentação,
Da falta que nos faz
Este caboclo do sertão
Que fazia o real forró,
Com gosto de tradição.
12
Lamenta Edilson Vieira,
Bento Raimundo também,
Lastima Simões Carolino
E Zé Alves como Ninguém,
Sanfoneiros que animaram,
O forró que mais não tem.
13
Lamenta Quindô Miranda
Que não perdia um forró.
Lamenta Mané Aprígio,
Do seus amigos o maior.
Lamenta Antônio Elizeu,
O doutor Irineu e Deó.
14
Lamenta o seu Batata
Batéia e Aparecida,
Toinha e Zé Marques,
Essa tão triste partida.
Lamentou rico e pobre,
Chorando na despedida
15
Lamenta toda Ipueiras,
Desde a serra ao Sertão
Lamenta Edilson Sales,
Lastima Tony Aragão,
Lamenta lá em Brasília,
A Terezinha Mourão.
16
Corte Branco e Floresta,
E grande a lamentação.
Naquela encruzilhada
Zeca não está mais não,
Deitado em sua rede,
E acenando com a mão.
17
Foi no dia de São Jorge,
Que Seu Zeca viajou.
Feito o Santo Guerreiro,
Em seu Cavalo montou
Foi seguir o seu destino,
Muita saudade deixou.
18
Meu amigo Zeca se foi,
Mas foi contando vitória.
Pois forró igual o dele,
Não há em nossa história.
E com certeza será eterno,
Dentro de minha memória.
19
Primeiro Sábado de julho,
Sem Zeca, Sem animação
A lua não estará tão cheia
No três de julho no sertão.
Quando seria o forró
Do Zeca e da tradição.
20
Zeca me fez um pedido,
Bem antes de ser levado.
Queria o convite da festa
Em seu cavalo montado.
E nesse cordel que eu fiz,
Assim será retratado.
21
Adeus amigo querido,
Adeus símbolo do sertão.
Adeus tempos de alegria,
Adeus Autêntico Chitão
Adeus Seu Zeca Frauzino
Adeus festas e tradição.
22
Esta homenagem faço,
Com carinho e emoção
Pra figura mais popular,
Que viveu em meu sertão,
E foi um grande amigo,
Que trago no coração.

Se Zeca estivesse vivo, neste sábado dia Três de julho, seria 55 anos fazendo o forró mais animado de Ipueiras. A Zeca Frauzino, minha homenagem e minhas saudades.

terça-feira, 29 de junho de 2010

RITO DE PASSAGEM


RITO DE PASSAGEM
.
Vaqueiro bom de montaria.
Ela uma rês vadia,
Solta no agreste sertão.
Vivendo na mira do laço,
Um dia sem embaraço,
Será lançada ao chão.
.
Bezerra... quase novilha,
Cevada, que maravilha!
Chegara a ocasião.
O hábil vaqueiro ciente,
Que é hora de ferro quente,
Marca a novilha então.

Texto: Dalinha Catunda
Foto: Canindé Soares

segunda-feira, 28 de junho de 2010

BRASIL E CHILE


BRASIL E CHILE

Hoje é dia de Jogo,
Joga nossa seleção.
Batendo descompassado,
Está o meu coração.
Vou fazer figa e rezar,
Pro nosso time ganhar
E alegrar nossa nação!

Texto: Dalinha Catunda
Foto: br.olhares.com

sexta-feira, 25 de junho de 2010

SÚPLICA



SÚPLICA

Ó santa mãe de Jesus,
Que tanto chorou na cruz,
Poupe-me deste sofrer.
Não deixe esta tua filha,
Que também é uma Maria,
Neste mundo padecer.
*
Não deixe estampado em meu rosto,
A marca de tanto desgosto,
Que a vida nos oferece.
Não deixe apagar meu sorriso,
Preserve os meus amigos,
E conservarei minhas preces.

Texto: Dalinha Catunda
Foto retirada do blog: coraçãofiel.com.br

domingo, 20 de junho de 2010

SELEÇÃO DO DUNGA


SELEÇÃO DO DUNGA!

Quero ver nossa seleção
Passar sebo nas canelas.
Correr atrás da jabulani,
Suar as camisas amarelas
Entrar no jogo com raça.
E mostrar toda sua graça,
Ao som das vuvuzelas!
*
Nossa seleção já passou,
Pela Coréia do Norte.
Será que foi preparo?
Ou só um golpe de sorte?
Enquanto a mídia resmunga,
Em frente segue o Dunga,
Contando com a sua sorte!
*
No segundo jogo a seleção,
Enfrentou Costa do Marfim.
Três gols já contabilizados,
Estamos indo bem enfim!
São dois de Luiz Fabiano!
E o outro do craque Elano!
Que se retirou antes do fim.
*
Se seremos campeões
O futuro é quem nos dirá.
É só não perderem a cabeça
E em vez de porrada jogar.
Violência não é solução
Só vai provocar expulsão.
Por isso cabeça no lugar!
*
Hoje é dia de festa
É Brasil a celebrar.
É frevo no recife!
Forró no meu Ceará!
Samba no rio de Janeiro
E todo povo Brasileiro
Feliz a comemorar!

Texto: Dalinha Catunda
Foto: globoesporte.globo.com

segunda-feira, 14 de junho de 2010

NOSSO VELHO SÃO JOÃO


Essa é a galera do Corte Branco - Ipueiras -Ce que dança a autêntica quadrilha nordestina no chão de terra, numa latada coberta com palha, descalço, vestindo chita e com grande animação.Parabéns! meninada, por seguir a tradição.

NOSSO VELHO SÃO JOÃO

Ipueiras velha querida,
Quanta coisa ficou pra trás...
As fogueiras de São João,
Como era, já não se faz.
Mas a saudade no peito,
Teu povo ainda traz.
*
Em cada casa ardia,
A chama da tradição.
Fagulhas voavam ao vento,
Aumentando a animação.
Era um encanto pros olhos,
Labaredas em ascensão!
*
Mesa farta na calçada,
Fazendo jus a colheita.
Macaxeira e batata doce,
A dona de casa ajeita,
Com milho canjica e pamonha,
A mesa fica perfeita!
*
Meninos bebendo aluá,
Adultos bebendo quentão.
Não faltava pé-de-moleque,
Nem tão pouco animação.
O traque corria solto,
Pipocando pelo chão.
*
Parece que estou vendo...
Vem à tona o pensamento.
Santú trazendo lenha,
No lombo do seu jumento,
Pra fogueira de Espedito,
E também do Zeca Bento.
*
Na casa do Zeca Bento,
Seu Davi armava a fogueira.
Mas na casa do Espedito,
Do seu Manuel era a trabalheira.
A meninada ajudava!
Eita saudosa ipueiras...
*
As quadrilhas? Nem se fala!
Eram singelas e bonitas.
Rapazes amatutados,
Moças vestindo chita.
Cabelos longos trançados,
Nas tranças laços de fita.
*
Quem quiser saltar fogueira!
Quem quiser fazer simpatia!
Não se esqueça do passado.
Não se esqueça da magia.
Tente olhar sem medo,
Seu rosto numa bacia.
*
Seja compadre ou comadre,
Brincando de passar fogo.
Volte a se encantar,
Entre de novo no jogo
Junte o passado ao presente,
Escreva a história de um povo.

Texto e foto de Dalinha Catunda

terça-feira, 8 de junho de 2010

FICAR E NAMORAR



FICAR E NAMORAR
*
Esta onda de Ficar
Ainda não assimilei.
A conquista me atraía
De caça me disfarcei,
Para ficar bem na mira,
Daquele que namorei.
*
Se flertar saiu de moda,
Imagine então namorar!
A onda agora é outra,
Nem precisa paquerar,
Basta apenas chegar junto
E rolando um clima, ficar!
*
Confesso sinto saudades,
Dos antigos rituais.
Um bilhete, uma rosa,
E as juras dos casais,
Beijos e rostos corados,
Que hoje não se vê mais.
*
Flerte, namoro, noivado,
Já deu o que tinha que dar.
A graça dos velhos namoros
São histórias a se contar.
Diz-me os novos tempos,
Que o lance mesmo, é ficar!
*
Mas quem um dia ouviu,
Uma serenata de amor.
No meio da madrugada,
Na voz de um trovador.
Dispensa o verbo ficar,
Para apostar no amor!

Neste poema quero homenagear os namorados de todos os seguimentos, desde os românticos aos mais modernos. 12 de junho dia dedicado aos namorados

Texto: Dalinha Catunda
Foto:cifrantiga.wordpress.com
VISITEM TAMBÉM: www.cordeldesaia.blogspot.com

domingo, 6 de junho de 2010

SANTO ANTÔNIO E O CASTIGO



SANTO ANTÔNIO E O CASTIGO
*
Supliquei a Santo Antônio,

Rezei e pedi, por favor!

Ó meu santo casamenteiro

Não quero perder o pudor!

Mas a demora é tamanha,

E tenho uma sede medonha,

Arranje-me logo um amor!

*

Mas o tal casamenteiro,

É um santinho do pau oco.

Eu peço o tempo inteiro

E ele se finge de mouco.

Se não passar essa agonia

Enfio o Santo na água fria

Pra ele ver o que é sufoco.

*

Cansei de fazer simpatia,

Cansei de velas e oração.

O santo só sai do castigo

Quando eu sair da solidão.

Por isso santinho querido

Arranje-me logo um marido,

Que aí eu lhe deixo de mão.

*
Texto: Dalinha Catunda
Foto retirada do blog hippopotamo.blogspot

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O HOMEM QUE PERDEU A ROLA

1ª Edição
2ª Edição




O HOMEM QUE PERDEU A ROLA
Ao Tuca pedi licença,
Pra sua história contar.
É fato não brincadeira
O que tenho pra narrar.
Esta tragédia, amigos,
Foi um drama de amargar.
Este caso sucedeu 
Em meu querido lugar
E fez a minha Ipueiras
De tristeza até chorar.
A cidade combalida
Nunca viu tanto pesar.
Todos conhecem o Tuca,
Nem precisa apresentar.
É dono dum restaurante.
Bom e muito popular.
Comerciante querido,
A todos quer agradar.
4
Tuca era muito feliz,
Com os filhos e a mulher.
Também tinha sua rola,
Que não era uma qualquer,
Não largava sua pomba
Um instantinho sequer.
Não sei se foi mau olhado,
Se foi praga ou coisa assim.
Só sei que sua alegria.
De repente teve fim.
O homem perdeu a rola,
Meu Deus que coisa ruim!
Ipueiras chorou tanto,
Foi bem grande a comoção.
Pois não era uma rolinha,
Na verdade era um rolão.
E muita gente importante,
Já tinha passado a mão.
7

Pobre mulher, soluçava...
Abraçada a seu marido.
Ele só se lamentava
Por a rola ter perdido.
Tudo se tornou tristeza,
Depois deste acontecido.
Ao chegar o fim da tarde
Na hora da ave Maria,
Tuca pegava sua rola
Com jeitinho recolhia,
E agradecia aos céus.
A rola que possuía.
A sua querida esposa,
Entrou numa depressão
Seu robe, sua alegria
Era a rola em sua mão.
Ela chora de saudades
Pela rola do patrão.
10 
Tuca perdeu a alegria
Perdeu a satisfação.
Vivia coçando a rola
Por debaixo do balcão
Sem rola e sem alegria
É bem grande a aflição.
11
Os amigos afagavam
Aquela rola singela
E Tuca sempre exibia
Pondo a rola na janela.
Era uma boa atração
E todos gostavam dela.
12 
Que muita gente chorou
É a mais pura verdade,
Homem que fica sem rola
É digno de piedade.
Tem uma vida vazia
E perde a felicidade.
13 
A história dessa rola,
Ainda não acabou.
Não estou de sacanagem,
E lhes peço, por favor.
A rola é um passarinho,
Não o que você pensou!
14 
O martírio dessa rola, 
Foi de cortar coração.
Um dia Tuca encontrou
A ave ferida no chão.
E tratou do passarinho,
Que virou de estimação.
15 
A rola vivia solta,
Bem livre naquele lar
No ombro de Tuca ela,
Gostava de passear.
Era bem interessante
Era lindo contemplar.
16 
Até hoje não se sabe,
Que de fato aconteceu.
Se ela foi atrás de Tuca,
No caminho se perdeu.
Ou se foi mesmo roubada
Por um infeliz ateu.
17
Eu só sei que a pobre rola
Se foi e deixou saudade.
A família e os amigos
Gostavam e de verdade,
Da graciosa rolinha
Que era uma novidade.

18
Tuca perdeu sua rola,
Porém ganhou um cordel.
Quem pensou em sacanagem.
Não fez bonito papel.
Eu peço desculpa ao Tuca
Se o relato foi cruel.

Fim
Cordel de Dalinha Catunda