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domingo, 11 de outubro de 2009

APOSTANDO NA VIDA


Foto: dalinha Catunda

Olá amigos estou fechando a porteira do cantinho da Dalinha, por uns dias, vou até o Nordeste. Em novembro estarei de volta. Ah!!! a porteira está só encostada. A casa é de vocês, podem entrar na minha ausência.

APOSTANDO NA VIDA

Dalinha Catunda

Às vezes eu me aborreço.
Às vezes me entristeço.
Outras tantas sou infeliz.
Porém, vou levando a vida,
Curtindo uma ânsia atrevida,
De apostar no porvir.

Não quero olhar a vida,
Apenas por uma janela.
Não quero viver suspirando,
Feito eternas donzelas.
Se viver é correr riscos
Encaro sem medo a mazela.

Eu quero o gozo da vida.
Quero abrir feridas.
Sangrar se preciso for.
Quero chorar a partida,
De cada paixão perdida,
Que ardeu e se apagou.

Só não quero viver a apatia
De uma vida sem magia,
De quem se desencantou.
Atrás das cores da vida,
Sou primavera florida,
Que o tempo não desbotou.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

PROTEJA NOSSAS CRIANÇAS


DIA 12 DE OUTUBRO, DIA DA CRIANÇA E DE NOSSA SENHORA APARECIDA

PROTEJA NOSSAS CRIANÇAS

Nossa Senhora de Aparecida,
Santa das águas resgatada.
Padroeira do nosso Brasil,
Por muitos és venerada.

Peço-te ó mãe querida,
Que tenhas compaixão
Das crianças que padecem
E penam em sórdidas mãos.

Livrai nossas crianças,
De toda essa violência.
Não deixe que sordidez
Macule sua inocência.

É triste ver tanta criança,
Espancadas e violentadas
É inconcebível vê-las,
Barbaramente assassinadas.

Ó minha mãe generosa,
Livrai-nos desta cruz.
Interceda pelas crianças,
Junto ao seu filho Jesus.

Texto de Dalinha Catunda
Foto da internet

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

DIA 08 DE OUTUBRO, DIA DO NORDESTINO


Foto e texto de Dalinha Catunda.

Nada mais nordestino do que bodes no terreiro.
Hoje dia do NORDESTINO, quero homenagear essa gente que é minha gente. Principalmente os que migraram e trazem grande saudades no peito.

Migrante

Sou das águas retiradas.
Sou do sertão nordestino.
Das caatingas desertei,
Lamentando meu destino.
Pois deixar o meu torrão,
Machucava-me o coração
Causando-me desatino.

Meu dialeto sagrado,
Era motivo de riso.
Era uma rês desgarrada,
Mas seguir era preciso.
Pedi a Deus proteção,
E virgem Conceição,
Para me dar mais juízo.

Não reneguei minha terra,
E jamais renegarei.
De ser filha do Nordeste,
Sempre me orgulharei.
Lamento até ter perdido,
Aquele sotaque antigo,
Que de lá eu carreguei.

Na minha casa nova,
Onde hoje brilha o chão,
Num canto especial,
Avista-se um pilão,
Em outro canto uma rede
Onde embalo com sede,
As saudades do sertão.

Tapioca com manteiga,
Não deixo de comer não.
Numa panela de ferro,
Faço um gostoso baião.
Cabeça de galo e mal-assada,
São iguarias apreciadas,
Com gosto de tradição.

Rezo pra são Francisco,
E padre Cícero Romão.
Pra proteger Ipueiras,
Meu pequenino rincão
Pois é lá minha ribeira,
Onde a linda carnaubeira,
Ao vento lança canções.

Eu vim sem querer vir
Fiquei sem querer ficar,
Mas um dia ainda volto,
A morar no meu Ceará.
Longe da terra amada,
Serei sempre ave arribada
Voando tentando voltar.

Poema publicado originalmente no jornal O Povo de Fortaleza-Ce

terça-feira, 6 de outubro de 2009

MULHERES NO ENCONTRO DE POETAS E RODAS DE CANTORIA


“Encontro com Poetas Populares e Rodas de Cantoria” recebe Dalinha Catunda, Maria Rosário e a Madrinha Mena na Academia Brasileira de Literatura de Cordel



No próximo sábado - dia 10 de Outubro, a partir das 16h, a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no projeto “Encontro com Poetas Populares e Rodas de Cantoria”, apresenta a atração “A produção feminina na Literatura de Cordel”. O encontro contará com as Cordelistas Dalinha Catunda, Maria do Rosário e a Violeira Mena - a madrinha dos poetas.





As poetas cordelistas falarão, em prosa e versos, do ingresso da mulher nas rodas de cantoria, no mundo do cordel e nos lugares antes só ocupados por homens. Tudo isso entremeado com a voz e o violão de Madrinha Mena.





O objetivo é contemplar produções voltadas à literatura de cordel, que desempenha o papel de refletir problemas populares e as suas contradições estruturais, circulando assim como elemento de ligação entre diversos grupos sociais. Entendida como arte, a literatura de cordel persiste no imaginário do povo brasileiro, divertindo-o, fazendo-o pensar, contestar e, acima de tudo, representando-o na sua forma mais rica que é a cultura. O projeto, por isso mesmo, foi criado nessa perspectiva de continuidade e de futuro, a fim de construir e democratizar o saber popular.



Outras informações sobre a programação podem ser encontradas no Site da ABLC (www.ablc.com.br) e no Blog (www.encontrocompoetas.blogspot.com). A Academia Brasileira de Literatura de Cordel fica na Rua Leopoldo Fróes, nº 37 - Santa Teresa. Vale lembrar que a entrada é franca.

domingo, 4 de outubro de 2009

O CANCÃO DA FLORESTA


Foto e Texto de Dalinha Catunda

O CANCÃO DA FLORESTA

_ Venha cá dona Maria,
Venha logo me contar,
A história do cancão,
Que vive a lhe aperrear.
Come os ovos das galinhas,
De raiva quer lhe matar.

_ Minha filha esse bicho,
Parece pintura do cão.
Só deixa no meu terreiro,
Ovo furado no chão.
Eu falto é morrer de raiva,
Com esse maldito cancão.

Era assim que eu ouvia,
As queixas de dona Maria,
E sonhava em conhecer,
O cancão que os ovos comia,
Mas o bicho era esperto,
Se via gente sumia.

Um dia eu tive a sorte
De cruzar com o cancão.
Em cima de uma goiabeira,
E foi grande a satisfação.
Pois fotografei a tal Ave
Tão falada em meu sertão.


Dia 05 de outubro é o dia da AVE, por isso estou homenageando essa ave tão admirada em meu sertão.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

CRIANÇA DO INTERIOR


Crianças brincando no rio que passa dentro do meu sítio em Ipueiras-Ceará.
Texto e foto de Dalinha Catunda

CRIANÇA DO INTERIOR

Dalinha Catunda
.
Foi-se o tempo que criança,
Brincava de bola e boneca.
Brincava de cabra Cega,
De casinha e de peteca.
Brincava de pular corda,
E nas brincadeiras de roda
Cantava a Sinhá Marreca.
.
Menino jogava bila.
Também soltava pião.
Vi muito pião rodando,
No chão e na palma da mão
Assim eram as brincadeiras,
Em minha saudosa Ipueiras,
Meu recanto, meu sertão.
.
Papagaios coloriam
Aquele céu do sertão.
Menino pra todo lado
Com sua pipa na mão.
Correndo pela cidade
Cheios de felicidade
Mesmo de pé no chão.
.
Fui criança do interior,
Criada bem à vontade.
Tenho pena de meus filhos,
Os filhos da grande cidade!
Que não tiveram essa alegria,
Nem viveram a mesma magia,
Só condomínio com grades.
.
Dalinha Catunda