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domingo, 23 de agosto de 2020

DA SÉRIE PARCEIRAS NO CORDEL - VII

 

DA SÉRIE PARCEIRAS NO CORDEL VII

DALINHA CATUNDA COM VÂNIA FREITAS

*

É pintora e artesã,

Escritora e cordelista,

Essa mulher dedicada,

Na verdade, é uma artista.

Nas veredas do cordel,

Sabe cumprir seu papel,

Com muita propriedade.

Como parceira atuante

Traz um sorriso constante

Para cada atividade.

*

Da Série Parceiras na Literatura de Cordel.

Hoje a homenageada é a cordelista VÂNIA FREITAS.

Versos e foto de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

 

sábado, 22 de agosto de 2020

Entrevista - Portal Na Sombra do Juazeiro

Entrevista publicada no Portal Na sombra do Juazeiro.



A cearense Dalinha Catunda escreve poesia desde que “se entende por gente”, graças à influência da mãe poetisa e de tia Isa, professora e contadora de histórias. Mas foi a saudade de casa, trazida pela mudança para o Rio de Janeiro, que despertou seu interesse pelo cordel. “ A saudade era grande e eu queria reviver tudo que eu havia vivido no interior do Ceará em minha pequena Ipueiras. Assim fui criando e revivendo minhas histórias em versos.” lembra a poetisa, que já escreveu mais de uma centena de cordéis e, hoje, não só é membro da Academia dos Cordelistas do Crato (ACC), como também da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC).

Dalinha é idealizadora do blog Cordel de Saia, voltado à difusão do trabalho de mulheres cordelistas. Exímia pelejadora, é nesse espaço virtual que Catunda expõe seus cordéis em dupla, no estilo de batalha em diálogos, e rodas de glosa, um tipo de cordel criado em conjunto com outras poetas do gênero, como Bastinha Job, Paola Torres e Creusa Meira.

Enfrentou dificuldades no meio cordelista por ser mulher?

A mulher veio para preencher a lacuna que lhe cabia por direito na Literatura de cordel. Muitas vezes fui criticada, muitas vezes fizeram pouco caso do meu trabalho, mas a crítica só me fez crescer. Fui estudar e me preparar para fazer o cordel com todas as suas regras. Hoje, de certa forma, reconhecida, nem uma crítica me derruba e nenhum elogio tira meu chão. Mas até hoje não temos o mesmo espaço que tem o homem cordelista.

Como Surgiu a iniciativa Cordel de Saia?

O cordel sempre foi um “Clube do Bolinha” e eu senti essa necessidade de criar um blog que agregasse mulheres Cordelistas. Temos muitas cordelistas espalhadas pelo Brasil e muitas delas no anonimato. O Cordel de Saia é essa vitrine a exibir mulheres que escrevem cordel.

Na sua opinião, como as mulheres são percebidas, hoje, no meio cordelista e pelo público?

A mulher agregou valores ao cordel, ao artesanato, às apresentações teatrais, às cirandas e é diferenciada ao se apresentar. É muito bem vista pelo público, convidada pelas escolas, universidades. Ao meio cordelista, só cabe aplaudir e aceitar.

A mulher e questões feministas são temas muito presentes em seu trabalho, como demonstra a própria iniciativa do Cordel de Saia. Há um público feminino para a Literatura de Cordel?

Sim, pelas mensagens, pelos comentários que recebo, vejo que muitas mulheres se identificam com o que escrevo e até pedem para que eu escreva sobre certos temas. E falando sobre a cordelista em geral, sim, a mulher cordelista tem público. Temos muitas mulheres escrevendo bem, e dentro da norma que pede a Literatura de Cordel, que estão ocupando espaços antes só ocupados por homens.

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Agora só dou o pé

 

AGORA SÓ DOU O PÉ

*

Se todo cuidado é pouco

Eu me resguardo na fé

Meu marido quando pede

Eu nego até cafuné

Em cantada já não caio

Tô igual a papagaio

Agora só dou o pé.

*

Versos e foto de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

 


segunda-feira, 17 de agosto de 2020

A DUPLINHA - ENTRE FLORES E VERSOS

 ENTRE FLORES E VERSOS

*
BASTINHA JOB
E eu sou preta por fora
Cheiro mais do que coentro
Sou bem vermelha no meio
E tenho um pinguelo dentro
*
DALINHA CATUNDA
Que diabo de flor é essa
Que não sei e nunca vi
Só se for a flor que nasce
Pras bandas do Cariri
Que fede mais que tabaco
E até mata cabra fraco
Chamada flor de pequi.
*
BASTINHA JOB
Não é pequi essa flor
É uma arroxeada
De vez em quando,Anilda
Dá nela uma recitada
Acho até que ela é cara
Assim minha flor é rara
Dizem qu'ela é sagrada!
*
Dalinha Catunda
A tua flor não é rara
Nem aqui nem no Japão
Pois nasce em feijão de rola
Simples flor lá do sertão
Chamada ximbiu de freira
Que nasce em trepadeira
Priquitinho em meu torrão.
*
BASTINHA JOB
Pequi e nem priquitinho
Não dá em pé de feijão
Mesmo ele sendo de rola
A flor não se mete não
Já disse seu tom de roxo
Não nasce em ramo choço
E pé que não dá tesão!
*
DALINHA CATUNDA
Porém dá em trepadeira
Essa flor roxa e tão bela
E Catulo da Paixão
Já fez poema pra ela
Agora responda já
É flor de maracujá
Inspiração de Varella?
*
BASTINHA JOB
Agora, sim acertou
É a flor do Maranhense
A linda flor de Catulo
Que nunca foi cearense
De tão rara não abunda
Tal qual Dalinha Catunda
Que já é caririense!
*
DALINHA CATUNDA
Bastinha cara poeta
Parceira que boto fé
Firmou morada em Crato
Mas nasceu em Assaré
Da escola de Patativa
Do cordel é uma Diva
Que sempre aplaudo de pé.
*
Versos da DUPLINHA
Foto do acervo de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

domingo, 16 de agosto de 2020

MANHÃ DE AGOSTO


Manhã de agosto
.
O vento soprou raivoso
No meio da madrugada
Mudando de vez o clima
Aqui em minha morada
Olho o infinito me encanto
Com essa manhã nublada.
*
Versos e fotos de Dalinha Catunda cad. 25 da ABLC
dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Picão Roxo em versos e declamado

O PICÃO ROXO

*

Andei com uma dor nos quartos

Vejam que situação.

Aí me recomendaram

Tomar um chá de picão,

Saí me maldizendo

E fui logo dizendo:

Esse diabo tomo não!

*

Mas o doutor raizeiro

Correu atrás de mim

Me chamou lá num cantinho

E já foi dizendo assim:

Experimente o tal picão

Que a sua situação

De dor vai chegar ao fim.

*

Olhei bem desconfiada

Pro vendedor de raiz

Foi quando senti de novo

Aquela dor infeliz

Era uma dor bem profunda

Subindo o rego da bunda

Se espalhando pelos quadris.

*

Eu tinha que me render

A tal fitoterapia

Mas uma dúvida atroz

De verdade me afligia

Será que o tal picão

É cipó ou solução?

A gente toma, ou enfia?

*

Era a dor me consumindo

Era bem grande a aflição

E tinha que ser do roxo

Pra fazer efeito o picão

Resolvi entrar no cipó

Se a dor de mim não tem dó

Não vejo outra solução.

 *

Versos de Dalinha Catunda


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Da série: Parceiras no Cordel com Josenir Lacerda

Da Série: PARCEIRAS NO CORDEL VI
*
DALINHA CATUNDA E JOSENIR LACERDA
Tem aroma de poesia
A nossa boa amizade
Para dizer a verdade
E para minha alegria
A nossa história inicia
Com a boneca de pano
Mas o cordel com seu plano
Chegou para nos unir
Faço par com Josenir
Exemplo de ser humano.
*
Da Série: PARCEIRAS NO CORDEL VI
Hoje a homenageada é Josenir Lacerda, foi com a poetisa, que começou minha história no Cariri cearense, respeito, gratidão, admiração e amizade é um pouco do muito que sinto por Josenir.
Versos e foto de Dalinha Catunda

OFERTE A OUTRA O ANDOR POIS SOU APENAS TROCISTA.

 OFERTE A OUTRA O ANDOR

POIS SOU APENAS TROCISTA.
*
DALINHA CATUNDA
Já andei curtindo a vida
Do jeito que me aprazia
Tive dias de alegria
E disso nem Deus duvida
Despachada e atrevida
O meu choro é de artista
A minha cena é prevista
E meu senso é burlador.
OFERTE A OUTRA O ANDOR
POIS SOU APENAS TROCISTA.
*
BASTINHA JOB
Se tenho os pés de barro
Tenho também santo forte
Que aponta sempre o meu norte
Da direção não desgarro
Pego com força e me agarro
E me equilibro na pista
O meu lado de humorista
Faz meu estro gozador
OFERTE A OUTRO O ANDOR
POIS SOU APENAS TROCISTA
*
DALINHA CATUNDA
Nem solteira nem casada
Porém tenho companheiro
Que me segurou ligeiro
Hoje estou bem amarrada
Não assinei papelada
Nem contratei retratista
De santinha não me vista
Rasguei o véu do pudor
OFERTE A OUTRA O ANDOR
POIS SOU APENAS TROCISTA.
*
Foto e mote de Dalinha Catunda
dalinhaac@gmail.com

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Meu Canto de Apresentação




Meu Canto de Apresentação

sábado, 1 de agosto de 2020

A RÉDEA DA LIBERDADE VIROU PIPA EM MINHA MÃO. Ciranda de glosas.


*
A RÉDEA DA LIBERDADE
VIROU PIPA EM MINHA MÃO.

Mote de Dalinha Catunda
*
Para dar o meu recado
Não rezo só Ladainha
Pois o canto de Dalinha
Não é canto comportado
É profano é sagrado
Dentro da minha oração
Para dar satisfação
Eu não tenho mais idade
A RÉDEA DA LIBERDADE
VIROU PIPA EM MINHA MÃO.
 Dalinha Catunda – Rio de Janeiro - RJ
*

A vida dá muitas voltas

Nas voltas que a vida dá"

Fiquei de lá para cá

Sem ser mulher de revoltas

Fazendo reviravoltas

Nas curvas do coração

E hoje sem mais ação

Faço da felicidade

A RÉDEA DA LIBERDADE

VIROU PIPA EM MINHA MÃO.

Vânia Freitas

Fortaleza- Ce

*

ROSARIO PINTO

Viver é recomeçar!
Este Mundo é redondo.
Pelas noites vou me expondo,
Muitos versos compondo.
Vou sangrando o coração,
Pelos tantos mil amores,
Cada qual com seus sabores.
Hoje só resta a saudade
De amores e de amizade
A RÉDEA DA LIBERDADE
VIROU PIPA EM MINHA MÃO.
 Rosário Pinto – Rio de Janeiro – RJ

*

Voo como um passarinho

Livre por onde eu for

Espanto o predador

Para longe do meu ninho

Jamais aceito um carinho

De quem mostra o cinturão

Ou a chave da prisão

Abrigo da crueldade

A RÉDEA DA LIBERDADE

VIROU PIPA EM MINHA MÃO

 Ritinha Oliveira

*

Trabalho desde pequena

Seja em casa ou na roça

De meu pai já levei coça

Aprendi tirar novena.

Meço o terreno com trena

Pilo o arroz no pilão

Faço mosaico e colchão

Desde a mais tenra idade

A RÉDEA DA LIBERDADE

VIROU PIPA EM MINHA MÃO.

Francy Freire Crato – Ce

*

Eu sou mulher de encanto

Já dizia a minha avó

Quando quero, dou um nó

Sem causar, pânico e espanto

Pra seduzir eu garanto

Não ajo por emoção

Já sofri sem ter razão

Mas renasci com vontade

A RÉDEA DA LIBERDADE

VIROU PIPA EM MINHA MÃO.

Lindicássia Nascimento

Barbalha-CE

Xilo do meu acervo, obra de Maércio Siqueira,

Capa do Cordel: Mulheres do Cariri

dalinhaac@gmail.com


NA REDE COM DALINHA - "TUDO SEI NINGUÉM ME ENSINA!


TUDO EU SEI NINGUÉM ME ENSINA

Mote de uma linha, que corre chão na boca de alguns cantadores

 

TUDO EU SEI NINGUÉM ME ENSINA

*

DALINHA CATUNDA

Aprendi fazer gostoso

Faço dengo e cafuné

Sou quente até no café

Com o meu caso amoroso

Pois ele é todo dengoso

E assim sendo me fascina

Já nasci com essa sina

De mulher que sabe amar

E quando é para agradar

TUDO EU SEI NINGUÉM ME ENSINA

*

RIVAMOURA TEIXEIRA

Se vou fazer um soneto

Não digo ser obra prima

Eu capricho bem na rima

Já vou vendo o quarteto

Depois vejo o terceto

Vejo o tanto q defina

O tema q determina

Vem da verve a emoção

Aí brota o coração

Tudo eu sei ninguém me ensina.

*

GEVANILDO ALMEIDA

Eu sei versejar direito

Do jeitinho que ela gosta

Seja de frente ou de Costa

Arrocho do mesmo jeito

Faço o serviço bem feito

Mostro minha disciplina

Na calçada, na esquina

Gosto de versificar

Quando quero improvisar

TUDO SEI NINGUÉM ME ENSINA.

*

DALINHA CATUNDA

Presto bastante atenção

Quando vou fazer meu verso

Estudar esse universo

Faço com satisfação

Vejo a metrificação

Minha rima não declina

O verso é minha rotina

Sei cumprir o meu papel

Quando é pra fazer cordel

TUDO SEI NINGUÉM ME ENSINA.

*

JESUS DE RITINHA DE MIUDO

Eu encontrei a Dalinha

Com um par de versos na mão

Escritos com o coração

E beleza em cada linha.

"A métrica foi bem feitinha

A poesia está divina

Pois, desde quando menina

Vou vivendo essa magia

Sou doutora na poesia

TUDO SEI NINGUÉM ME ENSINA".

*

LINDICASSIA NASCIMENTO

Na arte da poesia

Não posso ficar de fora

Quero cantar sem demora

Meus versos com maestria

Pois a musa que me guia

Faz brotar glosas com rima

Eu sou mulher nordestina

Meu sangue é quente na veia

Aqui nesta minha aldeia

TUDO EU SEI NINGUÉM ME ENSINA.

*

DÃO DE JAIME

Eu sei fazer um jantar

Lasanha, macarronada

Estrogonofe buchada

Baião de dois com jabá

Sarapatel muncunzar

Bolo com queijo regina

Frito ovo sem margarina

Sei fazer também paçoca

Cuscuz pão e tapioca

TUDO EU SEI NINGUÉM ME ENSINA

.

Roda de glosas organizada por Dalinha Catunda

XILO de Carlos Henrique