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terça-feira, 10 de novembro de 2009

A MULHER RENDEIRA


Foto: Colhida no rabisco.com.br


Mulher Rendeira


Vi a mulher rendeira,
rendando no Ceará.
Foi o mais belo espetáculo,
que pude admirar.

Eu ainda era menina,
morando nas Ipueiras.
Conheci dona Totonha,
a maior entre as rendeiras.

Debruçada na almofada,
sentadinha na cadeira.
Tecendo com mãos de fada,
entretinha-se a rendeira.

O que era fios de linha,
aos poucos se transformava.
Nas mãos daquela rendeira,
que em seu ofício encantava.

Entre o canto e o bailado,
dos bilros manipulados,
espetava firme o alfinete
num papel bem desenhado.

E para o encanto dos olhos,
surgia com esplendor,
a renda, que mais parecia,
obra de Nosso Senhor.

Salve a mulher rendeira,
que traz a magia nas mãos.
Dentro de nossa história,
é lenda e tradição.

“Olé mulher rendeira,
olé mulher renda".
Rainha dos sertanejos,
orgulho do meu Ceará.

8 comentários:

SAM disse...

Eita que me emocionei, Dalinha...Lindo demais! Obrigada.


Carinhoso beijo

São disse...

Havia uma canção assim:

Olá, mulher rendeira
Olá, mulher rendar
Tu me ensinas a fazer renda
Eu te ensino a namorar

E linda homenagem a essas fazedoras de beleza.

Um abraço bem apertado.

RUA MONSENHOR ASSIS FEITOSA disse...

Descobri seu blog e sempre acesso-o para ler suas poesias. Esta foi um verdadeiro hino. Parabéns!

Tais Luso de Carvalho disse...

Dalinha, vi várias vezes as mulheres rendeiras; impossível aprender a fazer renda... Acho que não tenho o dom.
A única coisa que aprendi foi o versinho já dito pela 'São'. Aliás ainda criança declamava.

beijos, amiga.
tais luso

Ana Paula Marinho disse...

Como dizia Vinícius de Moraes... "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça..."

Adorei a poesia Dalinha, como sempre você dá um espetáculo a parte em seus escritos...
É um exemplo para nós, jovens escritores!
Grande beijo e parabéns.

Coisinhas Daqui e Dali. disse...

Adoro sempre que posso sentar e ver este magnífico trabalho.
Linda poesia!! Bjs

Maria Emília disse...

Dalinha, agora tenho andado menos pelos blogues mas gosto sempre de entrar aqui. Você sempre nos traz lembranças que já estão arquivadas na memória do tempo. Obrigada amiga.
Um beijinho,
Maria Emília

Jussara Burgos disse...

Poesia não é tão somente fazer verso, a rendeira deixa seus poemas em sua renda. Que depois adorna roupas, paninhos de bandejas e tantas outras coisas com sua delicadeza. Merecida homenagem, realmente é linda a visão de uma redeira trabalhando. Adorei seu poema.