UM
FADO DE ALÉM-MAR
*
A
lua apontou no céu
A
brisa soprou-me a tez
Do
rosto tirei o véu
Senti
sem desfaçatez.
*
Senti
sem desfaçatez
O
bafo da madrugada
Lambendo
minha nudez
Na
janela eu debruçada.
*
Na
janela eu debruçada
Tendo
o vento como açoite
Lasciva
desvirtuada
Beijei
a boca da noite.
*
Beijei
a boca da noite
E
no sublime beijar
Eu
alonguei o pernoite
E
me envolvi ao luar.
*
E
me envolvi ao luar
Na
minha lascividade
Foi
um fado de além-mar
Autor
da ludicidade.
*
Verso
e fotos de Dalinha Catunda
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