O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
CALAMIDADE
Foto:aaapip.wordpress.com
Foto:brasilescola.com
Cordel publicado no jornal O povo de Fortaleza
CALAMIDADE
O Brasil anda agoniado
Sofre sua população
No sul as águas fartas
Causam a inundação
O povo sofrido chora
Com tanta destruição.
Famílias desesperadas,
Perdem casa e plantação
Até gente levam as águas
Muito triste é a situação
E o desespero comove
Quem vê na televisão.
Pior é quem sente na pele
A revolta da natureza,
O lamaçal toma conta
Arrastando toda beleza
Desse sul tão majestoso
Que se acaba em tristeza.
É gado na água morrendo
Famílias inteiras soterradas.
Crianças tão indefesas
E mães desesperadas
E a própria Defesa Civil
Não pode fazer quase nada.
Quanta água destruindo
A vida de uma população,
Porém seriam bem-vindas
Se caíssem lá no sertão
Do Nordeste brasileiro,
Onde mora a sequidão.
Os açudes estão secando,
O povo já começa a rezar
O fogo consome os pastos,
E a água não cai por lá.
É o gado e pasto secando,
Da vontade de chorar.
O sol não faz feriado,
O mato inteiro secou,
A caatinga ficou branca,
Outra parte amarelou
O povo pede clemência,
E reza pra Nosso Senhor.
Eu não consigo entender,
Me dói essa contradição.
O sul morrendo afogado,
De sede morre o sertão,
E diante dos meus olhos,
Não vejo uma solução.
E se a natureza cobra,
Com juros a destruição.
Vamos ser conscientes
Tratar melhor nosso chão.
Porque a lei do retorno,
Não tem piedade não.
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8 comentários:
Vim visitar vc e conferir se continua inspirada. Continua.Abração
Eurico
http://tabui.blogspot.com/
Dalinha:
Teu talento consegue tirar da dor um grito de alerta e de esperança.
Abraço
Boa semana
Lúcido e sentido poema.
A minha solidaridade com o sofrido povo-irmão do Brasil.
Boa semana.
Venho aqui agradecer
Sua visita em meu cantinho
E também se “consigo entender”,
sentindo devagarinho,
no seu verso o doer
do drama de cada ninho:
o de lá é chuva de morrer
o de cá é seca de espinho.
Amigos eu queria agradecer a todos vocês as visitas a este meu espaço.
Vocês que representam tão bem partes deste nosso Brasil.
Eurico de Minas Gerais, Regina do Rio Grande do Sul, Meu conterrâneo, o cearense Airton Soares e ultrapassando fronteiras,São, uma legitima representante de Portugal.
Meeu carinho e meu muito obrigada a todos.
Dalinha Catunda
Sempre atualizada e genial.Dalinha faz falta quando não está publicando.Parabéns!
Olá amiga da letras, bela inspiração ao colocar versos tão belos nessa dor de nossa nação (a seca e a inundação). Agradeço também por cada visita sua ao meu blog, fico lisinjeado com seus comentários.
Abraço, Alque!
A Natureza não é vingativa, Dalinha. Não se revolta jamais. Exceto pelos processos geológicos naturais, as outras catástrofes são originárias da velha máxima: é o homem procurando sarna para se coçar.
Um beijo!
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