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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

ANO QUE ENTRA



ANO QUE ENTRA

Esse ano não me pergunte “com que roupa eu vou?”.
Não obedecerei às cores sugeridas, não farei simpatias visando um ano melhor.
Iemanjá que me perdoe, mas, flores não levarei. O banho de mar da sexta feira, sem medo esquecerei. Me entregarei ao acaso e nele apostarei.

Não quero entrar o ano, devedora de promessas que nunca cumprirei. Vou deixar a vida me guiar e nela navegarei. Quero entrar de peito aberto, pisando firme no chão, acatando o que me reserva novos tempos que virão.

Se vier dor chorarei e com o pranto lavarei minha alma. Se vier alegrias sorrirei, gargalharei animada. Provarei com a mesma nobreza do mel e do fel, a mim destinados.
Eu quero as surpresas da vida, não castelos desenhados, que qualquer vento desfaz. Não quero a esperança que não morre, mas certamente caduca entristecendo nossas almas.

Não quero viver com o olhar perdido em sonhos que não se realizam jamais. Quero viver realidades que pareçam sonhos vividos e muito mais satisfaz

Na verdade não vislumbrarei o famoso Ano Novo. Viverei o Ano Que Entra! continuação do passado, com suas alegrias, suas tristezas e intensamente vivido, jamais imaginado.

Imagem: www.neopt.org/.../2008/12/fogo_artificio.jpg

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SABOR DA MINHA TERRA



RECEITA DE MALASSADA
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Sabores da minha terra,
Não consigo esquecer.
Sobretudo as iguarias
Que eu adorava comer.
A Saborosa malassada
Deixava-me encantada,
Por isso aprendi a fazer.
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A malassada é da família,
Da omelete e do pastelão
Sempre muito apreciada,
Pelo povo do meu sertão.
É da culinária nordestina
Delícia que me fascina
Por ter sabor de tradição.
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Três ovos batidos em neve,
É a base da malassada.
Duas colheres de farinha,
De mandioca peneirada.
Cebola, cebolinha e coentro
Você pica bem e joga dentro
De sal apenas uma pitada.
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Agora está tudo no ponto,
Esquente numa frigideira,
Uma porção de óleo generosa,
Para não grudar nas beiras.
E ponha a massa para fritar
Vire para o outro lado dourar.
E está pronta a brincadeira.
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Esta é a malassada básica,
Que eu comia no meu Ceará.
Mas poderá ser até diferente,
Dependendo de onde se está.
Entrando outros ingredientes,
Conforme o gosto das gentes,
E da cultura de cada lugar.

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Imagem:quebarato.com.br

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

UM FELIZ NATAL AOS AMIGOS DESTE CANTINHO



NATAL SERTANEJO

Quantos natais se passaram
Quantos deles ainda virão?
Alguns eu passei no Rio,
Outros tantos no meu chão.
Mas pra falar bem a verdade
Eu sinto bastante saudades
Dos velhos natais do sertão.

Em minha Santa inocência,
Acreditava em Papai Noel.
Que na véspera do Natal
Cumpria seu doce papel.
Distribuindo presente
E a criançada contente
Fazia o maior escarcéu.

Eram humildes presentes,
Isso não tenho como negar.
Às vezes uma lembrancinha
Para em branco não passar.
Mas era grande a alegria,
Naquela grande família,
Em seu singelo celebrar.

Sapatos e roupas novas,
A família inteira ganhava.
Na passagem do novo ano,
Era que a gente estreava.
Era na cambraia bordada,
E com nossa saia rodada
Que o Ano Novo começava,

No galinheiro um peru gordo
Aguardava sempre a ocasião.
Era o banquete das famílias
Que assavam galinha e capão.
Comida tinha com fartura
Pois assim era nossa cultura
Naquela Santa celebração.

A ceia, a missa do galo,
A visitação da lapinha.
Antes da missa o passeio,
Dando giros na pracinha.
Hoje celebro na verdade,
O velho Natal da saudade,
Que um dia viveu Dalinha.
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Foto: sal.zip.net/images/presepio.jpg

domingo, 20 de dezembro de 2009

CHAPEUZINHO DE PALHA



Chapeuzinho de Palha


Numa casinha de taipa, no meio de um lindo carnaubal, morava Chapeuzinho de Palha. Lá viviam também : seu pai, sua mãe e um irmãozinho.
O pai era um simples agricultor.
A mãe, para ajudar nas despesas de casa, dedicava-se ao artesanato.
As carnaubeiras, que cantarolavam ao vento abrigando passarinhos, eram as mesmas que forneciam palha para a confecção do artesanato.
Dava gosto de se ver pendurada num alpendre, construídos com troncos de carnaúbas, o artesanato que ali ficava exposto encantando os passantes, que vez por outra, paravam para adquirir alguma peça : abanos, vassouras, peneiras, cestas, chapéus entre outros objetos que compunham o cenário.
O que era feito no meio da semana, era levado para ser vendido na feira de sábado.
Eles viviam com sacrifício.
O que ganhavam não sobrava para brinquedos. As crianças tinham que se contentar com brinquedos improvisados.
Chapeuzinho de Palha tinha este nome porque não tirava da cabeça o chapéu que ganhara de presente de sua mãe.
Já seu irmão, passava o dia para cima e para baixo, montado num cavalo de pau, feito do talo da carnaúba, um mimo do pai, que se esmerou em fazer umas orelhas e colocar um cabresto de barbante.
Chapeuzinho vivia triste e emburrada pelos cantos, por não ter com que brincar.
Não queria brincadeira de menino.
Com o chapéu não tinha graça brincar. Fazer o quê ?
Chegou o sábado e a menina pediu a mãe para ir com ela a feira.
No mercado chegando Chapeuzinho ficou maravilhada com um cesto cheio de bonecas de pano com roupinhas coloridas.
Pedia insistentemente a mãe que comprasse uma para ela.
Queria porque queria.
Sem condições de satisfazer a vontade da filha, pois ainda não havia vendido uma peça sequer das que levara a feira nada podia fazer. Além disso precisava primeiramente comprar alimentos de que a casa necessitava. O que a filha em sua inocência não entendia.
A vendedora de bonecas, vendo o pranto da criança, e a contrariedade estampada no rosto da mãe, num gesto de bondade, pegou uma bonequinha rechonchuda de pano e deu de presente a menina, que de imediato começou a sorrir, pegando a boneca no colo feito um bebê.
A mãe comovida escolheu a mais bela peça de palha e ofertou aquela que numa atitude de nobreza fez sua filha sorrir.
Muitas vezes um pequeno gesto se torna grande quando feito com amor.


Texto de Dalinha Catunda publicado no DN infantil, Diário do Nordeste de Fortaleza.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

FILHA DO NORDESTE



FILHA DO NORDESTE


Sou Dalinha, sou da lida.
Sou cria do meu Sertão.
Devota de São Francisco
E de Padre Cícero Romão.

Sou rês da Macambira,
Difícil de ir ao chão.
Sou o brotar das caatingas,
Quando cai chuva no chão.

Sou cacimba de água doce,
Jorrando em pleno verão.
Sou o sol quente do agreste.
Sou o luar do sertão.

Minha árvore é mandacaru.
Meu peixe, curimatã.
Macaxeira e tapioca,
É meu café da manhã.

Sou uma bichinha da peste,
Meu ídolo é Lampião.
Sou filha das Ipueiras.
Sou de forró e baião.

Sou rapadura docinha,
Mas mole eu não sou não.
Sou abelha que faz mel,
Sem esquecer o ferrão.

Texto e foto de Dalinha Catunda

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

MERDA EM ABUNDÂNCIA



MERDA EM ABUNDÂNCIA!

Nada como um presidente,
Naturalmente bem popular!
Que enche a boca de Merda
Para poder do pobre falar.
“Se o pobre esta na Merda!
Da merda eu quero tirar!”

Assim falou Luiz Inácio
E foi em rede Nacional.
Exemplo de Brasileiro
Acima do bem e do mal.
Que caga para a opinião
Dos críticos desta nação
Porque ele é o maioral.

Não pense que é brincadeira!
Pois registrou a televisão.
Lula acusando jornalistas
De falar também palavrão.
Mas isso não é inconveniente,
Na boca do nosso presidente!
E sim, na de um mero cidadão.

Em tempo algum nesta terra
Veemência maior já se viu.
Até deixou bem corada
A pobre da mãe tão gentil!
Que nunca ouviu tanta merda,
Emporcalhando esta terra
Que ainda se chama Brasil.

Texto:Dalinha Catunda

domingo, 13 de dezembro de 2009

LEMBRANÇAS DOS VELHOS NATAIS



LEMBRANÇAS DOS VELHOS NATAIS


Nasci e me criei no Ceará e lá, vivi por muito tempo singelos e criativos natais.
Tínhamos a ceia, com galinhas assadas, peru, bolos e iguarias típicas do sertão.

Nossa árvore de natal era feita de garrancho, recoberta com papel crepom, e com tiras de algodão por sobre os galhos. Os enfeites eram caixas de fósforo recobertas com cédulas prateadas de cigarro e com papel de presente. Caixas maiores também eram cobertas e colocadas ao pé da árvore fingindo ser presente. A árvore era enfiada numa lata de querosene de 20 devidamente recoberta e preparada para a ocasião. E não poderia faltar uma estrela prateada, com calda no alto da árvore. O importante: toda família participava da confecção da árvore.


O que mais me atraia eram as visitas ao presépio da igreja matriz que era montado e aberto a população. Imenso! Lindo! Não me cansava de adorar. Encantava-me com os animais em volta do Deus menino. Ainda hoje chamo de lapinha meu inesquecível presépio.


Na missa do galo eu me sentia no céu. Eram mágico os rituais. Os cânticos de natal, os castiçais e suas velas, o turibulo com incensos espalhando uma fumaça cheirosa dentro da igreja e clima angelical me remetia realmente ao céu. Era divino e eu ficava em estado de graça mesmo.

Os presentes eram detalhes. Bonecas de pano para as meninas e carrinhos de madeiras para os meninos. Mas a nossa felicidade era tão grande que não cabia dentro de nós. Explodiam nas calçadas onde meninos e meninas se amontoavam para viver o nascimento da alegria.

Identifico- com esse Natal. O natal de minha Ipueiras, do meu Ceará Não com essa imitação de Natal europeu com neves e luxos que vejo nos shoppings das grandes cidades onde o papai Noel abafa a imagem de Jesus Cristo o principal personagem.


Texto: Dalinha Catunda
Imagem:leandrohubo.files.wordpress.com/2006/12/st_ag...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

GENTE DA MINHA TERRA


Foto: Tereza Mourão e Dalinha Catunda

PARABÉNS TEREZINHA!

Querida amiga Tereza
Neste dia de alegria,
Desejo que a felicidade
Chegue a sua moradia.
Que Deus sempre proteja
Você, amigos e família.

Muita saúde e muita paz
Pra você, aniversariante!
Que se engaja sem medo
Na luta por seus semelhantes.
Que seja sempre vitoriosa!
E consiga seguir adiante.

São os votos desta amiga,
Que reconhece sua lealdade.
E sabe que você veste,
O manto da caridade.
Mais uma vez eu desejo
Que seja feliz de verdade.


Homenagem a minha amiga Tereza Mourão que faz aniversário dia 12 de dezembro.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DONA DA NOITE




DONA DA NOITE

Final de tarde,
Sol se sumindo...
Esmaeeeece, coclhiiiiiila...
É a noite! Vem vindo...

Um véu negro tinge o infinito,
Mas não tarda aparecer,
Estrelas piscando em bando
No céu a resplandecer.

O lume intermitente,
Lá no alto é louvação,
A rainha que desponta
Prateando a escuridão.

Cheia de encanto e magia,
Com seu manto prateado,
Surge trazendo São Jorge
Em seu cavalo alado.

A senhora dona da noite
Ocupa seu trono agora.
E reinará soberana
Até o raiar da aurora

Texto:Dalinha Catunda

Imagem:mteresabr.wordpress.com/2008/12/07/lua/

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

NOS TRILHOS DA EMOÇÃO


NOS TRILHOS DA EMOÇÃO

Amores são passageiros,
Acomodados em vagões.
Alguns seguem viagem
Menosprezando estações.

Outros descem ligeiro,
Até na primeira parada!
Pois lhes falta bagagem
Pra prosseguir a jornada.

Nos trilhos que corre vida
Nunca fui de perder trem,
Nem de ficar acomodada,
Esperando quem não vem.

Cada vez que o trem apita,
Sacoleja o meu coração.
Trilhando a linha da vida
Ergo a bandeira da emoção.

Dalinha Catunda

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

FESTIVAL DE PANETONE EM BRASÍLIA



FESTIVAL DE PANETONE EM BRASÍLIA

Dezembro já chegou,
Trazendo junto Natal.
Vou fazer a minha festa
E é no Distrito Federal.
Vou pegar minha família,
Vou direto pra Brasília
Não perco este festival.

A vida aqui anda cara
Está “um Deus nos acuda”
Em Brasília pelo menos
Tem o bondoso Arruda.
Que arrecada dinheiro,
Para o pobre brasileiro
Ter um Natal de fartura.

Nunca vi tanto dinheiro!
Mas mostrou a televisão.
Em cuecas, meias e bolsos
Foi farta a distribuição.
E os demais envolvidos
Ficaram tão comovidos
Que fizeram até oração.

O milagre da multiplicação
Pode até não acontecer.
Panetone virando pizza
Garanto vocês vão ver.
Pois são sempre absolvidos
Os políticos envolvidos
Em falcatruas no poder.

As eleições estão chegando,
Seja um honesto cidadão!
Vender e trocar seu voto
É incentivar a corrupção.
Vá à urna com consciência,
Para tirar dessa indecência,
Nosso Brasil, nossa nação.
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Imagem retirada da internet