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quinta-feira, 3 de abril de 2008

Períneo e Curíneo

Foto retirada do blog efeitoscolaterais.

Períneo e Curíneo

Ipueiras é uma pequena cidade do interior do Ceará onde uma das famílias predominantes, é a família de Aragão.

Duas fortes características acompanham essa família. Uma, eu até diria, persegue, é o tal do nariz de batata. Há os que são agraciados com pequenas batatas e outros castigados com batatas imensas. Mas nada disso vem ao caso, pois quando envelhecem, inevitavelmente, o nariz se dana a crescer e se espalhar pela cara numa desgraça anunciada.

O pior é quando chega alguém perto de você, e pergunta assim:
--- “Tu é Aragão, num é”?
Ah! Ia esquecendo de dizer, sou Aragão! mas com narizinho de Catunda e espero que para todo o sempre.

Bom, a outra característica é a veia cômica e a resposta na ponta da língua.
Mesmo não sendo tão original, já ouvi uma prima de farto nariz, responder uma afronta
à altura.
A irônica desprovida de nádegas chegou para minha prima e falou:
__ Que narigão em amiga? __ na bucha ela respondeu: __ O que sobra no meu nariz, falta na tua bunda.

E assim é Aragão, nunca perde o rebolado.
E foi justamente com uma Aragão da cidade de Ipueiras que se deu esse caso bombástico.

Minha tia Ideltrudes, trabalhava no hospital da cidade. Digo trabalhava, porque depois desse epsódio fatídico, ela pediu afastamento por tempo indeterminado, requerendo logo em seguida sua aposentadoria proporcional.

Voltando ao caso:
Certo dia, servindo o doutor de plantão sentiu fortes dores no pé da barriga. O que não passou despercebido pelo tal médico.
__ Dona Idel, a senhora precisa fazer uns exames, aproveite que estou aqui, e já posso adiantar isso.
Minha tia não pensou duas vezes e preparou-se para o tal exame que logo em seguida foi feito. E no ato, anunciado o resultado.
__ É dona Idel... A senhora vai ter de fazer períneo.

Depois do anunciado, minha tia colocou o jaleco novamente e voltou a trabalhar normalmente.
Nisso lhe pede o doutor: dona Idel, quer me ver essas fichas que estão na parte baixa da estante? __ pois não doutor.

Quando ela agachou-se para pegar as fichas, soltou um estridente pum. Imediatamente e espantadamente seus olhos e os do doutor se cruzaram, e ela que não sabia o que dizer, naquele momento, saiu-se com essa: É doutor... acho que vou ter que fazer curíneo também.

7 comentários:

Jean Kleber disse...

Amiga, essa foi urticante! Períneo e curíneo, quem diria! Você com seu bom humor segue trazendo descontração às nossas vidas. A gargalhada é, sem dúvida, fonte de saúde. Obrigadão.

Anônimo disse...

Dalinha, conheço a personagem central destra trama, por sinal gente de grande coração e caráter, mas com a verve típica dos aragões. Acredito na sua narrativa e creia-me acho que você até atenuou alguns aspectos.


do amigo Bérgson Frota

Anônimo disse...

Concordo com o Bérgson acho que dona Ideltrudes é muito sapeca, característica dos aragões mesmo, mas é gente boa, sangue bom como a gente diz aqui.

Lianne

Anônimo disse...

Dalinha essa foi demais parabéns.

Carlinhos Medeiros disse...

Heheheh! Maravilhoso, amiga. "causos" como este é que enriquecem nossa cultura.

Vou publicar, com sua permissão, no Jornal o Jaguaribe.

Abraços

Dalinha Catunda disse...

Olá amigos,
Obrigada pelos comentários deixados em meu blog.
É gratificante saber que através de um texto podemos enfeitar rostos com sorrisos.
Dalinha Catunda

Terapeuta nutricional iridologista T. MARINHO disse...

TENHO O MAIOR RESPEITO PELOS CEARENSES, MESMO PORQUE MEU PAIS FOI UM DELES E CONVERSANDO COM MEU 'VELHO' APRENDI MUITA COISA DESTA VIDA. SEI QUE ATÉ UNS VINTE ANOS ATRÁS O CEARÁ ERA AINDA UM ESTADO QUE ERA OLHADO COMO UM ESTADO EM DIFICULDADE E EM POUCO TEMPO MELHOROU MUITO. COM HUMOR E TRABLAHO A VIDA MELHORA PARA TODOS. RI É UM ÓTIMO REMÉDIO. VEJA PROVÉRBIOS 17.22 E VAI COMPREENDER.