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terça-feira, 31 de maio de 2022

O MEU CORDEL CIRANDEIRO


 O MEU CORDEL CIRANDEIRO

1

Para falar de Ciranda

O meu coração balança

Eu faço a roda girar

Quando a musa entra na dança

Avivando a inspiração

Assim flui minha oração

Diante dessa aliança.

2

Peguei na mão da ciranda

Buscando sempre agregar

Juntei ciranda e cordel

Para melhor propagar

Com canto e literatura

Nossa popular cultura

Com dança para animar.

3

No meu cordel cirandeiro

Trago o canto de alegria

Trago meu Cordel de Saia

Trago o cordel de Maria

Pra mostrar meu universo

De rima de canto e verso

De peleja e cantoria.

4

Pra melhor salvaguardar

O cordel literatura

Eu criei As Cirandeiras

E gostei dessa mistura

Quem sabe canta o refrão

E faz a declamação

Nos moldes dessa estrutura.

5

Cirandeiras do Cordel

É projeto que caminha

Já tem um núcleo no Crato

Com cordelistas de linha

Outros núcleos surgirão

Conforme a ocasião

Assim cogita Dalinha.

6

Vou abrir a minha roda

Quem quiser pode chegar

Mais de mil versos bonitos

Fiz pra quem quiser cantar

Enfie a mão na sacola

E pode pegar a cola

Quem quiser participar.

7

 

A roda duma ciranda

Sempre traz felicidade

Pois cantando se repassa

Costumes da oralidade

As mais bonitas lembranças

Vem no bailado das danças

Florindo a realidade.

8

Venha dançar a Ciranda

Que veio de Portugal

A rica herança dos mouros

De cadência sem igual

Vem menina entra na roda

Que a dança não cai de moda

Da tradição tem aval.

9

Hoje vou dançar ciranda

Na calçada ou no terreiro

Vou levar o meu ganzá

Um zabumba e um pandeiro

Vou ficar toda bonita

Vou botar laço de fita

Pra ganhar um cirandeiro.

10

Venha cá dançar ciranda

Na palhoça ou no salão

Aqui não tem preconceito

Pois ciranda é inclusão

Dança velho, dança novo,

Na ciranda que é do povo

Em qualquer ocasião.

11

Na ciranda a vestimenta

É bem alegre e bonita

Tem a blusa de babado

A saia é feita de chita

No movimento da dança

A gente vira criança

E a saia rodada agita.

12

Dancei ciranda na praia

Com vestido de algodão

Esperando meu amor

Que saiu para o arrastão

Fiquei na beira do mar

Olhando a onda quebrar

Com meus olhos de paixão.

13

Eu danço no meu sertão

Que fica no Ceará

Lia dança em Pernambuco

Praia de Itamaracá

A ciranda é popular

Se dança em qualquer lugar

Também no boi do Pará.

14

Lia de Itamaracá

Da ciranda é a rainha

A grande representante

Jamais dançará sozinha

O seu bonito legado

Será sempre copiado

Seguiremos sua linha.

15

Trago uma flor no cabelo

Um buquê em minha mão

Quero um cheiro no cangote

Na ciranda da paixão

Quero seu chapéu quebrado

Saudando meu requebrado

Ao cantar nossa canção.

16

A ciranda é minha e sua

Ela é de cada amiga

É dança que vem de longe

Embalada na cantiga

É no baú da memória

Que se resguarda a história

E resgata a mais antiga.

17

A ciranda tem seu passo

Quem quiser pode chegar

Se você der meia volta

Volta e meia quero dar

Mas faça com emoção

Pegue aqui na minha mão

Que na sua irei pegar.

18

Quem ainda não conhece

Por favor se achegue aqui

Para ver as cirandeiras

Das plagas do Cariri

São as mulheres que cantam

E na ciranda encantam

Na colheita do pequi.

19

Essa Ciranda é do Crato

De Barbalha e Juazeiro

É do Padim Pade Ciço

É do Cariri Inteiro

Grave com o seu cinzel

É ciranda do cordel

Movimento pioneiro.

20

A Ciranda itinerante

É de fato uma beleza

Dancei no Rio de Janeiro

E lhe digo com certeza

Muito emoção eu senti

Ao dançar em Paraty

E também em Fortaleza.

21

Mas foi na minha Ipueiras

Com muita satisfação

Que o nosso grupo estreou

No Saberes do Sertão

No, Encontro de Ipueiras

Tivemos As Cirandeiras

Em sua apresentação.

22

Cada ciranda cantada

Vai cumprindo seu papel

Disseminando cultura

Ao difundir o cordel

E nesse tipo de ação

Vai passando a tradição

Procurando ser fiel.

23

Ciranda é muita pesquisa,

Trabalho e dedicação.

É saber se reunir

Quando pede ocasião

Uma boa cirandeira

Não solta a mão da parceira

E zela pela união.

24

Nesse Cordel Cirandeiro

Eu quero homenagear

Cada mulher cirandeira

Que fez a roda girar

Que pegou na minha mão

E me fez ter gratidão

E querer continuar.

*

Cordel de Dalinha Catunda

dalinhaac@gmail.com

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