CENA
NO AEROPORTO
Era domingo, estava eu no
aeroporto em mais uma de minhas muitas viagens ao Ceará. No caminho para a fila
de embarque deparei-me com uma moça que com as mãos no rosto chorava
copiosamente. Olhei mais uma vez e
segui...
A fila andava... A minha frente um moço de
semblante triste, aparentando a mesma idade da jovem, acompanhava-a com o olhar.
De repente ela corre e soluçando se atira nos braços do rapaz. Ele
carinhosamente aconchega a moça em seus braços retardando a separação. Despedem-se
e ele segue para sala de espera.
O que assisti ali me aliviou
tanto a alma! Nestes tempos de “ficantes” e amores descartáveis, onde se troca
de par como quem troca de roupa, eu que ainda sou romântica, vendo aquela cena comovente,
transportei-me ao passado e recordei: o cortejador, as velhas paixões, os
antigos amores, o psiu, o flerte, as flores, a conquista, e as contagiantes
serenatas. Que saudades!
Peguei o avião com aquela
imagem na cabeça e na certeza que apesar da liberdade feminina, da insegurança
do homem, do modernismo e da inconstância dos pares, as bonitas histórias de amor
ainda sobrevivem neste planeta.
Texto de Dalinha
Catunda
Foto
www.esperança.com.br
v
3 comentários:
Toda forma de amor é valida, desde os ficantes até os morrentes de amor.
O amor é infinito enquanto dura. Não seja tão exigente e tão dura com os ficantes. O mundo não é só dos conservadores.
Eduardo
Tomando emprestado do poeta:
E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa
Toda forma de amor
Olá Eduardo,
Concordo plenamente com você,toda forma de amor é válida, isso não impede que eu fique de boca aberta com uma cena que achei linda e resolvi retratar em minha prosa.
Quanto aos ficantes eu simplesmente admiro e aplaudo, pois feliz de quem se livra de preconceitos e medos para viver com liberdade os seus amores.
Dalinha
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