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terça-feira, 28 de abril de 2020

NOS BRAÇOS DE UM FURACÃO

NOS BRAÇOS DE UM FURACÃO
*
Em noite fria de outono
De luar encantador
A lua cheia brilhava
Mostrando seu esplendor
A noite estava tão bela
Entreabri a janela
Com meu ar contemplador
*
Ao apagar o abajur
Ensaiando pra dormir
Um rumor vindo de fora
Eu imaginei ouvir
Acheguei-me ao travesseiro
Porém despertei ligeiro
E vi meu sono sumir.
*
Foi quando ele sorrateiro
No meu quarto penetrou
E sem que eu me desse conta
Nesse ambiente se espalhou
Bem de leve me roçava
Num sopro que acarinhava
E o meu corpo despertou.
*
Chegou brando e carinhoso
Confesso me satisfez
Encantava-me a meiguice
Afagando a minha tez
E não achei que era abuso
A visita desse intruso
Oportunista talvez.
*
Inteiramente à vontade
Eu me deixei seduzir
Ele entrava, ele saía
E eu gostando do ir e vir
Cada vez que penetrava
O meu corpo arrepiava
meu anseio a consentir.
*
Foi visita relaxante
Até um dado momento
Ficou mais audacioso
Intenso no movimento
Meus cabelos, desmanchou
Os lençóis, desarrumou
Transformou-se totalmente.
*
Daí eu me levantei
Tentando uma solução
Tentei fechar a janela
Mas faltou força na mão
Depois desse vento forte
Quase que perco meu norte
Nos braços de um furacão.
*
Versos e foto de Dalinha Catunda.
dalinhaac@gmail.com

Um comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Bom dia:- É o que origina ter janelas abertas. O vento por vezes é chato, entra e sai, sai e entra, penetrando na pele. E quando é frio, arrepia mesmo, lol
.
Saudações amigas