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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

CURTINDO A FARINHADA


CURTINDO A FARINHADA
*
No sítio cedro de dentro
Fui ver uma farinhada
Era tanta mandioca,
Que fui ficando animada
Peguei logo uma peixeira
Pra descascar macaxeira
Num cantinho acocorada.
*
Na hora de tirar goma
Corri atrás das peneiras
E naquele vai-e-vem
Eu rebolava as cadeiras
O povo se divertia,
Batia palma e sorria
Gostando das brincadeiras.
*
Um cheirinho de café
Tomou conta do lugar
Logo saiu tapioca,
E beijú pra acompanhar
Eu me servi à vontade
Matando a grande saudade,
Que estava a me matar.
*
Dona Francisca parteira,
Mulher de seu Benedito
Contava velhas histórias
Que jamais eu vi escrito
Uma roda se formava
Enquanto ela contava
No seu linguajar bonito.
*
E num forno arredondado
A lenha queimando ardia,
Um caboclo sem camisa
Sua farinha mexia.
Eu totalmente enlevada
Revivia a farinhada
Que meu velho pai fazia.
*
Texto e fotos de Dalinha Catunda.
As fotos foram feitas na serra, perto da Lagoa dos Távares, município de Ipueiras - Ceará

2 comentários:

chica disse...

Que maravilha,Dalinha! Participar de momentos assim deve ser o máximo. Adorei! beijos,chica

Fred Monteiro da Cruz disse...

Eu nunca participei
de festa de farinhada
Porém já vi num terreiro
debaixo de uma latada
em redor do forno quente
um meio mundo de gente
entretida na empreitada

É homem girando a roda
É mulher que vai rapando
É mandioca moendo
e outras vão peneirando
e enquanto a lenha esquenta
um cheirinho bom aumenta
e a farinha vai secando

Como eu sou um praciano
que nasceu pela cidade
sigo assim bem satisfeito
com toda felicidade
de provar dessa receita
tão gostosa e tão perfeita
branca preciosidade !

A raiz da mandioca
produz a farinha fina
mas se tem coisa que eu gosto
é do olhar da menina
desencaroçando a goma
depois sentir o aroma
da tapioca divina

com um pouco de manteiga,
com queijo ou coco ralado,
purinha mesmo, bem quente
como até ficar impado
mas pra ficar na medida
ela tem que ser servida
com café bem caprichado