Dalinha Catunda no palco da Estação Cordel na FLIT |
DEU SAUDADE DE REPENTE
*
Lembro-me dos belos dias
Tão repletos de alegrias
Onde as velhas cantorias
Encantavam meu rincão.
Com jeitinho de repente
Eu revivo no presente
Este canto absorvente
Nos oito pés a quadrão.
*
Gostava da brincadeira
De pegar numa peixeira
E descascar macaxeira
Pras bandas do meu sertão
Porém minha realidade,
Residindo na cidade
É matar minha saudade
Nos oito pés a quadrão.
*
Morando na minha oca,
Descascava a mandioca
Para fazer tapioca
Naqueles tempos de então
Depois deitava na rede
Tacava o pé na parede
Hoje mato minha sede
Nos oito pés a quadrão
*
O rádio eu sempre ligava
Quando a aurora raiava,
E cantando acompanhava
O canto do Gonzagão.
Nosso bom cabra da peste,
O rei caboclo do agreste
E que já cantou o Nordeste
Nos oito pés a quadrão.
*
Sei que não sou repentista,
Porém vou seguindo a pista
Sem baixar a minha crista
Sem ter medo de esporão.
Eu gosto de versejar
Não importa o lugar
Mas você vai me escutar
Nos oito pés a quadrão.
*
Isto é canto de mulher
Que vai metendo a colher
E como quem nada quer
Na cumbuca mete a mão.
De lá tira agulha e
linha
Não dá nó nem desalinha
Pois é canto de Dalinha
Nos oito pés a quadrão.
*
Foto do acervo de Dalinha Catunda
Texto de Dalinha Catunda
3 comentários:
Que lindo cordel e saudade,Dalinha!Ótimo fds!beijos,chica
Eu admiro a Dalinha
Poeta de toda linha
que não faz rima maninha
nem gosta de confusão
A sua caneta é fina
e no gênio de menina
é dura, sem ser ferina
nos oito pés a quadrão
DAMA DA POESIA DALINHA
POETA QUE NÃO FOGE DA LINHA
SE CONVIDADA ENTRA NA RINHA
QUANDO O ASSUNTO É SERTÃO
DE IPUEIRAS É NATURAL
E TEM UM AMOR PESSOAL
PELO SEU BERÇO ORIGINAL
NOS OITO PÉS A QUADRÃO
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