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quinta-feira, 29 de novembro de 2007

FESTA DA PADROEIRA


Igreja de Nossa Senhora da Conceição
Um belo cartão postal de Ipueiras,
que merece ser visitado.

A Festa da Padroeira

Dia 29 de novembro Ipueiras se engalana para a festa da padroeira que tem seu final dia 08 de dezembro, dia consagrado a Nossa Senhora da Conceição.
Nove dias bate o sino chamando a população, tem bandinha, dobrados, marchinhas e muita animação.
O foguetório ecoa pelos quatro cantos da cidade. São os devotos pagando suas promessas. Entre rezas e ex-votos ofertados, os fiéis vão cumprindo o prometido, finalizando o ritual com o estouro repetido dos foguetes que em Ipueiras é tradição.
Após cada novena uma residência é contemplada com a visita da santa. Os mais fervorosos seguem o cortejo com seus cânticos em homenagem a Virgem Imaculada. Enquanto outros aproveitam as barraquinhas montadas para desfrutarem do que lhes oferece a animada quermesse.
Nessa época Ipueiras é visitada por parques e circos que chegam à cidade atraídos pela movimentação temporária.
É difícil participar desses eventos sem evocar o passado. Nunca vou esquecer o vendedor de pirulitos. Talvez eu me encantasse muito mais com a figura do vendedor carregando aquela tábua furada com os pirulitos encaixados do que com o próprio pirulito.
E mais, era sagrado. Toda garota tinha que exibir um vestido novo na última novena e outro no dia da festa. E se não tivesse? Era choro de moça, na certa!
O ponto alto da festa sempre foi a última novena. Uma imensa procissão tomava conta da cidade, o leilão enchia a praça com a figura marcante do leiloeiro oficial Mariano, que era mestre no ofício, e encantava a população com sua graça oferecendo as prendas.
É lógico que com o passar dos tempos as coisas mudam. Mas reconheço que Ipueiras, cidade centenária, faz jus a sua padroeira, Nossa Senhora da Conceição, fazendo sempre uma linda festa com grande participação de sua população essencialmente católica.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Recado Pelo Rádio


Foto Calçadão da Estação

Recado Pelo Rádio

Locutor que atua agora,
Atenda minha ligação,
Peço encarecidamente
Que me dê sua atenção,
Avise pra minha gente,
Que já já vou ta presente
Visitando meu sertão.

Estou longe muitas léguas,
mas pertinho de voltar.
Pra rever a minha gente,
E visitar o meu lugar.
To morrendo de saudades,
Pois minha felicidade,
É rever meu Ceará.

Cidadão fique sabendo,
Que isso não é brincadeira.
Dói no peito e dói na alma,
Viver longe de Ipueiras.
Com o coração partido,
A vida não tem sentido
Perco até as estribeiras.

Mande um beijo pra titia,
Outro beijo pra mainha.
No chiqueiro lá de casa,
Quero vê muita galinha.
Pra festa da padroeira,
Estarei nas Ipueiras
Para aplaudir a bandinha.

Ao meu velho pai avise
Que não demoro a voltar.
Pamonha de buriti,
Ele pode encomendar.
Mesmo que me dê fininha,
Sembereba com farinha,
Eu não deixo de tomar

Fale pra dona Maria,
Que capriche no pirão.
Guarde pra mim tapioca,
E paçoca de pilão.
Vou deitar naquela rede,
tacar o pé na parede,
E embalar meu coração.

Diga pro Ciço Pereira,
Para contratar Deó.
Já comprei chinelo novo,
Pra dançar em seu forró.
Quero tirar o atraso,
Desta vez eu me arraso,
Dos meus pés não tenho dó.

Mande um abraço pra Toinho
outro abraço pra Carlão.
Lá pras bandas do arroz,
Dê lembranças ao João.
Fale para Zé ventura,
Que gostei da aventura,
De andar em seu carrão..

A Tereza Gaspar Diga,
Que ela pode botar fé,
Que antes do final do ano,
Vou provar do seu café
O caldinho de Tereza,
Meu amigo é uma beleza,
Bota até defunto em pé.

Locutor não se esqueça,
Não deixe de avisar,
Meu amiguinho do peito,
Que se chama Edgar,
Ele vai ficar contente,
Vai arreganhar os dentes,
Ao saber que vou voltar

Avise pro Zé Luzia,
Pra cachaça esquecer.
Pois eu tenho lá em casa,
Umas coizinhas pra fazer.
O meu tempo vai ser pouco,
Mais pelo menos os reboco,
A gente pode refazer.

Locutor por caridade,
Pela luz que te alumia
Retransmita meu recado,
Pros amigos e pra família,
Sou uma pobre retirante,
Da minha terra distante,
Voltar é minha alegria.

domingo, 25 de novembro de 2007

Dalinha Entrevista Jean Kleber Mattos



Jean Kleber Mattos é agrônomo, professor universitário, nascido em Fortaleza-Ce e criado em Ipueiras-Ce dos dois aos oito anos de Idade. Filho de Sebastião Mattos Sobrinho.
Atualmente residindo em Brasília Distrito Federal.

1-Quem é Jean Kleber?

Cearense, viveu a primeira infância em Ipueiras. Foi aluno do Educandário N.S. da Conceição nos anos 50. Agrônomo, formou-se em Recife, fez doutorado em Brasília e hoje é professor da UnB.

2-O que Ipueiras representa para você?

Mesmo não sendo lá nascido, Ipueiras representa a origem, a primeira infância. O útero cultural.

3-Como foi voltar a Ipueiras depois de tanto tempo?

Estonteante. Bateu forte. Hoje a leitura que faço é mais profunda.

4-O que você só encontra em Ipueiras?

Difícil responder. O cenário dos dias felizes de minha infância. As casas que ainda restam daquele tempo.A paisagem única. Aquela serra ao longe me emociona. O Cristo do Morro me encanta. A feira... tanta coisa

5-Você viveu apenas parte da infância em Ipueiras, no entanto, relata “causos” e histórias, ricas em detalhes, passadas naquela cidade. Que mágica é essa?

Algumas me marcaram muito. Criança atenta. Outras, meu pai me contou.

6-Como sua família acolheu essa viagem a Ipueiras?

Adorou. Incorporou minha emoção. Minha família é inacreditável.

7-Foi realmente a viagem dos sonhos?

Sim. Foi a viagem dos meus sonhos.

8-O que você acha que tem cheiro de Ipueiras?

O bamburral (Hyptis suaveolens)

9-Que sabor provado naquela terra você jamais esqueceu?

O sabor da “palma” (aquela gominha no canto da boca) e o tijolo de mamão (aquela “cocadona”. Não esquecendo da batida e do alfenim e do pé-de-moleque (manzape).

10- Você abraçou a carreira Certa?

Sim . Com certeza.

11-Conviver com a natureza é ficar mais perto do céu?

Sim. Sem dúvida. Se eu fosse aviador (minha primeira vocação, creio), sentir-me-ia mais perto. No entanto, lidar com a natureza e como voltar ao útero.

12- Se você fosse uma planta, que planta seria?

Uma jaboticabeira. Produz muitos frutos negros, belos, brilhantes...

13-O que eu não lhe perguntei e você gostaria de falar?

Que ainda não decifrei o enigma que existe envolvendo-me com Ipueiras.

14-Que mensagem você gostaria de deixar para as gentes de nossa terra?

Unam-se. Cooperem uns com os outros para o sucesso dos projetos em favor de Ipueiras. Sobretudo deslumbrem-se com a comunidade.

15-Obrigada pela atenção e até uma próxima oportunidade.

Foi um prazer, querida.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

TEMPO DE CAJU


www.mecol.com.br/images/cachocaju.gif
Tempo de Caju

Num passeio de duas semanas, encontrei Ipueiras super colorida e com um cheirinho especial de caju invadindo toda a cidade.
Impossível não voltar aos velhos tempos e as boas recordações onde castanhas e meninos davam o tom às brincadeiras. A fartura das castanhas assada em pedaços de flandres furados, fazia a alegria da meninada que participava de todas as etapas daquele ritual. Sendo a mais importante a hora de saboreá-las.
Presente ainda em minha lembrança, os litros transparentes cheios de cachaça com um caju que boiava magicamente em meio ao liquido deixando-me fascinada, e ao mesmo tempo intrigada com o feito, por não entender, na época, exatamente, como a fruta entrara ali.
Contudo, a melhor recordação, era o jogo de castanhas que acontecia assim: uma dupla com seus saquinhos de castanhas. Um colocava um torno, (que era uma castanha grande) e o outro começava o jogo, que nada mais era, que, atirar castanhas alternadamente tentando acertar o torno. O primeiro que acertasse enchia a mão levando todas as castanhas atiradas.
Se as recordações ainda me encantam, o presente não deixou por menos. Cajueiros mais exibidos do que nunca apresentavam um espetáculo maravilhoso que só mesmo a natureza seria capaz de produzir.
Em pleno calor de outubro, o sertão com sua paisagem já amarelada passando a um marrom acinzentado, típico dos tempos secos, aparecem os verdes cajueiros a fazer contraste com a fartura de árvores ressequidas.
Aos meus olhos que sempre se encantam com as coisas do sertão, o cajueiral em sua pujança mais parecia grandes árvores de natal, fora de época, com suas bolas multicores atraindo pássaros das mais variadas espécies dando um colorido fascinante ao show patrocinado unicamente pela natureza em sua peculiaridade.
A feira também se encheu de cor, pelo chão, cajus, amarelos, vermelhos, alaranjados, pequenos, grandes compridos. O colorido, o cheiro e o preço baixo pela larga oferta eram um convite. Difícil não sair carregando sacolas e mais sacolas da fruta da época.
Era comum chegar em casa de amigos e ser agraciada com latinhas de doce e refrescar a garganta com o suco do momento e até levar uma garrafa de cachaça com caju da safra passada. O nordestino, principalmente, o do interior é dado a essas gentilezas.
Se o jogo de castanhas se perdeu no tempo..., o doce de caju, o suco, a cajuína, a castanha assada, a cachaça com caju estão aí a nos dizer que sempre haverá, tempo de caju em nosso querido Nordeste.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Mariano Ribeiro De Oliveira


Foto:gentilmente cedida por: Alexandre Herculano.
Mariano Ribeiro de Oliveira

Dia 20 de novembro comemora-se no Brasil, O Dia da Consciência Negra.
Dia esse dedicado à reflexão sobre a inclusão do negro na sociedade.

Preservar a memória de Mariano Ribeiro de Oliveira é uma das formas de agradecê-lo pelos mais de 40 anos de serviços prestados a população ipueirense, num tempo em que a saúde pública no interior transcendia a precariedade.

Dia 06 de abril de 1926, nascia na cidade de Ipueiras, aquele que mais tarde seria reconhecido como um dos precursores da saúde em nosso município.

Mariano prestou os mais variados serviços: obstétricos, pediátricos, ambulatoriais, serviços veterinários, era um enfermeiro prático com funções variadas.
Aplicava injeção, tirava pressão, fazia curativos, vacinava animais, furava orelhas das meninas... naquele tempo só das meninas, hoje o que diria nosso velho Mariano com tantos marmanjos fazendo furinhos. Com certeza apenas sorriria e meneava a cabeça.
Seu sorriso era sua arma, e sua arma desarmava qualquer um. De um carisma sem nome era requisitadíssimo e estava sempre no ponto para qualquer emergência.

Em tempos de parteiras ele fez a diferença, um homem a pegar crianças, o que não era tão natural, mas a competência lhe conferia esse direito
Essa competência, aliada a seu carisma o levou a política, e assim sendo, Mariano Ribeiro foi vereador várias vezes, chegando a presidente da câmara.

Em 17 de agosto de 1995, para tristeza dos ipueirenses, Mariano Ribeiro fez sua passagem deixando um vazio imenso e a certeza maior; que ele jamais será esquecido por aqueles que passaram por suas mãos.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

ARTE NATURAL


Foto:http://www.saberweb.com.br/zoologia/images/teia_da_aranha.jpg
ARTE NATURAL

Teia de aranha orvalhada
nas cercas enfeitando estradas
traduz encanto e esplendor.

Transcende a qualquer beleza
a trama que a natureza
com esmero elaborou.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

FILHA DO NORDESTE


FILHA DO NORDESTE


Sou Dalinha, sou da lida.
Sou cria do meu Sertão.
Devota de São Francisco
E de Padre Cícero Romão.

Sou rês da Macambira,
Difícil de ir ao chão.
Sou o brotar das caatingas,
Quando cai chuva no chão.

Sou cacimba de água doce,
Jorrando em pleno verão.
Sou o sol quente do agreste.
Sou o luar do sertão.

Minha árvore é mandacaru.
Meu peixe, curimatã.
Macaxeira e tapioca,
É meu café da manhã.

Sou uma bichinha da peste,
Meu ídolo é Lampião.
Sou filha das Ipueiras.
Sou de forró e baião.

Sou rapadura docinha,
Mas mole eu não sou não.
Sou abelha que faz mel,
Sem esquecer o ferrão.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

NEM NÓS


Foto: http//venus.rdc.br
Nem Nós

Esse “causo” se passou exatamente na casa de meus pais, em Ipueiras.
Fui testemunha e personagem do episódio.
Fedendo a leite, arranjei um namorado. Não um namoradiiiinho, um jovem da capital.
Estudante, porém já trabalhava e poderia assumir um compromisso.
O namoro foi ficando sério, todos gostavam do mancebo e minha mãe, doida p’ra ver a filha casada e sossegando o facho, convidou o rapaz para almoçar lá em casa.
Uma galinha a menos no chiqueiro, mas não deixava de ser um investimento.
O almoço transcorreu as mil maravilhas. Antes de se levantar da mesa Edmar, (esse era o nome, do candidato a marido) Gentilmente falou para minha mãe: dona Neuza, há muito tempo eu não comia uma comida tão gostosa como essa.
Meu irmão, César, que Deus o tenha no Reino da glória, imediatamente, falou: nem nós!!! Volte sempre.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

QUESTÃO DE GOSTO


QUESTÃO DE GOSTO
Questão de Gosto

Ipueiras para mim, sempre teve um sabor especial. Revivo nas lembranças do presente o doce gosto do passado. Muitas vezes incomodo os menos saudosos com minha cantilena, porém, conto com uma boa parcela de adoradores do passado que se enlevam com meus saudosos suspiros. Minha intenção não é apenas remoer tristezas, meu prazer maior é desenterrar e espalhar alegrias.

Assim sendo, vou falar dessas coisinhas de cidade do interior que ficam grudadas na gente, e por mais tempo que se posso ter numa cidade grande, elas não arredam.

Eu sempre relaciono comer a prazer e prazer a pecado e pensando assim, muitas vezes pequei pela gula. Difícil resistir às guloseimas que infestavam Ipueiras nos bons anos de minha alegre existência

Aos sábados era sagrado comer bolo manzape na feira. Por mais que espalhassem que aquele bolo gostoso, embrulhado na palha da bananeira, era amassado com os pés, não inibiam os fiéis compradores.

Na esquina do Simão se tomava oricuri, na esquina do Guarani chupávamos o picolé de dona Joaninha. O de abacate era saborosissimo, ficou na história

A bodega do Nicacio era o “point” dos estudantes do colégio Otacílio Mota que faziam fila para merendar pão recheado com doce de leite . Era a merenda da hora.

Ah!!! E as palmas do Olegário? A criançada vivia de boca branca de tanto comer palma, mas não bastava ser palma, tinha que ser do Olegário.

No “bulim”,(biscoitos feitos com goma) as mãos mágicas eram de dona Etelvina, mãe da professora Alice Paiva. Os biscoitos feitos por ela desmanchavam-se na boca.

Tínhamos ainda, dona Neném do Genáro especialista em pirulitos, aqueles... vendidos em tábuas, aos gritos dos meninos. Recordo-me das chupetinhas feitas com o mesmo material do pirulito, porém não sei quem as fazia. Fica aí uma pergunta no ar.

O peito de moça era um pão de massa fina, melado por cima, e super saboroso. Acho que todos os padeiros da época faziam o tal pão. Engraçado que este pão era vendido, num cesto, só à tarde, de porta em porta.

Há um salgado, chamado canudinho, recheado com paçoca, que nunca comi em outro lugar. Este eu considero um sabor típico de Ipueiras. Lá ainda se faz, mas o recheio é cremoso, porém, prefiro o sabor antigo.

Um sabor que ficou impregnado em mim, foi o do buriti, sempre que chego em Ipueiras procuro a pamonha de buriti, para fazer doce ou a sembereba, que é um suco engrossado com farinha. Só que depois de tomado, bate um sono...

A bolacha fogosa, não foi um de minhas preferidas, mas sei que fez a alegria de muitos.
Farinha de pipoca! Comi muito. Mas, outro dia fui tentar e me entalei. Com certeza perdi a prática.Outra coisa que comi em criança, de me lambuzar, mas meu paladar adulto não aceita mais, é ovo batido com açúcar.

Eu não me perdoaria se terminasse esse relato sem falar de Vicente, o padeiro mudo, que falou quando a imagem de Nossa Senhora de Fátima passou por Ipueiras vinda de Portugal.
Dele era o pão mais gostoso que já provou minha cidade.

Vou sempre afirmar que, Ipueiras tem um sabor especial, mas lógico, que é questão de gosto.

domingo, 4 de novembro de 2007

A AMORTALHADA


Foto:www.fenomeno.trix.net/.../fenomeno-fantasmab.jpg
A Amortalhada

Amedrontando crianças e deixando adultos menos corajosos de cabelo em pé, por muito tempo se viu e ouviu falar da figura dos amortalhados, principalmente no interior nordestino.

Por trás de cada mortalha vestida, havia, com certeza, uma história forte de culpas e pecados a serem reparados. Assim sendo a mortalha fazia parte do ritual de expiação aplicado ao grande pecador.

Contam que certa vez, uma linda moça, porém muito Jovem, queria ir a uma festa. Mas pela pouca idade só poderia ir acompanhada dos pais. Sendo filha de uma pobre viúva, pai ela não tinha. A mãe, no momento adoentada, não poderia acompanha-la a tão desejada festa.

A jovem descontrolada num ímpeto de raiva e loucura, como se tivesse possuída pelo demônio, deu uma surra na pobre viúva que ficou prostrada durante muitos dias.

Vendo o sofrimento da mãe, não demorou muito tempo, bateu o arrependimento na filha desnaturada. Tentando acabar com o remorso que lhe doía na alma foi até a igreja e contou tudo ao padre em confissão.

O padre após ouvir atentamente o relato absurdo da jovem, aplicou-lhe a penitência merecida: Durante cinco anos a filha desalmada, teria de perambular pelas, ruas, becos e estradas vestida numa mortalha, e toda vez que passasse em cemitérios e igrejas teria de parar para rezar um rosário.

A jovem cumpriu religiosamente sua penitência fazendo assim as pazes com Deus e obtendo o perdão de sua mãe.

Agora ela poderia ir a festa tão sonhada que acontecia todos os anos. Sua mãe gozava de boa saúde, ela já tinha idade suficiente para freqüentar as festas e tinha expiado sua culpa.

Bem vestida, foi ao baile, mas não teve um cristão que a tirasse para dançar, pois ninguém queria dançar com uma moça que no passado vestia-se com mortalha.