ROUBADA MAS NÃO CALADA
1
Amigos eu viajei,
Sem dar explicação.
Fui a minha terra
Defender o meu quinhão,
Pois lá chegou o progresso.
Causando devastação.
2
É estrada pra todo lado,
Cortando serra e sertão
E nas terras que são minhas,
O governo meteu a mão,
Sou mais uma brasileira,
Atacada por ladrão.
3
Pela frente fui roubada,
Pelo governo estadual.
Já na parte dos fundos,
Foi mesmo o municipal.
Só me faltou ser roubada
Na esfera federal.
4
Não fujo nunca da luta
Essa é minha posição.
Vou brigar até o fim,
Em minha jurisdição.
Essa corja só me cala,
Com bala no coração.
5
Foi-se o tempo do cangaço,
E dos coronéis também.
Mas ficaram os políticos,
Onde poucos são do bem.
Passam por cima da mãe
Pra conseguir o que tem.
6
Se eles não respeitam a lei
A eles não vou respeitar.
Sou mulher e sou valente,
E quem quiser me afrontar
Tenho voz e tenho espaço
Pros desmandos propagar.
7
Não se invade espaço,
Sem desapropriação.
Ganhar na marra no grito
Desculpe-me cidadão,
É coisa de cafajeste,
De golpista e de ladrão.
8
O que eu disse assino
Medo eu não tenho não.
Aqui quem está falando,
É Dalinha Aragão,
Catunda das Ipueiras,
Roubada em seu rincão.
*
Foto na janela da casa grande no meu sítio em Ipueiras-Ce
Texto Dalinha Catunda
9 comentários:
Puxa, imagino a gana que sentiste...Isso é um absurdo! Luindo cordel! beijos,tudo de bom,chica e que bom te ter de volta!
Mulher de força...guerreira...
São pálidos adjetivos que nem de longe dizem o que realmente você é, mas podemos tocar a medula de sua alma e traduzir esta força em pensamento o que não podemos expressar em palavras.
Dalinha,
pois faz muito bem em não ficar calada!
* Amiga que dom maravilhoso o seu! E de tudo, um belo cordel.
Beijos querida.
Querida Dalinha.
Força amiga. Estou contigo contra as injustiças. Se estivesse aí, podes crer que estava a teu lado lutando contra essa corja. Aqui também já se perdeu o respeito pelo povo que eles tanto apregoam. Rouba-se à descarada e a justiça nada faz. Nunca te cales. Eu quando tenho razão, ninguém me cala. E já tive alguns dissabores. Mas havia um poeta popular português, António Aleixo, que era analfabeto e engraxava sapatos, que dizia:
Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão
Beijos amiga e bem vinda ao nosso convívio.
Victor Gil
Menina! bela e guerreira,
a coisa foi mesmo feia
Não arrede do seu chão
Se puder, lhes meta a peia.
São muitos os descarados
Nunca se acham errados
Sem luta! espalham sua teia.
Sua luta é corajosa
e se houvesse o respeito
não se precisava ter
empunhar faca no eito
Afinal, o que trabalha
Sua produção não encalha,
tira da terra o esteio.
TÔ junto e misturada nesta luta. Se precisar de mais uma guerreira, conte comigo. E... como diz nosso Caetano Veloso:
"sei que um dia ainda vou morrer: de susto, de bala ou vício"; e, como se não bastasse:
"o Haiti... é aqui"
Eita cabra bom,
bjimsssssssssss
Rosário
Olá Dalinha,
Não cruze os braços diante desses bandidos, vá em frente e lute com unhas e dentes para defender o que lhe pertence. Você é guerreira e vai conseguir.Sucesso amiga!
Grande abraço.
Puxa, que absurdo!, falta de respeito.
Continue guerreira.
Beijinhos de luz!
Dalinha,
continue firme, não abra mão do que é seu de direito. Cambada de safados, adentrando na propriedade alheia.
Acione o "Homem da Capa Preta", a justiça há de prevalecer.
Abraço.
VC esta certa... eu estive na região em janeiro e vi o absurdo que fizeram com os moradores de lá. Uma verdadeira irresponsabilidade e falta de consideração com os moradores. Nos poucos dias que passei por lá, vi várias vezes casas alagadas devido a obra mal planejada. O poder publico omisso e não demonstrando nenhum interesse em amenizar o problema... DECEPÇÃO TOTAL COM O REPRESENTANTES DO POVO...
Postar um comentário