SAUDADE COM A DUPLINHA
A saudade quando chega
Chega junto à solidão
Cabeça quer esquecer
Mas se nega o coração
Quando ela bate no peito
Abriga-se de tal jeito
Que provoca a aflição.
Dalinha Catunda – Rio de Janeiro
*
Se provocar aflição
A gente isola, rejeita
A saudade, com emoção.
O meu coração aceita:
Saudade quase querida
Que perfuma nossa vida
Traz perfume na receita!
A gente isola, rejeita
A saudade, com emoção.
O meu coração aceita:
Saudade quase querida
Que perfuma nossa vida
Traz perfume na receita!
Bastinha Job – Crato – Ceará
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Texto publicado no livro: Vertentes e Evolução da
Literatura de cordel de Gonçalo Ferreira da Silva
*
Uma prova de que as setilhas são uma modalidade
relativamente recente está na ausência quase completa delas na grande produção
de Leandro Gomes de Barros. Sim, porque pela beleza rítmica que essas estrofes
oferecem ao declamador, os grandes poetas não conseguiram fugir à tentação de
produzi-las. Para alguns, as setilhas, estrofes de sete versos de sete sílabas,
foram criadas por José Galdino da Silva Duda, 1866 - 1931. A verdade é que o
autor mais rico nessas composições, talvez por se tratar do maior humorista da
literatura, de cordel, foi José Pacheco da Rocha, 1890 - 1954. No poema A
CHEGADA DE LAMPIÃO NO INFERNO.
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