Grêmio Cultural e Diversional Ipueirense
O prédio da prefeitura municipal de Ipueiras, durante muito tempo foi palco das tradicionais festas do calendário ipuierense. Eu ainda “menina do buchão”, ficava apenas “brechando” do lado de fora o que se passava lá dentro.
Para alegria e bem-estar da sociedade local, mais tarde foi criado o GCDI nosso único e saudoso clube. Ali, sim, eu já mocinha enxerida, participei das grandes festas, onde as mesas eram poucas, diante da grande participação de sócios e convidados a lotarem o salão nos animados bailes da época.
Dois grandes bailes eram sucesso garantido em Ipueiras. No primeiro sábado de julho, acontecia o Chitão, festa tradicional e os estudantes que moravam em Fortaleza, aproveitando o período de férias compareciam em massa. As cidades vizinhas como, Ipu e Nova-Russas eram presenças garantidas nessa festa popular onde era obrigatório o traje estampado.
No final do ano tínhamos a festa de término de cursos. Paletós, ternos e vestidos chiques desfilavam magicamente apresentando o requinte exigido.
Outros bailes menos cotados aconteciam no decorrer do ano, assim como as tertúlias, bingos dançantes, que reuniam a juventude no salutar esporte da dança.
Grandes figuras fizeram história no nosso Clube.
Seu Camaral Moreira, grande folião, acompanhou gerações e gerações puxando cordão nos animados bailes de carnaval.
Simãozinho era outro folião, inventor da dança da cobrinha e não perdia os bailes de carnaval.
Delmiro Catunda um dos mais severos presidentes cansou de tirar pelas aberturas os que não dançavam conforme os padrões exigidos na época.
Destaco como exímios dançarinos: Zé Hélio, esse mestre no bolero brecado. Cazuzinha, Assis do Zé Vinuto, Bateia, Pantico entre tantos outros.
Inesquecível o costume da época. Cada família levava para seu deleite o próprio tira-gosto: paçoca, pastéis canudinhos entre outras guloseimas.
Bom, por que estou falando de tudo isso? Saudades? Não. As gerações e as histórias passam dando lugar a novas histórias. Pressupõe-se que com o passar do tempo tudo tende a evoluir e consequentemente a melhorar.
Porém, não foi isso que aconteceu com o Grêmio Cultural e Diversional Ipueirnse que não cumpre seu papel nem na cultura nem na diversão.
Muitas foram as tentativas em organizar uma diretoria que infelizmente quase sempre deu em nada. Eu diria que o clube hoje é uma batata quente que ninguém quer segurar. MAS, é um patrimônio da sociedade de Ipueiras de pessoas com título de sócio proprietário que tem o direito legitimo sobre esse patrimônio e também o dever de cuidar desse bem que tanto serviu e orgulhou nossa cidade no passado.
Eu sei que hoje, as grandes quadras, os parques de vaquejada, os forrós, esses espaços mais democráticos tomaram o lugar dos tradicionais clubes. Mas também sei que cabeças pensantes podem constituir uma nova e séria diretoria, promover eventos onde os lucros possam manter e melhorar o clube, patrimônio de muitos, em beneficio de poucos.
3 comentários:
Dalinha, você tem toda a razão o nosso querido e velho clube, não é mais aquilo que foi no passado, a sociedade ipueirense o abandonou e eu não estou vendo perspectivas para um novo começo. Talvez uma consulta aos amigos de Ipueiras nos propiciasse um novo rumo.
Kleber,
Você, eu e tantos outros somos herdeiros do que restou de nosso clube. Geralmente como as heranças não nos custam nada, a elas não damos o devido valor.
O que podemos fazer é "Catucar" os pais, ou filhos herdeiros, para desenfurnarem essas ações e atualizá-las. (Caisa que não é fácil)pois não existe um responsável pelo estatuto do clube. MAS, as ações existem.O que sei, é que, se ficarmos calados poderemos no futuro bem próximo, ser apenas herdeiros de lembranças.
Um abraço,
Dalinha Catunda
Dalinha voce continua linda.A mesma menina de meus sonhos.
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