EM TERRA DE SAPO DE CÓCORAS COM ELE
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Acuada viro cobra
Instigada viro o cão
O meu recado é certeiro
Gostando você ou não
Mexer comigo até pode
Mas sabe que vai dar bode
Se eu tiver minha razão.
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Entulho no meu açude
Não deixo ninguém botar.
Minha grade foi cerrada
Pra mais fácil penetrar
Saco, garrafa e sujeira,
Mas não façam tal besteira
Pra manilha eu não vedar.
*
Eu já fui à prefeitura,
Pedir uma solução.
Espero que ela me atenda,
Ou entro eu em ação.
Soco pedra na manilha
E quero ver a matilha
Uivando na inundação.
*
Se o poder fechar os olhos
Pros desmandos de vocês
Também fará vista grossa
Ao chegar a minha vez
Vou vir com gosto de fel
Pois também sei ser cruel.
Comigo não tem talvez.
*
Eu já fiz minha denúncia,
Reclamei na prefeitura
Espero ser atendida
A lei deve ter postura
Mas se nada acontecer
Eu mesma vou resolver
Conforme nossa cultura.
*
Texto e foto de Dalinha Catunda