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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

DIA DA SAUDADE – 30-01

Dalinha Catunda
Ismael Gaião













DIA DA SAUDADE – 30-01
*
Quando a saudade cutuca
Meu peito devagarinho
Eu fico numa sinuca
Mas procuro teu carinho
Depois te deixo voar
Pois não prendo passarinho.
Dalinha Catunda
*
Saudade é a pior ferida
No peito de um infeliz.
Vem numa pequena cena
Ou em algo que alguém diz.
Se inflamada doe e arde,
Mas não mostra a cicatriz.
Ismael Gaião

Hoje é dia da saudade,
um sentimento que dói
mesmo amena ela corrói
macula a felicidade;
é peculiaridade,
só existe em português
o Brasil ,por sua vez,
herdou esse idiotismo
de portugal, do lusismo
a gente ficou freguês!
Bastinha Job

A saudade é uma bola
Correndo dentro do peito
Deixando a gente sem jeito
Com cara de graviola
Cutuca essa radiola
Bota um disco de vinil
Daquele que a gente ouviu
Num recanto da cidade
Você não mede a saudade
Que deixou quando partiu
Fred Monteiro

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

INSURREIÇÃO DA DUPLINHA


INSURREIÇÃO
*
Quando galo criar dente
Quando pato cagar grosso,
E minhoca tiver osso
Eu vou ser obediente.
Não sou de arrastar corrente
Nem sou de escutar sermão
Detesto submissão,
E fujo de juramento
É LIVRE MEU PENSAMENTO
E O CORPO NÃO QUER PRISÃO.
Dalinha Catunda - Ipueiras - Ceará

Quando o povo tiver vez
nesse país de desmando
com corrupto no comando
no rumo da insensatez
falta decoro honradez
e fede esse "mensalão"
faz-se urgente a punição
pra tanto descaramento
É LIVRE O MEU PENSAMENTO
E  O CORPO NÃO QUER PRISÃO
Bastinha Job – Crato - Ceará

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

O MALVADO E A MANGUEIRA

 O MALVADO E A MANGUEIRA

Era uma vez uma linda mangueira que sombreava um quintal, na cidade de Ipueiras. Debaixo de sua copa espaçosa, brincavam crianças aproveitando o frescor de sua sombra.
Todos os dias passarinhos de variadas espécies voavam de galho em galho misturando seus cantos. Os vizinhos se encantavam com a beleza da mangueira e a presença constante da passarada celebrando a natureza.

A dona da casa tinha um carinho todo especial por aquela árvore. Além da sombra, do canto dos pássaros, todos os anos entre novembro e dezembro, ela era premiada com saborosas mangas que ela mesma transformava em sucos, doces, geleias, além de saboreá-las ao natural. A pedido das crianças, ela também fazia, o dim-dim, um tipo de picolé, conhecido por sacolé, por ser congelado em pequenos sacos plásticos.

E assim viveu a bela mangueira por muitos e muitos anos e anos, até que certo dia, a ira de um velho e implicante vizinho, Incomodado com os galhos da árvore que caiam sobre seu muro deixando folhas secas pelo chão, teve a infeliz ideia de exterminar o pé de manga.
 Aproveitando uma viagem da família que preservava a mangueira no quintal, não conformado em apenas podar os galhos que invadiam seu espaço, pulou o muro e abateu a machadadas a velha mangueira. No que restou da planta, jogou óleo queimado e em seguida ateou fogo dando fim ao vegetal. 

Esta é a história de uma mangueira que durante muito tempo fez tanta gente feliz, contudo foi morta porque teve a desdita de nascer ao lado da casa de um velho intolerante e malvado que desafiou impunemente a lei de preservação da natureza.
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 Texto e foto de Dalinha Catunda
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NOTA:
A lei ainda não chegou em sua total plenitude em Ipueiras - CE, apesar de ser minha cidade, vejo os desmandos que acontecem por lá. O tempo do cangaço já passou, o coronelismo já se foi, mas muitos ainda acham que podem ganhar no grito.