JATOBÁ, UM RIO DE SAUDADES
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Quem te viu e quem te vê
Oh meu velho Jatobá.
O rio da minha infância
Vivida no Ceará.
Agora tão poluído,
E se não for acudido
De ti não sei que será...
*
Já não se vê as meninas
Correndo pra se banhar,
Menino bobo espreitando
Somente para espiar.
E o canto das lavadeiras
Não se escuta em Ipueiras
Meu rio vai se acabar...
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Se não se acabar de vez,
Vai mudando de feição,
Pois recebendo esgotos,
Abriga a poluição.
Com isso perde a cidade
Que vai viver de saudade
Com o rio no coração.
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Centenárias oiticicas,
Ladeavam tuas beiras,
Não vejo mais o angico,
Nem as velhas ingazeiras.
Ainda posso encontrar
Mas se muito procurar
As lindas carnaubeiras.
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Os machados e queimadas.
Causam a destruição.
O homem inconsequente,
Utiliza sua mão
Para acabar com a riqueza,
Encantos da natureza,
Agora em degradação.
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O RIO DE FRED MONTEIRO
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E eu, o que vou dizer
do velho Capibaribe
que corta minha cidade
se encontra com o Beberibe
pra formar o oceano
(orgulho pernambucano)
quem sabe até o Caribe?
O meu rio já foi limpo
alimentou muita gente
e quando eu era criança
mesmo inocentemente
tomei banho em suas águas
hoje eu choro minha mágoas
de um rio hoje doente
Mas tenho ainda esperança
de pintar uma aquarela
Volte o rio ao que foi antes
um rio de margens belas
e estou voltando a morar
no bairro mais singular
que é o Poço da Panela
Uma reserva de verde
que no Recife não há
o Poço é pura história
e eu quero ficar por lá
vendo o meu rio correr
o destino reverter
e a vida retomar