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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Mote: Quem vive só de vaidade, diz que é, mesmo sem ser.


 

Poetas e poetisas “Glosando na Rede com Dalinha”

 

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

1

Quem vive se pabulando

Dizendo que muito é,

Confesso não levo fé,

E vejo o povo mangando,

Pois quem anda se exaltando

Não tem tempo de aprender,

E se você quer saber

Digo com sinceridade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa e mote de Dalinha Catunda

2

Quem disser que é o tal

É porque não é ninguém

Não tem sequer um vintém

É coitado, marginal,

Ignorante brutal,

Precisa ver para crer;

Escreve e não sabe ler,

Não tem curiosidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Arimaté Sales

3

Alguém diz que é o tal

Quer estar na passarela

É só um pé de chinela

Mas quer ser um sem igual

Comprou lugar no mural

Só querendo aparecer

A todos quer convencer

Mas logo vem a verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Rivamoura Teixeira igutu Ceará

4

Que conta muita lorota

Só querendo se gabar

O seu dia vai chegar

Ninguém é pois , idiota

Pra tudo tem sua cota

Todo mundo vai saber

Mostra pois queremos ver

Se procede de verdade

QUEM SÓ VIVE DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER.

Glosa : Dulce Esteves

5

Gente que fala besteira

Que se exibe sem ter nada

Só pabulagem e zuada

Igual vendedor de feira

Será bem curta a carreira

De quem assim proceder

Ninguém queira se crescer

Através da falsidade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa:Jerismar Batista

6

Nariz empinado é

Coisa de gente idiota

Que come feijão e arrota

E diz que comeu filé

Anda de jumento e a pé

E fala com todo prazer

Como é bom a gente ter

Dólar que não é verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Vânia Freitas

7

Quem quer chamar atenção,

Mostrando toda arrogância,

Com desdém e petulância,

Demonstrando ostentação,

É cheio de presunção,

Sem ter nada pra comer,

Quem ostenta sem poder,

É um ser sem humildade,

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: Joabnascimento

8

Igual sepulcro caiado

Só importa a aparência

Seu miolo, sua essência

É de eterno fracassado,

Tenho dó desse coitado

Não vê o tempo correr

Seu verniz vai derreter

Pois perdeu a validade:

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa de Bastinha Job

9

Agradável é ser real

Em nada dissimulada

Assim tal uma fachada

Em tudo artificial

Bom mesmo é ser natural

Ter beleza e dá prazer

O gostoso é a gente ver

Uma pessoa de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER.

Glosa: F.de Assis Sousa

10

Quem explora a própria imagem

Como sendo o mais gostoso

Anda inchado e orgulhoso

Quer em tudo ter vantagem

Não carrega na bagagem

A semente do saber,

Pois no fundo ele quer ter

O que não tem, de verdade

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É, MESMO SEM SER

Glosa: Giovanni Arruda

11

Quem come pura farinha,

Dizendo que é caviar,

Quem vive só de falar,

Sem nunca entrar na linha,

Quem não levanta e caminha

Nos caminhos do fazer,

Vive só do "vou vencer",

Mas a preguiça lhe invade...

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE,

DIZ QUE É, MESMO SEM SER!

Glosa: Compadre Lemos

12

Já chega falando grosso

Querendo me intimidar

Não tem nada pra doar

Só vive roendo um osso

Preço no fundo do poço

Fingindo que tem poder

É pobre sem nada ter

E detido na vaidade.

QUEM VIVE SÓ DE VAIDADE

DIZ QUE É MESMO SEM SER

Glosa: Jairo Vasconcelos.

*

Amigos e amigas, muito obrigada pela interação é muito bom contar com vocês.

Sempre que estou em minhas palestras, falo destes espaços virtuais que juntos mantemos, tanto O Conversa de Calçada Virtual, como O Glosando na Rede com Dalinha. Agradeço muito a participação de todos.

Dalinha Catunda

Cordelista – Cirandeira – artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com

dalinhaac@gmail.com

sábado, 19 de outubro de 2024

Dalinha Catunda Na I FLI


 Estarei participando da I FeiraLiterária  de Inclusão no Instituto Benjamin Constant.

dalinhaac@gmail.com

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O Cantador e o Comentário


O Cantador e o Comentário

Inspirado no poema, Sou Dalinha do Cordel, Aldy Carvalho – O Cantador – a quem mais uma vez agradeço, escreveu este significante comentário que me deixou bem lisonjeada e com vontade de dividir com meus amigos e amigas.

SOU DA LINHA DO CORDEL

*

Sou Cordel de Saia

Cordel de vestido

Cordel feminino

Cordel atrevido

Cordel de Calcinha

Cordel de Dalinha

Cordel divertido.

*

Sou manha e gracejo

Sou verso ladino

Sou canto nascido

No chão nordestino

Sou nesse universo

Cabocla do verso

Santo e libertino.

*

Sou alma do verso

Sou rima no ar

Sou dedos que contam

Pra metrificar

Sou inspiração

Dou voz a oração

No palco a cantar.

*

Saudações, Dalinha Catunda

Dalinha celebra a força e a identidade feminina dentro da tradição da literatura de cordel. A voz poética assume uma postura orgulhosa e autônoma e como é comum nesta poetisa, nesse poema, ela constrói uma imagem em que se define a partir de sua feminilidade e ousadia. A repetição da palavra "Cordel" com diferentes complementos – "de saia", "de vestido", "feminino", "atrevido" – sugere a multiplicidade de papéis e identidades que a mulher pode assumir. "Cordel de Calcinha" e "Cordel de Dalinha" reforçam essa ideia de intimidade com a arte e da autora consigo.

A metáfora de ser "alma do verso" e "rima no ar" sugere que ela se funde com a poesia, transcendendo as barreiras físicas e tornando-se parte da própria criação.

Dalinha, nesses versos, articula, com destreza, a presença e a força da mulher no cordel, revelando a profundidade e versatilidade da voz feminina no espaço da cultura popular. A cordelista se coloca como uma mulher múltipla, dona de sua criação e capaz de se expressar tanto com graciosidade quanto com irreverência.

Minhas todas palmas a esta nossa colega cordelista de prima.

Aldy Carvalho o Cantador

 

Dalinha Catunda – Cordelista Cirandeira – Artesã e gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com
www.cordeldesaia.blogspot.com

dalinhaac@gmail.com


 

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

CORDEL NA FLIP EM 2024

 CORDEL NA FLIP EM 2024

Mais uma vez o cordel marcou presença, na Festa Literária Internacional de Paraty. Desta feita os cordelistas arcaram com suas despesas, o patrocínio dos anos passados, infelizmente, não rolou este ano. Contudo, o IPHAN nos abriu as portas da Casa do Cordel, lutou por parcerias, ampliou nossos espaços, fora da casa do cordel, nos oferecendo muitas atividades.

Além da exposição e venda de cordéis, participei organizando e colocando em prática a Ciranda que já virou tradição com o grupo do Rio de Janeiro e a equipe do IPHAN.

Fiz a Ciranda da Peneira No Coreto do Areal, lá também me apresentei com Edi Maria e Cleusa Santo, mostrando a As Três Faces de Maria, enfocando Maria Bonita. Ainda no Coreto do Areal, dei início a uma roda de versos, com Edi e Cleusa, aproveitando o público presente.

Fiz parte da mesa de debates sobre Cordel e Ciranda e sobre o registro do cordel como bem imaterial. Fora isso, fiz animação na Casa do Cordel com Santini, fiz declamações e conversei muito com os leitores.

Posso garantir que valeu a pena ir a Paraty, prestigiar essa nossa conquista que foi a primeira ação de salvaguarda proposta pelo IPHAN do Rio após o registro.

Quero agradecer aos cordelistas que interagiram comigo, agradecer a Letícia, ao André, Pedro e agradecer muito a Lívia pela simpatia e por se desdobrar para fazer o seu melhor, e fez!

Dalinha Catunda

Cordelista

Cirandeira

Gestora dos blogs:

www.cantinhodadalinha.blogspot.com
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