O Cantinho da Dalinha é também o canto do cordel. O picadeiro onde costumo entoar o meu canto em versos propagando a poesia popular. É o Canto de uma cearense que adora suas raízes, canto da mulher destemida que saiu das entranhas nordestinas e abriu uma janela para cantar sua aldeia para o mundo, Interagir com outros poetas cordelistas desfrutando deste mundo virtual. Sou Maria de Lourdes Aragão Catunda, a poeta de Ipueiras e do cordel, sou a Dalinha Catunda. dalinhaac@gmail.com
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terça-feira, 10 de novembro de 2009
A MULHER RENDEIRA
Foto: Colhida no rabisco.com.br
Mulher Rendeira
Vi a mulher rendeira,
rendando no Ceará.
Foi o mais belo espetáculo,
que pude admirar.
Eu ainda era menina,
morando nas Ipueiras.
Conheci dona Totonha,
a maior entre as rendeiras.
Debruçada na almofada,
sentadinha na cadeira.
Tecendo com mãos de fada,
entretinha-se a rendeira.
O que era fios de linha,
aos poucos se transformava.
Nas mãos daquela rendeira,
que em seu ofício encantava.
Entre o canto e o bailado,
dos bilros manipulados,
espetava firme o alfinete
num papel bem desenhado.
E para o encanto dos olhos,
surgia com esplendor,
a renda, que mais parecia,
obra de Nosso Senhor.
Salve a mulher rendeira,
que traz a magia nas mãos.
Dentro de nossa história,
é lenda e tradição.
“Olé mulher rendeira,
olé mulher renda".
Rainha dos sertanejos,
orgulho do meu Ceará.
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9 comentários:
Eita que me emocionei, Dalinha...Lindo demais! Obrigada.
Carinhoso beijo
Havia uma canção assim:
Olá, mulher rendeira
Olá, mulher rendar
Tu me ensinas a fazer renda
Eu te ensino a namorar
E linda homenagem a essas fazedoras de beleza.
Um abraço bem apertado.
Descobri seu blog e sempre acesso-o para ler suas poesias. Esta foi um verdadeiro hino. Parabéns!
Dalinha, vi várias vezes as mulheres rendeiras; impossível aprender a fazer renda... Acho que não tenho o dom.
A única coisa que aprendi foi o versinho já dito pela 'São'. Aliás ainda criança declamava.
beijos, amiga.
tais luso
Como dizia Vinícius de Moraes... "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..."
Adorei a poesia Dalinha, como sempre você dá um espetáculo a parte em seus escritos...
É um exemplo para nós, jovens escritores!
Grande beijo e parabéns.
Adoro sempre que posso sentar e ver este magnífico trabalho.
Linda poesia!! Bjs
Dalinha, agora tenho andado menos pelos blogues mas gosto sempre de entrar aqui. Você sempre nos traz lembranças que já estão arquivadas na memória do tempo. Obrigada amiga.
Um beijinho,
Maria Emília
Poesia não é tão somente fazer verso, a rendeira deixa seus poemas em sua renda. Que depois adorna roupas, paninhos de bandejas e tantas outras coisas com sua delicadeza. Merecida homenagem, realmente é linda a visão de uma redeira trabalhando. Adorei seu poema.
Daninha, você tocou forte o coração dessa mulher nordestina trabalhadora desse país.
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