MULHER TEM
QUE TER PEITO
*
A mulher
tem que ter peito
Para reger
a sua vida
Na luta do
dia a dia
Deve ser
mais combativa
Chega de
submissão
Basta de
tanta agressão
Reagir é a
saída.
1
Nos novos
tempos não cabe
Uma Maria
das Dores
Sempre
dizendo amém
Engolindo
dissabores
O momento
é de atitude!
De viver
com plenitude
E rever os
seus valores.
2
Sei que
Eva foi à luta
Sem
esperar por Adão
Dispensou
o paraíso
Mudou a
situação
Para poder
procriar
Fez a tal
cobra fumar
E o homem
entrar em ação.
3
Pandora mimo
divino
Enviada a
Epimeteu
Sendo
mulher curiosa
Logo
desobedeceu
Liberou
tudo que tinha
Dentro da
sua caixinha
Só a
esperança prendeu.
4
Vamos
mudar nossa história
Nela vamos
botar fé
Sem sofrer
feito Maria
Mãe do rei
de Nazaré
Buscando
ter igualdade
Contudo
sem a maldade
Que se
serviu Salomé.
5
Porém pra
seguir em frente
Devemos
sempre pensar
Em jamais
ser submissa,
Respeitar
o nosso par,
Conviver
em união,
Sem aturar
agressão
E amor
próprio cultivar.
6
Tomemos em
nossas mãos
As rédeas
de nossas vidas
Pois saem
de nossos úteros
Vidas que
são concebidas
Somos nós
que as criamos
Se
conceitos repassamos,
Temos que
ser aguerridas.
7
Ao seu
filho dê limites
No momento
de educar
Nunca
permita que ele
Com você
venha a gritar
Firmeza na
educação
Só modela
o cidadão
Que
acostuma a respeitar.
8
Não
podemos nos curvar
Pois temos
capacidade
Chorar
sobre o travesseiro
Não é mais
nossa verdade
Ter sonhos
assassinados
E destinos
comandados
Hoje foge
a realidade.
9
Do homem,
sei que não temos
A mesma
força braçal
Mas temos
astúcia e manha
Que já é
um bom sinal
Pra
conduzir nossa história
Varrendo a
luta inglória
Da era
patriarcal.
10
Uma
parcela de culpa
Nos cabe
na violência
Somos nós
que suportamos
Abusos,
tenham ciência!
Não
devemos nos calar
O certo é
denunciar
Já chega
de obediência.
11
Vamos
seguir bom exemplo
O da Maria
da Penha
Na luta
pela mulher
Um bom
papel desempenha
Possui voz
essa guerreira
Que sem
medo de barreira
Da coragem
tem a senha.
12
Não foi só
chorar as mágoas
Não foi só
chorar sua dor
Encetou luta
ferrenha
Contra seu
vil agressor
Que
resultou numa lei
E
contemplou sua grei
Dando fim
ao: Sim Senhor!
13
Contudo
não basta apenas
Ter uma
lei pra mulher
Pois para
ser aplicada
Cumplicidade
requer
Em caso de
agressão
Lute pela
punição
Se ser
respeitada quer.
14
Nunca
deixe a violência
Contaminar
sua vida
E faça a
sua denuncia
Se você
for agredida
Não seja
benevolente
Com esse
tipo de gente
De atitude
descabida
15
Não se
deixe intimidar
Ao fazer o
seu BO.
Daquele
que lhe agride
Não tenha
um pingo de dó
Aqui fica
minha deixa
Não retire
sua queixa
Nunca dê
ponto sem nó
16
Quando uma
relação
Começa a
se desgastar
Quando a
incompreensão
For
permanente num lar
Quando
tudo for insulto
Não
acalore o tumulto
É hora de
se mandar.
17
Tudo
começa em palavras
Depois vem
o palavrão
Chega a
violência física,
Com sopapo
e empurrão
Se a
mulher não tiver manha
É
maltratada e apanha
E termina
num caixão.
18
Muitas
dessas agressões
Ocorrem
dentro do lar
Motivadas
por ciúmes,
É o que se
ouve falar
Também
drogas e bebidas
Geralmente
consumidas
Fazem tudo
se agravar
19
No
ambiente de trabalho
Não se
sinta intimidada
Abra a
boca denuncie
Caso seja
assediada
Pois
ninguém leva vantagem
E ceder
uma chantagem
É
trabalhar humilhada.
20
E em caso
de estupro
Praticado
por quem for
Demonstre
sua coragem
Mesmo com
nojo e pavor
Faça o
retrato falado
Se
conhecer o tarado
Cadeia no
estuprador.
21
Mulher
viva a sua vida
Sem se
ater a preconceito
Orientação
sexual
Só a você
diz respeito
Ninguém
precisa aceitar
Porém tem
que respeitar
Porque
esse é seu direito.
22
Nestes
versos eu não falo
Do homem
que tem moral
Mas de um
ser desprezível,
Que foge
do natural
Do homem
inconseqüente
Praga de
farta semente
Que brota
espalhando o mal.
23
Não vamos
nos omitir
Não
podemos fraquejar
A luta é
permanente
Vamos nos
reeducar
Nos livrar
da sujeição
Aprender
nova lição
Pra poder
nos igualar.
24
A musa
muito obrigada
Por ter
sido companheira
Não sou
mulher de motim
Também não
sou encrenqueira
Contudo
vou confessar
O mastro
vou levantar
Para içar
nossa bandeira.
*
Cordel de Dalinha Catunda
Xilo de Maércio Siqueira
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