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domingo, 30 de junho de 2013

"Em terra de sapo de cócoras com ele"

EM TERRA DE SAPO DE CÓCORAS COM ELE
.
Acuada viro cobra
Instigada viro o cão
O meu recado é certeiro
Gostando você ou não
Mexer comigo até pode
Mas sabe que vai dar bode
Se eu tiver minha razão.
*
Entulho no meu açude
Não deixo ninguém botar.
Minha grade foi cerrada
Pra mais fácil penetrar
Saco, garrafa e sujeira,
Mas não façam tal besteira
Pra manilha eu não vedar.
*
Eu já fui à prefeitura,
Pedir uma solução.
Espero que ela me atenda,
Ou entro eu em ação.
Soco pedra na manilha
E quero ver a matilha
Uivando na inundação.
*
Se o poder fechar os olhos
Pros desmandos de vocês
Também fará vista grossa
Ao chegar a minha vez
Vou vir com gosto de fel
Pois também sei ser cruel.
Comigo não tem talvez.
*
Eu já fiz minha denúncia,
Reclamei na prefeitura
Espero ser atendida
A lei deve ter postura
Mas se nada acontecer
Eu mesma vou resolver
Conforme nossa cultura.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda

quinta-feira, 20 de junho de 2013

A FILHA DE SEU VALENTIM

A FILHA DE SEU VALENTIM
Quem é Maria Adriele? Poderia ser apenas uma morena graciosa, filha de Ipueiras, chamando atenção por sua pele morena, pelos seus cabelos negros, pela juventude e a beleza feminina que lhe é peculiar.
Não fosse a implicância da irmã mais velha, numa alusão ao nome do pai, ela se chamaria Valentina. Mesmo não herdando o nome do pai, a valente Adriele desde criança tinha um apego fora do comum por Seu Valentim, que sendo operador de maquina, muitas vezes teve que levar a filha para o trabalho, pois ela chorava e batia pé caso não o acompanhasse.
Adriele cresceu vendo de perto o pai amassar barro, arrancar pedras, fazer açudes, cacimbas e todo tipo de trabalho que a maquina pudesse executar.
Ainda sem tamanho e sem idade, aprendeu a operar a maquina e ajudava o pai pilotando uma retro escavadeira. Não demorou muito, a jovem abraçou a mesma profissão de Seu Valentim, pai e espelho onde ela se mirava. Assim tornou-se uma competente operadora de maquina ganhando a admiração daqueles que conhecem seu trabalho e sua paixão pela profissão.
Ver a brava Adriele em cima de uma retro escavadeira dominando a maquina, arrastando pedras, abrindo caminhos, quebrando tabus, arrojada e sem perder a feminilidade, é comprovar mais uma vez a capacidade da mulher contemporânea que mostra eficiência em tudo que se propõe a fazer.
Texto e foto de Dalinha Catunda

quarta-feira, 12 de junho de 2013

SÓ NO NAMORO!

SÓ NO NAMORO
*
Quando você apeou,
Trazia no matulão
Um punhado de paixão
Que comigo partilhou
A chama se propagou
E começou o fogaréu
Você me levou ao céu
No galope do seu baio
Do seu lado nunca saio
Sou aba do seu chapéu.
*
Texto de Dalinha Catunda
Imagem colhida na internet

sexta-feira, 7 de junho de 2013

EU O POETA E O MENINO

EU O POETA E O MENINO
*
Aquele antigo sobrado
Que eu via e achava belo
Mais parecia um castelo
Onde tudo era encantado
Onde um poeta afamado
Cheio de sonhos vivia
A musa e a fantasia
Povoavam sua mente
Ali plantou a semente
E viu brotar poesia.
*
O antigo casarão
Inda hoje me fascina
Guardo no olhar de menina
O castelo com emoção
Saudosa recordação
De um poeta inspirado
Que ali viveu no passado
Falando de pirilampos,
Das borboletas nos campos
E do luar prateado.
*
Nesse castelo encantado
Eu conheci um menino
Com seu jeitinho ladino
Ele sentava ao meu lado
Com o violão afinado
Ao cantar me seduzia
Era tamanha a magia
Que de cantiga em cantiga
Fui ficando sua amiga
E ainda sou hoje em dia.
*
O castelo ainda me encanta,
Esta no céu o poeta.
O menino tem sua meta
Tanto compõe como canta
A minha emoção é tanta
Pois sei também versejar
Quero minha terra cantar
Mostrar o meu universo
Cantando em cada verso
Como meu mestre mandar.
*
Neste texto presto minha homenagem ao poeta Costa Matos
E ao cantor e compositor Carlitto Matos.
Texto e foto de Dalinha Catunda