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domingo, 28 de julho de 2013

MEU TESTEMUNHO

MEU TESTEMUNHO!
*
Nasci e fui batizada
Como manda a tradição
Recebi nome de santa
Logo dois na ocasião
Antes de Lourdes, Maria!
Como minha mãe queria
E não houve objeção.
*
Fui crescendo e aprendendo
Com tia Isa a oração
Quando aprendi a rezar
Fiz primeira comunhão
Fui anjinho no altar
Nos festejos do lugar
Chamado coroação.
*
Gostava de me entranhar
Nas quermesses corriqueiras
Conceição era a rainha
Entre santas padroeiras
Vendo a santa no andor
Cantava em seu louvor
Nas procissões de Ipueiras.
*
Até gostava da missa
Mas detestava sermão.
Começando a namorar
Larguei logo a confissão
Na confissão coletiva
Eu passei a ser ativa
E a meu Deus roguei perdão.
*
Cresci e multipliquei
Mas perdi o paraíso.
Pedras foram atiradas
Mas não tive prejuízo
Tive que dizer adeus
Mas comigo tinha Deus
Que resguardou meu juízo.
*
Ainda faço promessa
Como nos tempos d’então
Costume que aprendi
Vivendo no meu sertão
Na hora da Ave Maria
Eu faço o que mãe fazia
Me benzo e faço oração.
*
Eu não vivo a lamber hóstia
Nem me encharco d’água benta
Banco duro de igreja
Minha bunda não esquenta
Mas vendo o Papa Francisco
Esqueço meu jeito arisco
Pra ser católica atenta.

*
Versos de Dalinha Catunda
Foto: veja.abril.com.br

terça-feira, 23 de julho de 2013

A PARTIDA DE DOMINGUINHOS

A PARTIDA DE DOMINGUINHOS
*
Uma sanfona emudece
Um sanfoneiro partiu.
Quem Dominguinhos ouviu
A sua voz não esquece.
O seu canto além de prece,
Foi encanto e louvação,
Encantou serra e sertão
Quem de Lua foi herdeiro,
Partiu nosso sanfoneiro
Partindo meu coração.
*
Texto de Dalinha Catunda
Foto: portalmidia.net

VIROU BREGA O NOSSO AMOR

*

Escutei de um amigo
E não pude acreditar
Que você acabrunhado
Bebia todas num bar,
Cada copo que sorvia
O meu nome repetia
Dando muito que falar.

*

Quando você me deixou,
Só eu sei quanto penei.
Arrumei as suas malas
Quis chorar, mas não chorei!
E sem nenhum alarido
Com meu coração partido
Minha onda eu segurei.

*

Não me mande mais recado,
Não me fale de paixão.
Se quiser beber que beba,
Beba até cair no chão.
Não me venha com clamor
Pois perdi o meu pudor
Já tem outro em seu colchão.

*

Tome um trago por nós dois,
Tome uma dose por mim,
Dê um gole paro o santo,
Suje o chão do botequim.
Encha a cara de cachaça,
Comemore a cada taça
Nosso destinado fim!

*

Texto de Dalinha Catunda

Foto retirada do blog arteurbe.blogspot.com.br

quinta-feira, 18 de julho de 2013

VIDA PALPÁVEL

VIDA PALPÁVEL
*
O que será de verdade
Este mundo virtual
Onde amizade irreal
Prolifera em quantidade
E a concreta amizade
Transforma-se em ilusão
Vislumbro alienação
Quando o vício é voraz
E em sua bagagem traz
Um mundo de solidão.
*
Eu quero ver a paixão
Dentro do seu olhar
Eu quero sentir palpitar
No peito meu coração
Quero a magia da mão
Inquieta e buliçosa
O suspiro de quem goza
E gosta do visceral
É neste estágio real
Que fomento a emoção.
*
Ilustração retirada da internet, versos de Dalinha Catunda