O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
UMA ÁRVORE DE NATAL PARA MARIA
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Conto de Natal publicado no jornal O Povo de Fortaleza
UMA ÁRVORE DE NATAL PARA MARIA
Maria era uma pobre menina que vivia no interior.
Seu cenário era completamente diferente do ambiente das meninas de sua idade que moravam na cidade.
Até bem pouco tempo, as pessoas que moravam no interior, iam à cidade por dois motivos apenas: A feira aos sábados e a missa aos domingos.
E foi num domingo desses que Maria já crescidinha acompanhou, pela primeira vez, sua mãe, para assistir a missa dominical.
O dia de Natal se aproximava e as casas da pequena cidade escancaravam portas e janelas no intuito de exibirem suas árvores de Natal.
A pequena Maria que volteava pela cidade agarrada a mão de sua mãe, ficou maravilhada com as coloridas árvores que via a cada porta e janela que seu olhar espichado alcançava.
Em casa, o resto do dia a menina não falava em outra coisa. E queria que a necessitada mãe a qualquer custo montasse uma árvore de natal para ela. A mãe por mais que desejasse, não tinha condições financeiras para satisfazer as vontades da filha.
O Natal se aproximava, e Maria cada dia ficava mais triste, não queria comer, dormia mal e não tirava a árvore da cabeça. A mãe preocupada já estava pensando em levar sua filha ao médico.
Faltavam dois dias para o Natal, e para surpresa de todos Maria acordou feliz, tomou café e falou cheia de felicidade que iria ganhar uma árvore na noite de natal.
A mãe preocupada colocou a mão na testa da menina achando que ela poderia estar com febre e por esse motivo delirava.
Maria com palavras firmes falou para a família:- Ontem eu sonhei com um anjo que saia do meio das nuvens e me dizia:
-Dorme pequena Maria,
Que a mãe do menino Jesus
Vai te ofertar uma árvore
Repleta de cores e de luz.
Véspera de natal Maria entrava e saia e se impacientava por não ter a árvore prometida. A família aflita tentava consolar a criança. De repente diante dos olhos maravilhados da pequena Maria a promessa do anjo começava a ganhar forma.
Ouviu-se o canto do Galo repetidas vezes. Uma estrela brilhou forte no céu e feito uma estrela cadente se postou no mais alto galho de um pé de mandacaru que tinha na porta de entrada da casa de Maria. O pé de mandacaru que andava ressequido, como se por milagre ou encanto, apareceu cheio de frutos vermelhos como se fossem bolas de natal. Em suas flores desabrochadas beija-flores pairavam num movimento gracioso. Pequenas corujas se instalaram estrategicamente iluminando a árvore que começava a tomar jeito de árvore de Natal. Uma variedade infinita de pássaros saltava de galho em galho. E para completar o espetáculo. Correntes e mais correntes de vaga-lumes, num pisca-pisca natural, envolviam a mais bela, a mais deslumbrante Árvore Natural de Natal que já se viu na face da terra.
A estrela que brilhou no céu e se postou no alto da árvore, foi responsável pelo enxame de pessoas que, seguindo aquele clarão, presenciaram o mais belo espetáculo de suas vidas. A Árvore de Natal de Maria.
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5 comentários:
Uma ternura só, esta sua estória...
Bem haja!
Sou coração que segue em silêncio
Nos fios do sublime pensamento
Pela ressurreição de um sorriso
Renasço nas asas do tempo
Esta Terra é degredo dos sonhos
É espelho que distorce o sentimento
É castigo no julgamento do fracasso
É fogo que se cala a todo o momento
Boa semana
Mágico beijo
Dalinha
Até que enfim visitei o seu tão expressivo blog.Vejo quanto depoimento surge nos comentários, valorizando um trabalho que certamente é merecedor de tantas palavras bonitas. Parabéns!!
Para melhorar o Natal de Maria uma estrofe do Natal Sertanejo de Paulo Gondim.
"O natal do sertanejo
Não tem muita regalia
Com pouca coisa se faz
Como é seu dia-a-dia
Vai à igreja rezar
Pede a Deus pra lhe ajudar
Pede paz e alegria".
Parabéns Dalinha, seus versos são encantadores.
Abraços.
São, profeta, Nelcimá e João Alberto:
Obrigada pela visita,
agradeço de coração.
Fazer novos amigos,
è uma grande satisfação.
E aqui no meu catinho
receberei com carinho,
e estenderei minha mão.
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