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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

ANO QUE ENTRA


Foto: Acervo do:www.cantinhodadalinha.blogspot.com

ANO QUE ENTRA

Esse ano não me pergunte “com que roupa eu vou?”.
Não obedecerei às cores sugeridas, não farei simpatias visando um ano melhor.
Iemanjá que me perdoe, mas, flores não levarei. O banho de mar da sexta feira, sem medo esquecerei. Me entregarei ao acaso e nele apostarei.

Não quero entrar o ano, devedora de promessas que nunca cumprirei. Vou deixar a vida me guiar e nela navegarei. Quero entrar de peito aberto, pisando firme no chão, acatando o que me reserva os novos tempos que virão.

Se vier dor chorarei e com o pranto lavarei minha alma. Se vier alegrias sorrirei, gargalharei animada. Provarei com a mesma nobreza do mel e do fel, a mim destinado.
Eu quero as surpresas da vida, não castelos desenhados, que qualquer vento desfaz. Não quero a esperança que não morre, mas certamente caduca entristecendo nossas almas.

Não quero viver com o olhar perdido em sonhos que não se realizam jamais, quero viver realidades que pareçam sonhos vividos e muito mais satisfaz

Na verdade não vislumbrarei o famoso Ano Novo, viverei o Ano Que Entra continuação do passado com suas alegrias suas tristezas e intensamente vivido, jamais imaginado.

domingo, 23 de dezembro de 2007

FELIZ NATAL!!!!!!!


Foto:http://apaz.no.sapo.pt/angel-natal-1b.jpg

Era Assim

Quando vem surgindo dezembro,
Do meu passado relembro,
Num tempo que tudo era mel.
O presépio que me encantava.
Os presentes que eu ganhava,
Do velho Papai Noel.

O presépio era tão lindo!
Nas palhas Jesus menino,
José e Maria sorrindo,
Cercados por animais.
Os três reis magos contentes,
Seguravam seus presentes,
Ao lado do filho e dos pais.

As árvores de Natal,
Deslumbravam minha visão.
Eram pobres garranchos,
Recobertos com crepom.
No alto uma estrela prateada,
Sobre os galhos algodão.

Eu sonhava com Papai Noel,
Descendo pela chaminé,
Entrando de casa em casa,
Pisando na ponta do pé.
Barbas brancas, gorro vermelho,
Como ainda hoje ele é.

O sapatinho embaixo da cama,
Da rede, ou na janela,
Era a mais bela quimera,
Daqueles tempos de outrora.
Lamento a ilusão perdida
Que reina no mundo agora.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Brinquedo Inesquecível


Foto:http://livroaberto.com.sapo.pt/Galinha.jpg

O Brinquedo Inesquecível

Fui uma daquelas crianças que acreditou cegamente em Papai-Noel. Só com o passar do tempo percebi que o bom velhinho era mais generoso com uns, do que com outros, mas nada disso chegou a afetar meu relacionamento com ele.

Lógico que ganhávamos os presentes conforme os sapatos que colocávamos debaixo da cama ou da rede. Nas camas e nos bons sapatos, os melhores presentes.Nas redes e sandálias, os arremedos de brinquedos ou simples lembrancinhas.
Nunca ganhei uma boneca loura de olhos azuis. O Papai-Noel pelas minhas bandas era mais humilde. Mas também nunca tive inveja de quem a ganhou, pois as pobrezinhas dessas bonecas viviam mais dentro das caixas do que no colo de suas respectivas donas, e, além disso, brinquedo caro, se quebra!

Posso, contudo, garantir que ninguém foi mais feliz do que eu com minha boneca inquebrável. Inquebrável sim, pois era toda de pano, com roupinha colorida, cabelo das caboclas do sertão e, fantástica ante meus olhos.

A noite de Natal era mágica, Mas o dia seguinte não ficava atrás. As calçadas ficavam repletas. Crianças madrugavam no intuito de exibir seus brinquedos. Meninos, meninas, bolas, bonecas apitos e cornetas, e uma algazarra maior quebrando a rotina infantil.

E foi exatamente num dia assim que me vi cercada de crianças curiosas querendo ver o brinquedinho exibido por mim. Imaginem, era uma galinha! Pequeniiiiiina, mas cheia de graça. Parece que estou vendo... amarela, com bico, pés e crista de cor vermelha... Mas, não era só isso, ela botava ovos. Só três, mas botava! tinha uma abertura com uma tampinha camuflada no alto entre as asas, era só apertar em cima que ela se agachava, e a cada apertada botava um ovinho que em seguida eram recolocados dentro da galinha. Esse, com certeza foi meu brinquedo inesquecível.

Fui muito feliz com meus humildes brinquedos. Hoje sinto até uma pontinha de tristeza em saber que, em alguns lugares o Papai-Noel nem chegou a passar.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Carta ao Papai Noel


Foto:http://www.saberweb.com.br/datas_comemorativas/images/papai%20noel.jpg

Carta ao Papai Noel

Era uma vez uma menina chamada Maria, que, apesar dos tempos modernos e do turbilhão de informações, ainda acreditava em Papai Noel. E foi pensando assim que ela resolveu escrever uma carta ao tal velhinho.

Querido Papai Noel,

Eu sei que o senhor é bonzinho e vive agradando as crianças. Meu pedido é um pouco confuso, mas sei que, para um Papai Noel, nada é difícil.
Adorei um pião que meu irmão ganhou em seu aniversário. Passo horas vendo ele girar.

Quero que o senhor me traga, nesse Natal, um presente bem colorido, com muitas listas, que gire que nem o pião do meu irmão, mas tem que ser um brinquedo de menina.

Conto com o senhor meu bom velhinho.

Um abraço da Maria.

Dobrou a carta e entregou a sua mãe, pedindo-lhe que a colocasse no correio. A mãe, comovida com a ingenuidade da filha, guardou a carta com carinho, prometendo a si mesma que faria o possível para realizar o sonho de Maria.

Recorreu então à madrinha da menina, que costumava viajar ao Paraguai com a finalidade de fazer compras, para abastecer sua lojinha de brinquedos. A madrinha emocionou-se com o relato. E querendo alimentar a inocência da afilhada, prontificou-se a ser cúmplice nessa aventura.

- Não se preocupe, comadre. Eu darei um jeito. Nossa menina terá o presente desejado.

Enfim, o grande dia! Véspera de Natal... Maria ajeitou seu sapatinho embaixo da cama. Participou da ceia. Deu uma olhadinha no presépio. Admirou a árvore de Natal. E, em seguida, voltou para o quarto. Queria dormir cedo e acordar mais cedo ainda. Queria saber que surpresa Papai Noel teria preparado para ela. A ansiedade era grande, não maior do que alegria do dia seguinte.
Tava lá, ao lado do seu sapatinho, uma caixa pequena embrulhada num papel colorido e com muitas fitas. Desesperado, ela tenta abrir a caixa de qualquer de qualquer jeito. E, em segundos, consegue retirar, dentro da caixinha, uma linda bailarina.

A boneca era fosforescente, as listas coloridas da roupinha brilhavam tanto que chegavam a doer nos olhinhos da pequena. Correu para mostrar a mãe.

- Olha, mãe, olha! Papai Noel atendeu ao meu pedido. Pena que o brinquedinho não gira... Mas é tão lindo! Tão colorido!

A mãe, vendo que era uma caixinha de música, pediu para ver. Pegou o brinquedo e deu corda. A graciosa bailarina começou a dançar e rodopiar em cima do piano, para a imensa alegria de Maria, sob olhar emocionado de sua mãe.

Ainda vale a pena apostar na inocência de uma criança.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Entrevista Com Bérgson Frota


Entrevista com Bérgson Frota
Formado em Filosofia/Licenciatura pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) e em Direito pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR). É professor visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) e professor de Grego Clássico no Seminário da Prainha - Fortaleza.

01- O que é Ipueiras culturalmente falando?

- Um berçário de poetas e escritores, percebo como Ipueiras em relação a outros municípios do Estado se destaca nesta área.

02- O que significa Ipueiras para Bérgson Frota?

- Ipueiras é a raiz, a fonte de inspiração, foi o começo de tudo. A melhor imagem que definiria esta resposta seria a de uma grande árvore que para viver e produzir frutos precisa ter suas raízes fortemente enterradas no solo que a nutriu e sustenta.

03- Ipueiras é um berço de ilustres personalidades do mundo literário. A quem você renderia suas homenagens?

- Sem dúvida a Gerardo Mello Mourão, a forma com que este grande escritor e poeta divulgou Ipueiras é um exemplo raro e digno para quem deseja fazer o mesmo.

04- Um de seus trabalhos que mais gosto é “Dona Diana de Deus”. Entre tudo que você já escreveu, o que mais lhe tocou?

- “A última lua cheia”, pois nele estão os ingredientes mais difíceis de um conto, ou seja, a narrativa de uma vida feita sem enfeites, nua e crua, com alegrias e tristezas, tendo ainda a obrigação de quem narra prender o leitor do começo ao fim.


05- Na sua versatilidade você escreve: contos, crônicas, trabalhos de pesquisa e histórias infantis. Com qual destes gêneros você se identifica mais?

- Gosto dos contos, principalmente narrando neles histórias de tipos pitorescos que fizeram o feliz passado de Ipueiras.

06- Sou uma dos personagens de seus contos. É mais fácil falar dos vivos, dos mortos ou independe?

- É muito difícil falar dos vivos. Os mortos podem ser mergulhados numa fantasia que deixa o narrador livre para criar algo mais, os vivos crucificam o escritor na realidade e o obrigam a seguir os fatos numa narrativa linear, sempre obedecendo a uma seqüência cronológica.

07- O que você guarda de Ipueiras na memória dos tempos de criança?

- O tempo do inverno, os banhos no rio, na chuva que caía até anoitecer e finalmente quando tudo passava ficando a noite fria com o barulho dos grilos e sapos.

08 – Nascer em outra cidade foi apenas um acidente de percurso?

- Sim, nasci no Ipu, mas sempre me identifiquei ipueirense, gosto do Ipu mas tenho Ipueiras no coração.

09 – Seu histórico familiar é composto de escritores como Hugo Catunda, Jeremias Catunda e Frota Neto. Você se acha geneticamente herdeiro, ou acredita numa história pessoal?

- Falar numa história pessoal neste sentido seria fazer pouco caso das grandes figuras citadas, estas e outras que tenho na medida do possível colocado nos meus trabalhos. Não me considero herdeiro no sentido fechado que esta palavra encerra, diria que venho somar junto com os citados e unir-me aos que hoje escrevem e divulgam Ipueiras.

10 – O que não tem mais em Ipueiras que deixou saudades?

- Caindo num saudosismo saudável diria que toda uma comunidade de amigos que se foram e plantaram raízes distantes e a gente boa mais velha que não está mais entre nós.

11 – Ipueiras hoje veste roupa nova. Tudo muito limpo. Entrada e saída da cidade impecável, mas em compensação vemos esgotos despejados irresponsavelmente no rio Jatobá. É o tal do veludo por cima e molambo por baixo?

- Acho que tudo vem em etapas. A cidade está sendo bem cuidada e crescendo, sobre os esgotos no rio, logo com a perenização do mesmo, a criação de uma rede de tratamento dos esgotos será prioridade, pois só assim o rio perenizado se tornará fonte de lazer e alegria como foi em tempos passados.

12 – Você concorda que resgatar o passado é eternizar nossa história, ou acha simplesmente um saudosismo piegas?

- O termo “saudosismo piegas” carece de muita determinação, muita especificação. Acredito no valor do resgate histórico e cultural como um meio não só de eternizar a nossa história como também de trazer ao município um orgulho sadio, uma auto-estima longe do estéril bairrismo que nada produz.

13 - Que sugestão você daria para o maior proveito da cultura ipueirense?

- A valorização do artista primeiro na terra com criação de prêmios e publicação de trabalhos em livros, depois uma divulgação maior em feiras culturais no que se referisse ao município.

14 – Qual é o seu olhar sobre a Ipueiras atual?

- Muito positivo. Ipueiras diferente de outros municípios vizinhos soube crescer unida, sem perder distritos, crescendo a sede com muitas melhorias e permitindo aos distritos mesmo desenvolvimento, isso resultado de uma visão mais ampla de seus últimos prefeitos.

DC- Bérgson Frota, obrigada pela participação, e fique a vontade para suas considerações finais.

- Gostaria de encerrar com uma frase que coloquei finalizando meu artigo “Um céu claro de outono”, na comemoração dos vinte anos da feitura do selo para o centenário de Ipueiras : “A história do povo cearense, com a força dos ipueirenses, lhes outorgará um lugar digno de honra e valor no panteão dos séculos vindouros.”

Obrigado pela oportunidade

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Homenagem a Teresa Mourão


Foto: Dalinha Catunda e Teresa Mourão
Tereza Mourão
Filha de Ipueiras, mensageira da paz, dedicada aos amigos, assim é Tereza Mourão.
Muito cedo saiu de Ipueiras, indo morar em Fortaleza.
Como ave que perde seu ninho, por ter perdido seus pais, voou para terras distante, a procura de outros horizontes, deixando seu Ceará.
Novos ninhos construiu, e formou sua família. Os casamentos se foram, porém não ficou vazia, dois filhos bem desejados, Inácio Emiliano Melo Mourão Pinto, o mais velho, e Francisco Delano Melo Mourão, o caçula, preenchem e encantam sua vida.
Distante de Ipueiras ela levanta a bandeira de sua terra natal. É uma notável divulgadora, dos valores de sua terra e sempre que possível visita seu rincão. Pois lá mora um passado feliz, onde as lembranças da infância e juventude reclamam sua visita.
Para Tereza visitar lugares e parentes, não é matar saudades, é simplesmente desenterrar alegrias e não perder o vínculo com novas gerações.
Adepta do espiritismo, dona de uma luz singular, uma paz maior nos transmite. Sempre aponta caminhos, sem pretensão de apontar verdades, deixando apenas suas
palavras fluírem sem a intenção de incuti-las a todo custo.
Hoje dia 12 de dezembro, essa querida amiga,educada, meiga, inteligente, dona de um par de olhos azuis que jamais ficaram cinzentos com as mazelas da vida, Completa mais um ano de vida para felicidade dos que convivem com ela.
A Tereza Mourão, ou Terezinha do seu Tim, meus mais sinceros parabéns. Que a paz, a saúde e a felicidade sejam presente divino a ela concedido por Deus Nosso Senhor.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

A Árvore de Natal de Garrancho


Foto:http://www.eb1-fogueteiro-n3.rcts.pt/images/festa_natal/festa9.jpg

A Árvore de Natal de Garrancho

O que relato agora não foi exclusividade, apenas, de minha família. Era comum no interior do Ceará, e certamente de todo Nordeste.

Com a chegada do mês de dezembro começava o movimento para montar a Árvore de Natal. Movimento esse, que reunia toda a toda família em torno do mesmo tema.

Antigamente não tínhamos dinheiro nem produtos disponíveis para montar uma árvore, como as que víamos nas revistas. Porém, o que nos faltava em dinheiro e produtos especiais, sobrava-nos em criatividade.

E assim, começava o reboliço, era chegada a hora de montar a Árvore de Natal.
O primeiro passo era procurar nos arredores da cidade um garrancho com muitos galhos. Tarefa quase sempre atribuída aos meninos, que em bandos traziam mais de um galho,para que pudéssemos escolher o melhor.

Enquanto isso, meninas já estavam forrando com papel de presente uma lata de vinte, onde cheia de areia seria plantado o galho seco.

Outra turma, cortava papel celofane e crepom, verde, em tiras, faziam bastantes franjas, para recobrir o projeto de árvore, que aos poucos ia ganhando forma. Árvore coberta de verde, era hora de colocar sobre os galhos os brancos cordões de algodão, noutro canto meninas cobriam caixas de fósforo com papel prateado retirado das cédulas de cigarro, e com papel de presente. Caixa de vários tamanhos , além das de fósforo, também eram cobertas, fingiam ser presentes, e serviam como enfeites a serem dependurados na árvore.

Depois desse passo-a-passo a árvore estava quase no ponto, garrancho ,conseguido e recoberto de verde, enfiado na lata recoberta, já colorida pelo papel de presente, caixinhas feito enfeites penduradas, outras maiores ao pé da arvore fingindo presente.

Agora faltava colocar o menino Jesus em meio às palhinhas junto a árvore, o que era feito com carinho, e confeccionar a estrela para colocar no alto da Árvore.

Papelão na mão, tesoura, lápis, num instante, a mais habilidosa, desenhava e recortava uma linda estrela com grande cauda. Agora era só fazer um grude de goma, lambuzar a estrela, jogar areia prateada em cima e em seguida coloca-la no lugar de destaque. Assim criávamos nossa árvore.

Esse, acredito, era o verdadeiro espírito de Natal, onde famílias juntas numa perfeita confraternização se reuniam em torno do sagrado momento natalino.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

A BANDEIRA DE IPUEIRAS


Foto Miraugusta, Zequinha e Dalinha
A BANDEIRA DE IPUEIRAS

Em 25 de outubro de 2007, Ipueiras comemorou seus 124 anos de emancipação política.
Não foram poucos os filhos dessa terra, que moram fora, a prestigiar esse grande acontecimento.

No acervo fotográfico da prefeitura, entre muitos registros, a participação da família Catunda representada pelo Casal Zequinha Bento e Miraugusta,e eu, Dalinha Catunda, exibindo com orgulho a bandeira do município.

Os símbolos cívicos retratam a história e as características de cada município.
E nossa bandeira tem o seguinte significado:

“A cor azul simboliza a justiça, o zelo e a lealdade”.

O Brasão representa governo municipal e, o circulo amarelo onde este é aplicado simboliza a eternidade, pois se trata de uma figura geométrica que não tem principio nem fim, em representação da própria cidade sede do município.”

E assim, amigos, estou reapresentando a Bandeira antes apresentada no GCDI, quando da apresentação dos símbolos da cidade.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Coroné Ludugero e Otrópe em Ipueiras


Foto:http://www.memorialpernambuco.com.br/memorial/120comunicao/corone_ludugero.htm

Coroné Ludugero e Otrópe em Ipueiras

Foi no começo de 1970 que a cidade de Ipueiras assistiu um espetáculo nunca antes visto em seus domínios.

A cidade estava movimentada e o Ipueiras Hotel de propriedade de Seu Meton Nunes Alexandre estava lotado de hóspedes especiais. Pois foi nesse dito hotel, que a caravana do Coronel Ludugéro se hospedou.

Coronel Ludugero que já trabalhava na televisão e era nosso velho conhecido do rádio, veículo que nos colocava, e até hoje nos coloca, em contato com o mundo, estava ali, em carne e osso para a felicidade dos ipueirenses.

Os momentos que antecederam o show foram especiais para a juventude daquela cidade que buscava ver de perto os artistas, coisa rara no interior.

O GCDI, Grêmio Cultural e Diversional Ipueirense se vestiu de alegria, e foi palco do inusitado espetáculo. O clube se tornou pequeno para tantos que queriam ver de perto o velho coronel e sua trupe.

Ver de perto Filomena, Otrópe, a moça que tocava piston, que o coroné chamava de Marrom, e que, garantem os que assistiram o show, que a tal Marrom, é nada mais, nada menos do que a hoje famosa Alcione. Tudo isso era delirante para nós, pobres mortais nascidos no interior.

Quando a caravana se foi, deixou um rastro de alegria, uns riam das piadas contadas, outros relembravam admirados da morena que tocava piston, as mocinhas saudosas suspiravam pelos artistas que com elas bailaram na pista de dança, e por algum tempo não se falava em outra coisa.

E foi o mesmo rádio que tanto divulgou o saudoso coronel que no dia 14 de março de 1970, espalhou por todo Brasil a triste notícia da trágica morte do coronel e boa parte de sua caravana num acidente de avião.

O coronel viajava do Maranhão para Belém, e nesse percurso, foi vítima de um desastre aéreo na Baia de Guajará-Mirim.

Aquele acidente, fatal, acabaria de vez com a dupla Coroné Ludugero( Luiz Jacinto da Silva) e Otrópe,(Irandir Peres Costa), que até hoje são relembrados com saudades.

E foi assim que Ipueiras que antes sorria e se embalava ao som da “rede véia” e “flor do ananá” transformou seu sorriso em consternação por aqueles que estiveram há tão pouco tempo alegrando aquela cidade.