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terça-feira, 4 de agosto de 2009

O COURO NA JANELA


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O COURO NA JANELA

Esse é um “causo-piada” que por mais de uma vez, ouvi nos alpendres e calçadas das Ipueiras. Quando o povo ainda tinha o hábito de se reunir em volta das grandes bacias de alumínio ou cestos de cipó debulhando milho e feijão.

Contam que um sujeito do interior, casado, tinha como ofício, vender e comprar couro de animais.E por conta da profissão estava sempre a viajar.

A mulher que gostava de pular a cerca, ou costurar pra fora, como se costuma dizer no interior, arrumou um amante. E, toda vez que o marido viajava, ela pendurava um couro na janela para avisar o sujeito que o marido tinha viajado e o espaço estava livre para ele.

Certo dia o marido viajou, porém o tempo ruim, o trouxe de volta antes do combinado. Muita chuva, muita lama seguir viagem era impossível. Chegando em casa, jantou e foram dormir. Já era tarde da noite, quando o marido ouviu umas pancadas na porta.
Ele muito medroso perguntava: --Mulher que “diacho” é isso!? E a mulher sabendo dos medos do marido, respondeu:- -- só pode ser alma, marido, coisa do outro mundo, assombração!
---- E agora?
----Pode deixar que vou até a porta, faço uma oração especial e ela sobe para o céu ou seu lugar de direito.
E o marido:- -- Só se for você mesmo, por que eu não tenho coragem, morro de medo de assombração.
Assim a mulher foi até a porta, e começou sua oração especial para espantar visagem:

“ As almas que andam penando,
vão para o reino da glória,
meu marido está em casa,
me lembrei do couro agora.”.

Acabando a oração, voltou tranqüilamente a dormir ao lado do marido medroso, que estava embrulhado da cabeça aos pés.

Texto:Dalinha Catunda

6 comentários:

João Alberto disse...

Olá Dalinha,
Essa mulher era boa mesmo de oração. Não é que espantou a alma panada pra bem longe do corno medroso? Hehehe.
Grande abraço amiga.

Maria Emília disse...

Bem urdida a história da safada.
Um beijinho,
Maria Emília

AFRICA EM POESIA disse...

Senti saudaDES

VIM DEIXAR UM BEIJO

Sidney Ramos disse...

Olá Dalinha,
gostei muito do blog e de saber dos seus trabalhos.
Adorei o que vi por aqui e vou voltar sempre.
Beijo e abraço.

Anônimo disse...

Deixa ver se entendi:

Então... o couro prá fora quer dizer "venha!" e o couro prá dentro? Foi?

Bem, de couro não entendo.
Não do couro do boi.
Quiçá do couro do saco.
Não do saco do boi...
Quiçá do meu.
Deste pertence,
também muito não posso dizer,
pois este, de mim vive separado!
Capado não!
Uma barriga entremeia!
Mas com segurança posso afirmar:
Mesmo sem vê-lo,
naquela região,
coisa boa nunca será,
uma depilação.

vieira calado disse...

Histórias de outros tempos

que faz bem relembrar.

Bjs