O JATOBÁ
BOTOU ÁGUA.
*
Choveu bem
nas cabeceiras
O Jatobá
transbordou,
O rio tá
botando água!
A molecada
gritou
Nosso povo
na cidade
Para ver a
novidade
Na chuva
até se molhou.
*
Guri
pulando da ponte,
Fazendo
estripulia.
Co’o rio
botando água,
Lá era o
que mais se via.
Troncos de
bananeiras
Passavam e
nas carreiras
Na
correnteza a magia.
*
O jatobá
se zangou
Ficou de
toda largura.
Nunca vi
cheia maior,
Falava uma
criatura,
Vendo a
água que corria
Pulava e com
alegria
Vendo
acabar a secura.
*
Aposto que
a meninada
Seu landuá
vai lançar
Ou garrafa
com farinha
Para piaba
pescar,
Depois de bem
salgadinha
Torrada e
com farinha
É hora de
merendar
*
As
lavadeiras garanto!
Já
começaram a cantar,
Cantigas
de bater roupa
Que é um
canto de encantar
É grande a
animação
Aqui neste
meu sertão
Ao ver a
chuva chegar.
*
Debaixo
das oiticicas,
Nas pedras
do Jatobá,
Com
cachaça e tira gosto,
Diversão
maior não há.
Mas isso
só tem sabor
Pra quem é
do interior
Ou quem já
viveu por lá.
*
Eu só
queria saber,
Responda-me,
por favor:
Quem tomou
banho de rio,
E morou no
interior.
Se não
bate uma vontade
De rever
sua cidade,
Ou só eu
sinto esse amor?
*
Versos de Dalinha Catunda
5 comentários:
Oi Dalinha, eu morei a vida toda em São Paulo, hoje estou em Piracicaba, mais lá pro meio da mata, mas precisamente dos canaviais, é outra vida, perto do rio, com lagos próximos, pássaros, pôr-do-sol de arrepiar, noites estreladas e quentes, na lua cheia então nem se fala, é uma loucura isso aqui, não troco pela cidade grande, se Deus quiser nunca mais. bjs e bom fim de semana. fui
No nordeste quando a chove
A alegria é geral.
Quando os rios estão cheios
É um verdadeiro festival.
A garotada mergulhando
O povo todo admirando
Fazendo um belo carnaval.
Bela lembrança Dalinha.
Grande abraço e bom fim de semana.
Oi amiga, vê o rio jatobá com toda esta água, embora hoje sabemos que muito suja, mesmo assim bateu uma saudade deste rio que traz muitas histórias e só vc mesmo para resgatar. Abraços
Tereza Mourão
Querida amiga Dalinha
Este seu rio Jatobá fez-me lembrar um outro aqui por Portugal, onde eu em miúdo, fugindo sorrateiramente do colégio, me ia banhar com os colegas.
Também tinha arvoredo em volta das margens e era também por lá, por entre os seus ramos, com cheirinho a Ribatejo, que aproveitava-mos para namorar.
Saudades!
Um bom domingo.
Abraço
GOLDFINGER
Amiga das letras,que belos e singelos versos retratando toda a beleza que tem um rio no inverno; e quem é do interior sente saudade dessa época, quando os rios transbordam!
Parabéns Dalinha!!
Abraço, Alque!
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